A Copa do mundo está chegando. Não se esqueçam de nós.

Fernando Meligeni
Fernando Meligeni
Tite em treino na Granja Comary
Tite em treino na Granja Comary Getty
A copa está aí e não vemos uma comoção como nas últimas vezes.

Era normal a menos de 10 dias do evento as ruas estarem pintadas, bandeiras colocadas nas sacadas, rodas de discussão nas praças e bares. Hoje não sentimos a vibração, o orgulho ou a alegria de torcer pela seleção.

Muitos, rapidamente vão dizer que o 7/1 é responsável ou o momento que vivemos no país. Outros dizem que brasileiro cansou de sofrer e que vai entrar na copa com as vitórias que virão.

Na minha opinião o problema é de empatia. Nos últimos anos e mesmo com a garra do Tite e sua credibilidade, a seleção não tem um líder, um cara que nos espelhamos ou que admiremos com força. A falta de um “exemplo” nos enfraquece.

Outro ponto marcante para mim é a distância da seleção e dos jogadores com o público. Entrevistas curtas, pouca proximidade, atletas que mais parecem intocáveis, e a pouca ou nenhuma credibilidade da CBF. Se por um lado eles são incríveis com a bola no pé, suas carreiras são gerenciadas mostrando que pouco importa o que o público acha ou quer ver.

Desta maneira apenas o resultado salva. O erro fica mais criticável e a paciência do torcedor menor.

Inaceitável escutar de muita gente que torce muito mais para seu time do que para sua seleção. A seleção deveria ser e é em quase todos os países o orgulho da nação.

Acredito que as seleções são uma extensão do povo. As seleções têm a responsabilidade de mostrar a cara de um país e seus jogadores precisam colocar o povo no jogo. Em uma conversa com o nosso querido Guga. Ao entrar em quadra em uma Copa Davis contra a França em Florianópolis, comentei que seria muito legal que ele convidasse com as mãos e os olhos o publico a participarem do jogo. Foi a vez que vi o público mais participativo em uma Davis aqui no Brasil. A seleção de vôlei faz isso com maestria e não é à toa que 100 em cada 100 brasileiros torcem, amam e admiram seu time. Dois bons exemplos de como se deve tratar o torcedor.

A copa está aí e nós brasileiros queremos fazer parte desse sonho. Queremos torcer junto.

Não se esqueçam de nós.

Fonte: Fernando Meligeni, blogueiro do ESPN.com.br

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Você realmente acha que está treinando bem?

Fernando Meligeni
Fernando Meligeni

Convido você que é um tenista juvenil, um treinador ou pai de tenista a ler este post e, se possível, opinar.

Tenho visto o treino e tenho conversado com tenistas brasileiros juvenis. Por causa disso, decidi conversar com alguns técnicos espanhóis e de outros países para ter um pouco de fundamento no que eu acredito.

A pergunta que fiz vai de encontro, é dura e direcionada aos técnicos que assumem a responsabilidade de treinar juvenis ou atletas em transição. Vocês dormem tranquilos com essa responsabilidade? Estão se informando e vendo o que se pensa e treina lá fora? Ou ainda acham que porque tivemos um Guga o método de trabalho daqui é o correto?

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Poucos são os centros de treinamentos aqui no Brasil que não treinam em quatro na quadra. Poucos ou quase nenhum têm bons treinadores que ficam no Brasil e responsáveis do centro com experiência ou até competência para dar o treino. Quando os técnicos dão seu nome ao centro de treinamento, saem em viagens com os melhores.

Poucos lugares estão falando de tática, estratégia e martelam os nossos jogadores da maneira que eles têm que jogar. Vocês sabiam que alguns jogadores entendem olhando, outros escutando, outros fazendo e outros de todas as maneiras? Então, a tese de todos treinarem igual é a clara certeza que esse treino vai dar errado e o jogador vai evoluir muito menos que o esperado.

Sei bem a necessidade de colocar 30, 40 ou até 50 jogadores nos treinos, mas desculpem. Quem tem 50 não pode se chamar de centro de treinamento. Para mim, treinar um jogador é como educar um filho. Você pode até contratar a melhor babá do mundo, mas nunca será educada como os pais educam. Nunca será tratado com o amor da mãe. Pode e será bem tratada, mas no mundo do tênis o ESTÁ TREINANDO LEGAL não é o suficiente. Tem que estar treinando bem para caramba.

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Outro ponto importante: se você coloca seu filho em um centro de treinamento, negocie o que eles vão te dar. Quem vai treiná-lo, quem vai viajar. Existe o merecimento do menino, mas existe o que se fechou. Treinador é fundamental e eu tenho maior carinho e respeito pelos que me treinaram.

Lembre-se: se teu filho ou você, menino, não conseguir, você não terá outra chance de ser tenista. O técnico tem todo dia.

Treine duro, seja chato, peça espaço. Da tua parte, trabalhe e escute.

  • Recado aos técnicos

Se você, técnico, está pensando agora: "Mas eu falo e ele não faz". Convido você a dizer a ele que vá procurar outro lugar. Ou o lugar é um centro de treinamento ou um centro de lazer. Você decide.

A intenção deste post é alertar, melhorar, ser duro com quem está fazendo um péssimo trabalho. Educar o pai e mostrar ao garoto que se ele quer jogar, só se trabalhar muito duro e com atenção para ter uma chance.

Fernando Meligeni: 'O Rafael Nadal é o maior jogador de saibro de todos os tempos'

O esporte é muito duro. Hoje, o profissionalismo é absurdo. Se o jogador está preocupado com o que come, quantas horas dorme... Imaginem a importância que é o treino!

Ser tenista é muito mais que ir ao clube e bater na bola. Ser tenista é querer ser diferente, chegar ao limite, não ter medo do impossível. Acreditar que o mundo é tua casa e a tua casa é um lugar para passar as férias.

Bons treinos!

Fonte: Fernando Meligeni

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Um dia especial, um personagem incrível: 20 anos do título de Guga em Roland Garros

Fernando Meligeni
Fernando Meligeni

Hoje é um dia especial. Um dia que emociona qualquer pessoa que gosta de tênis e do Brasil.

Dia 8 de junho de 1997, o até então pouco conhecido Guga Kuerten entrava em quadra para a final de Roland Garros e vencia seu primeiro título de Grand Slam. A data é histórica e inesquecível, mas muito mais que isso, o personagem é incrível.

Guga foi ganhando seus jogos e, com sua habitual humildade, dizia que estava surpreso, que era uma zebra, que os caras eram melhores... Mas, no fundo, sabia exatamente que podia fazer história. Para mim, sua vitória contra Thomas Muster foi o divisor de águas para realmente acreditar que podia vencer qualquer um. Tão jovem, tão inexperiente em torneios grandes, mas com uma maturidade que não se treina, não se ensina. Uma genialidade nata.

Cada passo em 1997 mudou sua vida para sempre. Mudou o que ele virou para os outros, mas Guga continuou sendo o mesmo figura boa praça, o mesmo "molecão".

