Corinthians, Flamengo e São Paulo: três gigantes com reações amadoras
Alguém contesta o tamanho e a importância de Corinthians, Flamengo e São Paulo? Só os que torcem contra, claro. O trio forma linha de frente, no que se refere a torcidas e títulos, nacionais e internacionais. Falta o Palmeiras para completar um quarteto que dá o que falar. Mas este último não entra na conversa do momento - para alegria de quem o admira e porque vão na contramão dos demais.
Enquanto um encontrou estabilidade no trabalho já longevo de treinador (Abel Ferreira), os outros três agem como amadores. Não por coincidência em uma semana decidiram trocar de comando técnico. Corintianos e rubro-negros não confiaram nos escolhidos na virada de ano; tricolores mantiveram um profissional que havia muito enfrentava resistência interna e se sustentava pelo histórico como jogador e por ter levado o time para duas finais e uma semifinal em 2022.
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Começo pelo caso mais recente, o do Corinthians, que nesta quinta-feira (20) formalizou o que já se desenhava havia alguns dias e ficou evidente depois da derrota para o Argentinos Juniors, na quarta-feira. Logo após a partida, na Neo Química Arena, a queda se tornou incontornável, pelas declarações feitas por Alessandro, o gerente de futebol. Em entrevista coletiva, deu todas as pistas de que a experiência com Fernando Lázaro não se sustentava mais.
O jovem treinador, cria da casa, se mostrou inseguro desde que recebeu o convite, pouco antes da disputa do Mundial do Qatar (estava no grupo de auxiliares de Tite). Embora conheça futebol e seja pessoa de fino trato, não tem ainda estofo, casca grossa, para suportar o peso de comandar time da envergadura do Corinthians. Ao mesmo tempo em que é vitrine, o cargo também cobra e desgasta.
Foi o que ocorreu desde os primeiros jogos da atual temporada. Lázaro não teve como dar padrão para a equipe, notou na prática como o elenco bom, porém envelhecido, dificulta a vida do “professor”. Cai com o calendário em andamento e a direção alvinegra comete erro semelhante ao de 22, quando demorou para tirar Sylvinho e perdeu meses de trabalho.
Lázaro volta a ter funções subalternas no Parque São Jorge. Não estou aqui para aconselhar a vida de ninguém. Mas, se fosse ele, pegava o boné e tentava a sorte em outro lugar. Cuca chega para substituí-lo, respaldado por experiência, por títulos importantes. Em contrapartida, traz também a interrogação que o acompanha: nem sempre consegue impor-se, como demonstram os retornos para Palmeiras e Atlético-MG imediatamente a passagens vitoriosas nesses clubes.
Dorival também terá bucha de canhão pela frente, no São Paulo, mas essa é escolha que fez na carreira. Há tempos digo que ele se especializou em apagar incêndios, o que faz com eficiência Como retribuição em diversas ocasiões é dispensado a seguir. O exemplo no Flamengo se revela o mais desvastador. E a direção tricolor passa incólume em nova demonstração de falta de rumo.
Sampaoli estreou bem no Flamengo, tem perspectiva de sucesso, recebe elenco de boa qualidade, porém com competições em andamento. O Flamengo apostou, anteriormente, em um estrangeiro que teve brilhareco no Corinthians, mas não se manteve convicta na escolha nem resistiu à pressão popular. Por isso, abriu mão de Vítor Pereira e vai arcar com uma multa de megasena.
Três derrapadas de três potências no futebol. Enquanto isso, o Palmeiras fica ali, de beleza, com seu português temperamental, explosivo e eficiente.
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