Guga é desses gênios que fazem bem ao esporte. Carismático, amado, diferente, inteligente e vencedor.

Tive o privilégio de conviver com ele quase a carreira inteira. Acredito ser um dos caras que mais vi, conversei e dividi momentos bons e ruins. Nem por isso não deixei de ficar perplexo e feliz demais com cada esquerda na paralela, saque aberto na vantagem e até senti na pele, do outro lado da quadra, sua maestria.

Guga conseguiu o que ninguém imaginava possível. Abriu as portas aos tenistas do Brasil e mostrou que era possível, sim, ser brasileiro, com pouca estrutura, e ser um campeão

Obrigado Guga. Você merece todas as homenagens. Você merece aplausos de pé de todos nós.

Fonte: Fernando Meligeni

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Um dia especial, um personagem incrível: 20 anos do título de Guga em Roland Garros

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O que vi da rotina dos jogadores em Roland Garros. Uma nova era do tênis

Fernando Meligeni
Fernando Meligeni
Disney, cabeleireiro e 'vale-refeição': Sá conta a Meligeni as 'regalias' dos tenistas em Roland Gar

Os quatro dias que estive presente em Roland Garros me deram uma clara noção de como está o circuito hoje em dia.

Fiquei dentro da sala de jogadores, muito atento com tudo que eles fazem, pensam e, principalmente, fiquei de olho nas rotinas.

Alguns pontos me chamaram muito a atenção:

1) Você vê pouco os jogadores fora do vestiário ou menos ainda circulando. Vems um bom jogador na hora de comer, passando pra pegar alguma coisa rápido ou pouco tempo no final do dia depois dos jogos. Pouco tempo mesmo;

2) Alimentação. Sem dúvida é o que mais chamou a atenção. Nenhum refrigerante nas mesas, comidas leves, nada de doce nas bandejas. Jogadores cuidando o dia todo da alimentação;

3) Cara de poucos amigos. Acostumado com minha época que existia interação, diversão, resenha. Hoje é cada um por si. Você passa, eles te dão bom dia e só. Focados no torneio;

Meligeni mostra a vista e quanto custa para sentar na quadra central de Roland Garros

4) Celular, o melhor amigo dos jogadores. Sem dúvida o ponto mais distante da minha época e negativo. Ninguém conversa com ninguém. O tempo todo estão no Zap Zap ou mídias. Almoço ou jantar entre vários jogadores? Nem pensar.

5) Times gigantes. Hoje os jogadores viajam com um time maior. Quanto melhor o jogador, mais gente no time. Treinador, preparador físico, físio, agente, família e por aí vai.

Nadal na resenha, Wawrinka ouvindo música e meninas se divertindo; veja bastidores de Roland Garros

Não sei te dizer se melhorou. Ficou mais chato. Mais profissional, é verdade, mas sem alma, sem o sorriso no rosto. Poucos são os jogadores que ainda vivem focados, mas olhando pra fora. Uma nova era. Uma nova maneira de viver o tênis.

Dentro da quadra o resultado, com certeza, é positivo. Vi grandes jogos, e certamente hoje em dia não se pode fazer nada mais ou menos. Sem esse empenho e foco, quem não acredita nisso fica bem pra trás.

Serve de alerta aos nossos jovens jogadores que pensam em um dia ter a chance de estar em um Roland Garros.

Como costumamos dizer, menos Chacrinha e mais suor. Menos calça jeans e mais saibro nas meias. Menos beijinho e mais direita na cruzada e paralela. Menos descanso e mais dor no corpo.

Fonte: Fernando Meligeni, blogueiro do ESPN.com.br

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O que vi da rotina dos jogadores em Roland Garros. Uma nova era do tênis

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O que esperar de Roland Garros 2017

Fernando Meligeni
Fernando Meligeni
Murray desmotivado, Nadal favorito, Zverev surpresa?; Meligeni analisa Roland Garros

Este ano Roland Garros promete ser diferente. A gira de saibro deixou mais dúvidas do que certezas.

A única certeza é que Rafael Nadal é o grande favorito. Jogou muito bem os Master 1000 e perdeu apenas um jogo na gira. Mostrou que está bem fisicamente e com muita confiança. Sua chave não é das mais complicadas e ganhando jogos vai ficando mais e mais favorito

Os outros grandes nomes do tenis estão em baixa e precisando mostrar muito mais.

Todos os dias, a partir de segunda, acompanhe o 'Pelas Quadras', às 19h, na ESPN e no WatchESPN

Murray é o mais desmotivado e perdido do momento. Joga demais, mas não vem firme nem focado. Vai ter que tirar muita coisa de dentro para surpreender e mostrar porque é o número 1 do mundo

Djokovic vem abaixo mas com uma motivação que pode mudar tudo. Andre Agassi pode ser um condutor perfeito para este momento. Se ele precisa motivação, nada melhor que contratar o americano. Se precisa de respostas táticas o homem é incrível. Ele com certeza é o cara que pode mudar qualquer prognóstico.

Vai começar Roland Garros! Nadal puxa fila dos favoritos nas apostas; veja

Stan. Será que mais uma vez ele vai jogar bem o grande evento? Precisa melhorar muito para ter chances. Joga muito os Slams e esperamos que venha focado.

Zverev e Thiem. Dois da nova geração que podem ir longe. Zverev pegou uma bela pedreira de cara: Verdasco. Acredito no moleque mas é o torneio da vida dele. Thiem tem tudo para ir longe. Já o fez no ano passado.

Dos brasileiros, gostei da chave dos três. Na verdade, gostei muito. Me preocupa o pé do Rogerinho. Espero que se recupere.

Quem puxa fila nas apostas para Roland Garros é Simona Halep; Meligeni analisa disputa 'aberta'

Bia Haddad. Cuidado com ela! Ela pode ir longe. É só acreditar.

É um prazer poder assistir tudo isso de pertinho. Estarei na primeira semana em Paris assistindo aos jogos. Que felicidade!

Fonte: Fernando Meligeni

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O que esperar de Roland Garros 2017

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Não façam do tênis um esporte midiático e televisivo sem alma e história

Fernando Meligeni
Fernando Meligeni

De tempos em tempos volta a discussão sobre mudanças nas regras do tenis.

Li ontem e hoje dei uma boa estudada a respeito do que a ATP vai fazer com as experiências no Master da nova geração. A ideia de ter um evento que quase não vale nada e tem o intuito de promover a nova geração dá a liberdade de ousar, experimentar ou simplesmente debater.

Na pauta, algumas velhas novas mudanças voltaram, outras mais radicais apareceram. A maioria já nasceu morta.

Clive Brunskill/Getty Images
Jovens tenistas participam do lançamento do Next Gen ATP Finals
Jovens tenistas participam do lançamento do Next Gen ATP Finals
  • Best of 7 games

Sets com melhor de sete games, sem vantagem nos games. O jogo seria em melhor de 5 sets. Sem duvida, a intenção é fazer com que os jogadores e o público sintam que todos os games valem. 

Minha opinião:

Eu já joguei nesse formato. Achei péssimo. Foi em um torneio parecido (master da Copa Ericsson) que era mais pelo dinheiro e não valia pontos na ATP. A sensação como jogador foi ruim. Não vi o público diferente e desfigurou o esporte. Acho muita mudança junto e o tempo de jogo vai mudar pouco. Se fizerem isso, podem mudar o nome do esporte também. Isso pra mim não é tenis

  • 25 segundos entre pontos

Seriam 25 segundos entre pontos e 5 minutos de bate bola respeitados. Sempre existiu a discussão sobre os 25 segundos. Hoje, fica na mão do árbitro dar ou não a punição. Quem não se lembra da discussão do Nadal com o Bernardes? Outra mudança é que, a partir do segundo que os jogadores entram em quadra, eles tem 5 minutos. Sem enrolação

Minha opinião:

Acho positivo pelo lado de não ter mais a mão de alguém ao dar ou não a punição. Vejo que muitas vezes o jogador cansado usa e abusa do tempo e paradas estratégicas. Já fiz muito isso. Deixa de ser subjetivo e obriga o jogador a jogar dentro da regra. Acho legal. A parte dos 5 minutos do aquecimento acho perfeita!

Meligeni avalia anúncio de Federer em não jogar o Aberto da França: 'Fez a decisão certa'
  • Sem let

Muito se fala a respeito. A ideia é tirar o let.

Minha opinião:

Acho PÉSSIMO. Fazer que o esporte fique mais de sorte, mais imprevisível, nivelando por baixo. Perder ou quebrar um saque porque ele bateu na rede me parece pequeno e sem necessidade. Outra pergunta: quantas vezes em um jogo a bola bate na rede e volta o serviço? Não são tantas para mudar a regra. Eu não mudaria. Acho que é um grande erro e existe a possibilidade de parecer uma gincana - e não um esporte.

Meligeni elogia postura de Bia Haddad: 'Pode chegar ao Top 30 sem problemas'
  • Falar com o técnico

A ideia é liberar a comunicação entre o jogador e o técnico.

Minha opinião:

Eu acho que esta regra demorou demais a mudar. Me parece ridículo ter um treinador e ele não poder falar na hora mais importante do jogo. Ele te treina e, na hora da execução, ele não pode te ajudar. Acho que tem que ser bem feito, para não banalizar ou ficar uma falação feia. Mas tem que liberar. O jogo melhoraria e teríamos alternâncias táticas importantes nos jogos. Eu aprovo.

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  • Opinião geral

Sinceramente, não acho que as regras sejam o problema do esporte. Quem reclamou de um Federer contra Nadal na final do Australian Open? Foi longo? É só mudar para melhor de três sets. Eu não mudaria e acho que seria um grande erro.

Claramente, o que falta ao tênis são jogadores mais carismáticos, com mais engajamento com o público, mais acessíveis e com menos travas. Menos jogador robô, menos regras duras que um tenista não pode jogar a raquete no chão, não pode olhar pro lado, não pode nada.

Menos caretice dos dirigentes, menos politicamente correto, achando que um tenista ao jogar a raquete no chão está deseducando seu filho. O mundo mudou e nem por isso o esporte precisa ser exatamente igual. Existe sim uma necessidade de melhorias, mas não mudanças desse porte.

Não façam do tênis um esporte midiático e televisivo sem alma e história.

Fonte: Fernando Meligeni, blogueiro do ESPN.com.br

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Chegou a hora de parar

Fernando Meligeni
Fernando Meligeni

A frase "Atleta morre duas vezes" é uma das grandes verdades que eu já escutei, li e vivi.

Hoje acordei com a notícia que o Juan Mónaco, ex top 10, e com uma linda história no tênis decidiu se retirar do esporte.

O parar de jogar e exercer uma rotina das mais duras e incríveis que você pode ter é uma mistura de dor, medo, insegurança, alívio e sensação de estar totalmente perdido.

Um atleta vive a vida para o esporte. Um dia isso acaba. De um dia para o outro você não faz mais o que fazia e passa a ser um "ex". O respeito pela sua carreira continua, mas a diferença entre ser um altera um um ex-atleta é gigante. É basicamente como querer pedir emprego desempregado ou te consultarem para você mudar enquanto você está empregado e feliz.

Sou um dos atletas que não posso reclamar. Parei na hora certa, venho tendo uma carreira pós muito legal, continuo no esporte que amo e tendo alguma relevância. Mas será que lá no íntimo isso basta? Podem ter certeza que não. O buraco, a escuridão e as lembranças são grande e devastadoras, só os fortes e os que conseguiram achar caminhos que te tragam alguma adrenalina suportam e voltam a sorrir.

Não acredito em uma fórmula, mas com certeza o parar na hora certa, o ter dado o seu 110% e o ter vivido intensamente o esporte podem ser maneiras mais brandas de conviver com a saudade.

Eu parei há 14 anos e ainda sonho com quadras lotadas, adversários impossíveis, jogadas incríveis, títulos que poderia ter vencido e jogadores que nunca imaginei vencer.

Ser tenista é das melhores coisas que vivi na vida. Ser ex-tenista é das mais tristes que um verdadeiro atleta vai ter que carregar. Por isso, se jogue, aproveite cada jogo, cada treino, cada cidade e cada sensação.

Tenista: o verdadeiro significado de ir atrás dos seus sonhos, lutar pelas suas vontades, passar dos seus limites. Amar a vida e desafiá-la todo dia.

 

Fonte: Fernando Meligeni, blogueiro do ESPN.com.br

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Amizade no circuito

Fernando Meligeni
Fernando Meligeni

Existe muita história sobre amizade no circuito. Será que os jogadores são amigos? Se toleram? São politicamente corretos?



Vi e vivi muitas histórias. Fiz amizades verdadeiras, sou amigo de 'oi e aí' de muitos, fui amigo e me distanciei, nem tentei ser amigo...

Realmente a palavra amigo é complexa, mais ainda quando você luta pelos mesmos ideais e espaço. São poucos que tem estômago e inteligência para entender que jogo se ganha na quadra, e espaço se conquista pelo seu caráter e verdade.

No circuito fiz amigos. Poucos de verdade, poucos que se preocupam com você durante e após a carreira. Conto nos dedos, mas fiz. A amizade pode acabar por uma discussão em quadra ou uma atitude fora dela.

O mais normal é que, se a discussão ou problema foi normal, dentro da ética do jogo, a briga fica só no jogo. Caso o problema for 'de sacanagem', atitude antidesportiva, então o 'bicho pega' e a discussão vai para o vestiário. Neste caso, provavelmente, a amizade acaba.

Como no escritório ou na vida, nós também temos códigos e respeito ao outro. Quem passar fica marcado. Poderia marcar muitos nomes de amigos, desafetos, brigas, caras éticos que conheci.

1 - Amigo André Sá. Por ter jogado na mesma época e ter disputado vaga em time, jogos contra, poderíamos ter nos confundido. Mas tenho a maior admiração pelo querido amigo.

2 - Grande parceiro Guga. Vivemos muitas coisas. Aprendi demais com ele e tenho certeza que algo ensinei também. Nos separamos, mas somos amigos. Respeito demais o que ele fez e faz pelo tênis. Somos diferentes, mas verdadeiros parceiros.

3 - Amigo de circuito que virou amigo de verdade. Podemos fazer uma lista. Amigos que nos apoiaram, nos ajudaram em treinos e momentos duros. Amigos que nos surpreenderam. Aqui vou colocar o Fábio Silberberg. Quase morri quando entrava na quadra para jogar a semi de Roland Garros e vejo o Fábio lá sorridente. Não poderia perder este momoneto, então, de um amigo tão querido. Que sensibilidade. Que atitude maravilhosa.

4 - Técnicos. Edu Faria. Aqui posso colocar muitos. Ou melhor, todos que trabalharam comigo e deram o sangue. Mas o Edu é especial. Meu preparador físico que me fez mudar de estágio, mudar de patamar. Me colocou no ponto. Não era o que mais ganhava, não era o que mais viajava, mas era um gênio. Deu o sangue, deu a vida pelo meu objetivo. Nunca poderei retribuir. Nunca poderei dizer o quanto ele foi e é incrível.

5 - Por último, imprensa. Aqui coloco André Kfouri. Tão complicada a relação. Tão difícil para o jornalista ficar próximo do atleta e ser ético, ser correto. André Kfouri é o que eu simplesmente admiro de um jornalista. Teve todas as notícias na mão. Teve furos incríveis, fotos comprometedoras, viu coisas que um jornalista qualquer poderia esquecer em uma amizade. André é ético, é verdadeiro, é correto, é humano e é incrível. Sou fã desse incrível jornalista que virou amigo, que virou da minha família e hoje é um verdadeiro irmão.

Espero ter mostrado a relação de amizade do circuito. Com ela, faço uma singela homenagem a pessoas que eu admiro. Pessoas que eu até hoje me relaciono.

Fonte: Fernando Meligeni, blogueiro do ESPN.com.br

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Amizade no circuito

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A semana gigantesca de Bia Haddad, e o que isso revela sobre o tênis brasileiro

Fernando Meligeni
Fernando Meligeni
Getty
Bia Haddad conseguiu a maior vitória da carreira sobre Samantha Stosur
Bia Haddad conseguiu a maior vitória da carreira sobre Samantha Stosur

A gigantesca semana de Bia Hadad até o momento, com vitórias sobre Christina McHale (top 50) e Samantha Stosur (top 20), me faz debater um assunto mais do que importante.

Nos últimos dez anos o tênis brasileiro foi patrocinado pela nossa entidade maior com ajudas de viagens e, pela proximidade dos Jogos Olímpicos, a maioria dos jogadores foi ajudada por muitas empresas.

Se por um lado isso foi fundamental para que nossos melhores tenistas jogassem com mais tranquilidade - e que fique claro que é mais que merecido -, o lado negativo é que acomodou muita gente.

Vou tentar explicar melhor.

No caso da Bia, por exemplo, ela sempre foi ajudada e teve patrocinador. A entidade pagou seus treinos e foi uma promessa bem ou mal ajudada. Quando teve uma grande dificuldade, perdeu patrocínios, percebeu que não tem muito dinheiro em caixa, e o que aconteceu? Consegue seus melhores resultados. Será que isso está de alguma maneira fazendo sentido?

Meligeni diz que Sharapova voltou ao tênis mais magra e analisa queda em Stuttgart

Outros jogadores - sem dar nomes - são ajudados, ajudados e ajudados. Passagens, dinheiro para viajar, treinadores pagos e, lá no fundo, vejo uma falta de compromisso ou comprometimento. Aquela história que já escutamos. Se não der certo, meu papai ajuda. Tenho um plano B. É o pior. Acha que seus problemas apenas acontecem porque não tem grana pra viajar.

Outros é bem verdade, não tem dinheiro e perdemos grandes valores porque a família não tem condições e ao não viajar, treinar bem, ficam pelo caminho.

Mas então qual é a fórmula?

Sem dúvida nenhuma, é um meio termo. Não fazer política, não passar a mão na cabeça e estar próximo da verdade e do dia-a-dia do jogador. Saber se ele está fazendo por merecer. Só ajudar quem vem trabalhando, viajando e vivendo o tênis.

Meligeni se derrete pelo 'impressionante' Rafael Nadal e destaca o bom momento físico

Nos outros países, os jogadores chegam sem ajuda, viajando e ficando na Europa sem grana e com muito amor ao esporte. Aqui não me parece bem isso. Vejo uma dificuldade gigante de ABDICAR. Das coisas boas da vida. Da namorada. Da sua cidade. Dos amigos...

Convido os amigos tenistas, fãs do esporte, entidades e técnicos a discutirem comigo.

Viva os jogadores que lutam, amam e dão a vida pelo tênis.

Viva Bia, que teve todas as chances de desistir, desmotivar, mas consegue a cada dia se firmar e mostrar que o trabalho, o compromisso, o comprometimento e o amor ao tênis têm seu resultado - rápido ou demorado.

Fonte: Fernando Meligeni, blogueiro do ESPN.com.br

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O que a última semana mostrou de Nadal e Sharapova

Fernando Meligeni
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Rafael Nadal e Maria Sharapova, os destaques da última semana no tênis
Rafael Nadal e Maria Sharapova, os destaques da última semana no tênis

Dois dos maiores nomes do circuito começaram a última semana em momentos bem diferentes. Rafael Nadal lutava pela sua décima conquista em Barcelona; Maria Sharapova entrava em Stuttgart para tentar deixar pra trás o pior momento da sua carreira e começar uma nova fase.

O espanhol mais uma vez mostrou ao mundo como se joga no saibro. Sólido, profundo, sem erros e com muito apetite, voltou a ganhar sem problemas. É bem verdade que pouco ou nada foi colocado à prova: chegou à final sem maiores problemas e na decisão passou por cima de Dominic Thiem.

Veja lances da vitória de Rafael Nadal sobre Dominic Thiem por 2 sets a 0

Rafa deixa claro que, quando está sem problemas físicos, não tem adversários no saibro. Pode até não ganhar Roland Garros, mas nem público, nem imprensa e nem jogadores acreditam que exista outro favorito em Paris.

A russa jogou acima do esperado e teve uma mistura de sensações. Perguntas ásperas nas coletivas, adversárias com pouca ou nenhuma tolerância, público dividido.

Veja lances de Kristina Mladenovic 2 x 1 Maria Sharapova

Se na quadra ela mostrou que rapidamente vai voltar entre as 10 do mundo, fora da quadra me parece que vai demorar um pouco mais para conquistar a maioria. A semi e os convites para as próximas semanas vão trazer a russa para mais jogos, mais problemas e chances de tentar esquecer o passado.

Fonte: Fernando Meligeni, blogueiro do ESPN.com.br

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Um outro ponto no debate sobre Maria Sharapova

Fernando Meligeni
Fernando Meligeni

A russa Maria Sharapova volta ao circuito nesta semana, depois de pagar sua punição de um ano por doping.

Para um tenista, sem dúvida nenhuma, é a marca na carreira que ninguém quer ter.
Ser declarado doping positivo pode acabar com a sua credibilidade e, infelizmente, isso sempre será jogado na tua cara.

Do lado do esporte, a punição de uma das maiores expoentes do tênis feminino trouxe um pouco de credibilidade a um sistema destruído depois das declarações de Andre Agassi em seu livro.

Falado isso, queria colocar outro ponto em debate...

Acredito que a ATP, ITF e a WTA deveriam se juntar e formatar uma regra que atleta que for pego no doping não pode receber convite para torneios. Sua volta ao circuito teria que ser feita como todos os tenistas fazem: jogando futures e chalengers...

Dois pontos positivos:

1 - A punição fica mais severa e faz com que o tenista sinta seu erro ainda mais. Jogar campeonatos futures depois de ser número 1, 10 ou 50 do mundo é muito ruim para eles

2 - Para os torneios, é uma chance de ver grandes nomes em disputas menores. Mesmo sendo muito bom, o jogador vai ter que jogar, no mínimo, uns dez campeonatos pequenos antes de conseguir sair desse nível

Podem me achar duro, mas precisamos ver punições mais severas, que façam os infratores terem mais medo. 

Fonte: Fernando Meligeni

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Ser atleta é ir muito além de uma vitória ou derrota

Fernando Meligeni
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Andrew Patron/Icon Sportswire via Getty
Raquete tênis quebrada rede
Raquete de tênis quebrada: descontando a raiva por uma derrota

Ser atleta não é nada fácil, quando falamos em gerenciar vitórias e derrotas, alegrias e frustrações. Nossos técnicos vivem dizendo que é normal. Vivem dando exemplos de atletas que se superaram depois de uma dura derrota ou uma lesão. A volta por cima sempre é possível. Mas existe uma fórmula?

Vejo muito jogador vivendo mais do dia-a-dia do que da carreira. Enxergo isso no meu meio e com certeza deve ser assim nos outros esportes. Atleta encarando a derrota ou a série de derrota como o fim do mundo. Perder é igual a ser ruim. Perder é igual a perder tempo. Perder é igual a não ser um bom jogador. Quando ganhamos, normalmente isso não é assim. Ficamos felizes e até duvidamos, mas poucos acham que são OS CARAS ou AS MINAS.

Lembro de uma conversa com meu ex-técnico ao perder 5 match points em um jogo contra o Hicham Arazi, na Holanda. O Pardal chegou perto e me disse: "Você tem ideia o quão bem que você jogou? Você percebeu o quanto você está pronto para voos mais altos?". Você não pode se achar o tal ou uma merda por uma vitória ou derrota. Tem que pensar na carreira. Lutar todos os dias, mas entender que o esporte não é feito de um resultado. Ele é feito de anos de aprendizado, vitórias, derrotas, papelões e jogos incríveis. Quem pensa só em um jogo fica pelo caminho.

Levei isso muito a sério. Minhas atitudes, minhas lutas viraram por acabar minha carreira com o melhor ranking, com uma carreira com títulos, com vitórias importantes e grandes.

Vejo a molecada e tenistas próximos jogando para ganhar um jogo. Tenistas desesperados pelo resultado para colocar na mídia social ou para melhorar 10 posições no ranking na semana que vem. Mas será que isso vai te dar a alegria e o orgulho de ter sido um tenista, um atleta?

Aos mais jovens, aos meus queridos tenistas juvenis, transição, começo de profissional ou até top, só posso dizer uma coisa: jogue com o coração. Entregue tudo pela causa. Seja forte e não se deixe levar por uma derrota dura com match point a favor. Treine para ser um tenista melhor. Trabalhe que toda segunda-feira você tem mais uma chance de ter a semana da sua vida.

Fonte: Fernando Meligeni, blogueiro do ESPN.com.br

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Ser atleta é ir muito além de uma vitória ou derrota

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Rodrigo Caio pegou o cartão amarelo do juiz e deu em todos nós

Fernando Meligeni
Fernando Meligeni
Jô fala sobre hombridade de Rodrigo Caio em lance dentro da área: 'Vale mais do que título'

Ver a repercussão da atitude do Rodrigo Caio me impressiona mais pelo alarde do que pela atitude.

Em um país assolado pela corrupção, onde a TV não fala nome de time para não citar o patrocinador (depois critica a falta de apoio), não fala de ex-atleta porque ele está na emissora concorrente (depois critica que o país não tem memória esportiva), as leis são esquecidas no trânsito, no banco ou no simples dia-a-dia, chega a ser engraçado escutar atletas, técnicos ou até jornalistas que NUNCA fariam ou fazem o que falam e hoje aproveitam a onda para descarregar lição de moral e ética.

Rodrigo Caio jogou na cara e tentou abrir discussão de até onde se deve ir pelos seus objetivos e do seu time. Quantas vezes a bola bateu no dedo do jogador de vôlei e ele levantou a mão e disse BATEU? Quantas vezes foi gol e todos viram e o cara falou que foi? Será que ser justo em quadra ou campo é algo tão difícil?

Muitos dirão que a pressão da torcida faz isso acontecer. Lógico. Eu acho que isso acontece porque  ninguém faz. Se todos ou quase todos fizessem, por que a torcida reclamaria? Ou somos ou não somos éticos. A favor é legal. Contra, xingamos todos e achamos injusto. Ganhar acima de qualquer regra ou conceito acaba em briga ou guerra.

Carille parabeniza Rodrigo Caio por 'fair play': 'Vou procurá-lo para um abraço'

Precisamos de mais Rodrigos, mas acima de tudo precisamos criar vergonha na cara. O esporte poderia ser a porta de entrada. Mas para isso precisamos mudar já. Precisamos lutar pela vitória com toda a força e garra. Isso não tem nada a ver com o tal do politicamente correto. Tem a ver com justiça. Com os ensinamentos dos nossos mestres lá, quando tínhamos seis ou oito anos e eles diziam que o esporte era educativo, que criava valores e mostrava que o mundo poderia ser bem melhor. Vocês lembram, queridos atletas?

Existe a diferença entre ser bonzinho e correto. Justo e encardido. Esperto e ladrão. Ir no limite da regra e passar dela. No final, vemos os atletas dizendo que não viram se a bola entrou ou não como nossos políticos não viram nada.

Meligeni comenta sobre fair play: 'Atleta quer ganhar. E quer ganhar da maneira certa'

Nossa sociedade pode mais. Vamos parar de aplaudir o Rodrigo Caio e fazer o mesmo, ou melhor, quando você tiver a chance ou tiver que fazer.

Boa semana a todos.

Fonte: Fernando Meligeni, blogueiro do ESPN.com.br

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Rodrigo Caio pegou o cartão amarelo do juiz e deu em todos nós

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Aniversário

Fernando Meligeni
Fernando Meligeni
Quem viu? Relembre momentos da carreira de Fernando Meligeni, aniversariante do dia

Hoje completo 46 anos de idade.

Nestes anos só tenho coisas a agradecer. Fiz uma carreira incrível, cheguei longe demais no esporte que eu amo, fiz amigos, sempre fui leal as minhas convicções, mantive amizades verdadeiras, corri com amor atrás dos meus objetivos, ganhei, perdi, fui feliz, entristeci, me surpreendi e me decepcionei.

Neste 12 de abril quero agradecer as pessoas que tanto me ajudaram e a vocês pessoas que torceram tanto por mim.

Hoje é meu dia. Hoje mereço um presente. Vou pedir algo fácil, grátis e que para mim é extremamente importante.

Você acha que eu mereço um presente? Bom. Eu tenho um fácil de dar

Queria receber de cada um de vocês o presente de baixar meu APP chamado SOMOS TENIS.

Simples né? É entrar na Play Store ou na Apple Store e baixar.

Isso mesmo. Seria o melhor presente que você poderia me dar. E quem já baixou? Ok, você pode pedir pra alguém ou algumas pessoas que gostam de tenis fazer o mesmo. Baixar.

Será que consigo fazer esse movimento de aniversário? Ganhar esse presente?

Muito obrigado e viva o 12 de Abril.

Beijo em todos vocês.

Fino.

Fonte: Fernando Meligeni, blogueiro dos canais ESPN

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Ou o esporte muda ou afunda

Fernando Meligeni
Fernando Meligeni
Andrew Patron/Icon Sportswire via Getty
Raquete tênis quebrada rede
Raquete tênis quebrada rede

Outro dia encontrei um presidente de federação na rua e fui cobrado por ter generalizado ao dizer que eu mandaria embora todos os dirigentes esportivos do poder e começaria tudo de novo. Aceitei a crítica, mas me defendi dizendo que na política esportiva que vivemos hoje mesmo os que têm boas intenções não conseguem desempenhar um papel satisfatório. Disse também que nunca acusei ninguém, mas que tinha o direito como eles sempre tiveram com minha carreira de criticar, não concordar ou achar alguém bom ou ruim no que faz.

Lembro rapidamente as críticas que o Bellucci recebe no Brasil mesmo sendo top 100 há mais de oito anos, ter vencido quatro torneios ATP e, mesmo com carreira sólida que tem, muitos o criticam. Se as pessoas podem não gostar ou amar ele por que eu não posso ser contra este ou aquele? Eu mesmo fui criticado quando jogava e sou hoje na televisão. É a democracia. É o direito. É diferente criticar ou não gostar do que acusar.

O que fica claro é que nossa política esportiva não funciona. Fica mais claro ainda que enquanto não se mudar totalmente e não se colocar um cara extremamente competente e corajoso nos cargos que mudam as leis e as regras, não teremos mudanças. Quando digo "competente" não é o que mais grita ou se posiciona. É alguém que entenda de esporte, entenda de gestão, entenda de pessoas e entenda de política.

Meligeni, sobre momento de Federer: 'Está chegando em todas as bolas, parece um menino'

Ao acordar hoje e ver que quatro pessoas da confederação de esportes aquáticos foram presas, alguns devem achar que fiquei feliz. NÃO. Muito pelo contrário. Mais uma vez o esporte morre. O esporte anda para trás. O esporte perde espaço no país. Ao prender dirigentes esportivos, um sinal de alerta tem que ser ligado. Se é um que é preso ou está enrolado podemos e devemos acreditar que é da pessoa. Se mais de um sofre desse mal, o problema é do sistema, da maneira que deixam eles se apoderarem da entidade.

Hoje os atletas da natação podem estar felizes. Hoje o mundo das águas pode estar celebrando. Eu como já me entristeci com o tênis, com o judô, com o basquete, me entristeço com a natação. Acho que todos têm que pagar pelos que fazem. Todos. Mas mais importante que a prisão tem que ser a direção que o esporte vai tomar. O que vai se fazer. Quais as amarras que os dirigentes vão ter. Só prender pessoas não vai fazer o esporte evoluir. Temos o exemplo na política do Brasil. Deixem a polícia fazer seu papel. Façamos o nosso.

Ou se muda ou se afunda.

Fonte: Fernando Meligeni, blogueiro do ESPN.com.br

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Ou o esporte muda ou afunda

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Cada vez mais Federer de ser

Fernando Meligeni
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Getty
Roger Federer: festa em Miami após aula de tênis na final contra Nadal
Roger Federer: festa em Miami após aula de tênis na final contra Rafael Nadal

Mais uma vez, Roger Federer deixou o mundo do tênis incrédulo. Incrédulo por sua velocidade de pés, incrédulo por sua frieza nas situações mais complicadas durante a semana e nos BP hoje, incrédulo por jogar nesse nível neste momento de sua carreira.

A expectativa do jogo era gigante. Muito se esperava de um Nadal diferente ou mais ousado. Muito se falava do momento do suíço. Muito se esperava do jogo.

O jogo começou muito bom. Os dois tiveram chances de quebrar e receberam uma portada na cara com ótimas jogadas dos adversários. Logo no primeiro game, Rafa teve duas chances e não conseguiu por que o Federer jogou demais.

O mesmo aconteceu com o Federer. Tentou e não conseguiu por méritos do espanhol. Até o 4/3, os dois tinham tido quatro chances. O set poderia ir para qualquer um dos dois, mas o suíço mais uma vez foi mais agressivo, mais competente e fez a bola certa quando precisava fazer. Ganhou 6/3 e abriu uma cratera na confiança do Nadal.

A partir do segundo, vi um Nadal como sempre lutador e buscando a vitória a cada ponto, mas era clara a tranquilidade do Federer.

O suíço jogou mais, está jogando mais e merece o momento que vive na sua carreira. São três títulos incríveis em dois Master 1000 e um Grand Slam.

A pergunta que mais fazem é como ele mudou de patamar.

Acho que tenho algumas teses:

🎾 1 decidiu ser mais agressivo com a esquerda. Antes, ele trocava e caía para trás, aceitava a pressão e com isso deixava a bola curta primeiro.

🎾 2 ao melhorar a esquerda, está mais agressivo que nunca. Sacando bem e atacando demais com a direita.

🎾 3 e mais importante. Está voando em quadra. Corre em todas, chega em todas e tem a mão como aliada quando está bem posicionado.

🎾 4 e último. A mão do Ljubicic está funcionando. Parceria de sucesso. Trouxe alegria, tranquilidade e agressividade em seu jogo.

Que coisa incrível ver o Federer jogar hoje em dia. Só podemos agradecer e aprender.

Obrigado, Roger Federer, pelas aulas de tênis que você está ministrando ultimamente!

Fonte: Fernando Meligeni, blogueiro do ESPN.com.br

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Meu app de tênis. Meu mais novo projeto, paixão, loucura, filho...

Fernando Meligeni
Fernando Meligeni

Vocês devem ter lido nas minhas mídias sociais e alguns podem ter visto o vídeo que falo do meu App novo. Acho legal explicar aqui pra galera do que se trata.

Vocês sabem que eu sempre fui um cara próximo dos meus fãs. Fui convidado por uma empresa que já faz isso na Argentina com o Gáudio e o Zabaleta.

A ideia é um aplicativo com informações sobre tênis. Resultados, chaves, notícias... E mais que isso: no aplicativo estou colocando vídeos como as Dicas do Fino, os jogos do Fino na net e mais alguns vídeos diferentes. Mas o mais legal com certeza são os prêmios.

Os prêmios do app são desde raquetes e roupas de tênis a clínicas e bate bola individual comigo. E tem o grande prêmio: uma viagem para Roland Garros com direito a credencial que os familiares tem quando o jogador entra na chave principal. Com essa credencial você pode entrar na sala de jogadores, refeitório e vai assistir aos jogos do meu lado. Um ganhador vai comigo para Roland Garros e outro vai para outro Masters 1000. Sensacional.

Para entrar no app é simples. Você baixa ele de graça. Para concorrer a viagem você paga uma taxa pequena e pode ser sorteado para todos os prêmios. Está tudo explicado lá.

Detalhe. Se baixar hoje, você consegue sem problemas. Hoje apenas os clientes Tim conseguem pagar e concorrer aos prêmios. Em pouco mais de uma semana os clientes Vivo vão poder concorrer e se cadastrar. Os da Claro esperamos que em um mês mais ou menos ou pressionamos a operadora.

Tenho certeza que vocês vão adorar. Estou de corpo e alma neste projeto. Quero fazer desse app um sucesso. Só para vocês eu conto. Quero umas 500 mil pessoas no app. Por isso se você conhece algum amigo tenista manda para ele. Conta essa história e participe.

Segue abaixo o link para baixar o app. Espero vocês lá. O nome do APP é Somos Tenis

https://goo.gl/nPrD2f

Fonte: Fernando Meligeni, blogueiro do ESPN.com.br

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Até quando atletas e técnicos vão fazer de conta que não são responsáveis pelo futuro do nosso esporte?

Fernando Meligeni
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VANDERLEI ALMEIDA/AFP/GETTY IMAGES
Marco Polo Del Nero Apresentação Tite Seleção brasileira CBF 20/06/2016
'Vi poucos ou ninguém se posicionando contra o novo estatuto da CBF'

Todo mundo já sabe que sou um forte crítico da política esportiva no nosso país. Fico indignado e não respeito as pessoas que têm o poder de mudar as leis e o esporte brasileiro. Sei bem que, com vontade política e amor ao esporte, as coisas mudariam amanhã. Mas por um ou vários motivos eles não o fazem.

Mas nesse quadro de crítica é bom reforçar que não sou bobo nem ingénuo. Muito do que acontece tem seus motivos. Em um país de atletas e técnicos que pensam no esporte e no dia de amanhã, raros são os que pedem, pressionam e se posicionam. Desta forma, fica ainda mais difícil acreditar em uma mudança. Falta união e a maioria só se posiciona quando seu interesse é tocado. Por um bom tempo ganharam as bolsas atleta ou pódio e isso para eles era suficiente. Acharam que seria assim para sempre. Não foi.

Hoje, lendo as notícias, vi que a CBF fez um "lindo" estatuto e se fortaleceu ainda mais para que seu presidente fique, se quiser, mais 10 anos no poder. Vi poucos ou ninguém se posicionando. Mais uma vez vemos atletas "darem de ombros" e não estando nem aí com o esporte ou a molecada que vem. Eles, ao ganhar seu salário, acham que não têm que falar nada. Li também o problema no vôlei e mais uma vez não escutei muitos atletas. Alguns se posicionam, mas sempre os mesmos. Sempre poucos.

Nos outros esportes vemos federações rodeadas por problemas dando risada dos atletas.
Em vez de esperar alguma punição exemplar dos órgãos que têm que punir (que começo a duvidar que um dia puna), não seria a hora de fazer alguma coisa diferente? Podendo até fazer como em outros países, ou seja, lutar de fato pelo seu esporte. Pensei em como seria se os atletas cruzassem os braços por um dia? Aqui no Brasil já tivemos a experiência ao ver atletas sentados no gramado. Será que se o esporte todo fizesse, teria outra repercussão?

Vocês imaginam um dia em que NÃO SE JOGA NADA. Ou mudam as leis, ou não tem mais vôlei, tênis, futebol, judô, tênis de mesa por um dia.

Todos.

Ah, vai se perder dinheiro? As televisões vão reclamar? Pode ser. Mas tenho certeza que depois todos vão se dar melhor. Uma possibilidade seria ver todos os atletas postando em suas redes sociais uma fala dizendo "hoje eu não jogo, não treino" e a imagem do cara colocando o seu uniforme, sua raquete, sua bola, sua luva no chão. Como repercutiria no país? E no mundo? Esse seria a primeira atitude e primeiro aviso.

Isso acontece no mundo inteiro (não sei se em TODOS os esportes já aconteceu). Até na NBA, nos esportes que são super organizados e bem mais justos, já aconteceu uma luta por direitos. Por que aqui não?

Fico impressionado com a falta de atitude dos atletas e técnicos depois de darem a vida pela sua profissão e muitos ou a maioria hoje não terem dinheiro nem pro ónibus, nem pra comer, nem para contratar um técnico ou viajar para competir. E ainda continuam calados e felizes?

Muitos podem dizer: "Agora é fácil, Fino, você de fora cornetando". Sim, é fácil, mas ninguém percebeu que o esporte no Brasil está morrendo? Que temos menos atletas, menos torneios, menos possibilidades. Esse é um post para fazer o atleta pensar.

Assisti com atenção á matéria na Globo e na Record. As duas falam de legado, as duas falam com atletas. As duas traçam quadros tristes, mas com pouca solução. Sabe por quê? Porque só o atleta e o técnico têm o poder da mudança. Só o protagonista.

Fica a dica. Será que chegou a hora de colocar as cartas na mesa? Chega de ver o esporte em mãos erradas? Chega de aceitar migalhas?

Fonte: Fernando Meligeni

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Carta aos pais: o que é ser tenista profissional no Brasil hoje em dia

Fernando Meligeni
Fernando Meligeni
Divulgação
Orlando Luz durante evento com crianças do Brasil Open em São Paulo
Crianças brasileiras praticando tênis no Open em São Paulo

O mundo mudou muito. Os valores, os objetivos, as informações, as possibilidades. Muitos dos que me leem são de uma época bem diferente e arrisco a dizer que mais fácil do que a de hoje.

Nesse cenário, nosso esporte e principalmente o tênis mudou demais. Venho escutando de todos os lados que hoje em dia é muito mais difícil treinar um jogador, muito mais difícil colocar objetivos na molecada, infinitamente mais complicado mostrar que as coisas se conquistam com suor e atitude. Hoje, tem mais informação e com isso mais dinheiro, regalia e possibilidades. Hoje as coisas descartáveis são mais presentes e a confusão é clara. O que é descartável? O que é fundamental?

Formar um jogador de tênis nos dias de hoje é realmente mais complicado. Para o técnico e para os pais virou uma fórmula difícil e cara. Com isso poucos se aventuram, poucos estão indo pelo caminho certo.

Em primeiro lugar tenho que dizer que a dificuldade que vocês estão tendo só se vence com muito diálogo, muito exemplo e muita paciência. É fácil dizer que o tal menino não quer treinar e virar as costas. Mas será que é certo fazer isso? Não. Temos que ter mais garra, mais atitude e ser mais próximo deles. Entender que eles vão estar mais nas redes sociais, vão namorar mais e dar menos importância para você. Um exercício de humildade absurdo.

Por outro lado vivemos o pior momento do nosso país. Pouco dinheiro, pouco emprego, receio com o futuro e nossos filhos decidirem ser tenistas. Qual é a fórmula?

Para começar temos que mudar a nossa maneira de pensar. Vejo muito técnico ainda pensando que o tenista tem que viajar menos e treinar mais (falo dos jogadores profissionais). Vejo ainda a mentalidade brasileira e não a do resto da América do Sul que viaja para Europa, Estados Unidos e vai sem saber quando volta, como vão se virar lá...

Nos dias de hoje ser um pai controlador e que quer seu filho próximo é sinônimo de não ter chance de sucesso. Pai que permite o filho ficar e se virar na Europa por quatro, cinco ou até seis meses seguidos tem uma chance. Quando eu falo "ficar" não é depositar na conta do garotão 10 mil dólares e sempre que ele precisar tá lá o papai botando grana para ele. Falo se virar, dormir barato, jogar torneio de grama, ficar em casa de família, jogar interclubes... Ralar e viver a dureza do nosso esporte.

Hoje, o tênis é para guerreiros. Hoje não vejo mais a chance de jogar achando que o hotel é ruim ou treinando e viajando pouco. De uma vez por todas nosso esporte virou uma profissão. Ou você é tenista ou o convido a pensar em outra coisa.

Duro? Direto? Sim. Ser tenista requer atitude. Ser tenista no Brasil é difícil demais. E se não acordarmos para a realidade nosso esporte acaba. É olhar que a direção é claramente essa.

Último ponto e, quem sabe, o mais importante. Este para a molecada e também para os jogadores em transição. Não aceitem técnicos ruins, não engajados e que te tratem como se fosse um quilo de farinha. Você se mata na quadra e pede engajamento e treino de qualidade. Se não for para treinar bem, saia. Mude. A sua chance de jogar é uma só. Teu técnico sempre vai ter mais jogadores. Não permita que ele acabe com seu sonho. Pagando ou não, sendo o melhor do treino ou não ele tem que te dar atenção. Tem que mostrar o caminho.

Espero ter conseguido falar abertamente sobre alguns assuntos difíceis e importantes.

Acredite e trabalhe duro.

Fonte: Fernando Meligeni, blogueiro do ESPN.com.br

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Com Federer em alta, o que esperar da briga pelo número 1 do mundo?

Fernando Meligeni
Fernando Meligeni
Getty
Roger Federer após a conquista do título do Masters 1.000 de Indian Wells
Roger Federer após a conquista do título do Masters 1.000 de Indian Wells

Três torneios, dois títulos: Australian Open e Indian Wells.

Esse é o começo de ano espetacular de Roger Federer. No entanto, muito mais que os títulos e os mais de 3.000 pontos conquistados até agora, o que mais me impressiona é sua condição física e sua evolução técnica. Dois pontos me espantam: seu revés está incrível, e ele tem dado poucas brechas aos seus adversários.

Ontem, mais uma vez, controlou o jogo da maneira que gosta. Fez a bola andar, acelerou o jogo e combinou saque e direita com muita eficiência. Mentalmente já se sabia que ganharia contra o Stan, mas acima de tudo foi firme quando baixou um pouco no começo do segundo set e não deixou o jogo complicar.

A pergunta geral é se ele volta a ser número 1 do mundo. Sinceramente, não consigo responder. Federer está muito longe ainda e tem contra ele a idade e o calendário mais enxuto. Outro ponto importante é saber se ele quer correr os riscos e se quer entrar na loucura de torneios que é preciso jogar para ser o líder do ranking.

Tenistas mostram lado cantor e soltam a voz, mas é Djokovic quem mita no fim do vídeo; veja

É bem verdade que se ele ganha tudo que joga também pode chegar, mas esse caminho é bem mais complicado e improvável.

Ao falar de Federer, não podemos deixar de falar de Nadal, Djokovic e Murray.

O número 1 do mundo está abaixo do seu nível - infelizmente sentiu lesão e não joga Miami. Mesmo assim fica por um bom tempo líder, mas neste momento jogando menos que se imaginava. Normal? Acho que sim, mas se quer manter esse lugar, precisa jogar mais.

Djokovic também está abaixo e continua jogando mal, além disso me parece desfocado. Luta, tenta, mas falta o brilho nos olhos. Algo tirou sua gana e raiva de perder. Pode quebrar raquete, gritar e ficar bravo, mas para os tenistas do circuito está claro que ganhar dele hoje não é algo tão impossivel. Ele abriu a porta.

Assista aos lances da vitória de Federer sobre Wawrinka por 2 sets a 0!

Nadal vem lutando como nunca. Tem atitude, trabalho e brilho nos olhos. Seu jogo e sua bola não machucam mais como antes. Pode e vai melhorar. Para mim é o favorito para a temporada do saibro, mas precisa melhorar nos jogos grandes. Precisa voltar a meter medo. Precisa machucar mais

Depois de um Australian Open dos sonhos e a expectativa de ter os quatro jogando muito, teremos que esperar mais um pouco para ter o melhor ano com os quatro jogando muito e lutando pelo número 1 do mundo.

Fonte: Fernando Meligeni, blogueiro do ESPN.com.br

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O que Federer, Nadal e o esporte ensinam para as nossas vidas

Fernando Meligeni
Fernando Meligeni
Veja lances de Rafael Nadal 0 x 2 Roger Federer

Nos dias de hoje, onde a ética e a moral estão tão desconectadas do nosso povo, fico pensando nos valores que o esporte te ensina.

Quando somos pequenos e entramos em uma quadra de tênis, aprendemos sobre justiça, bola dentro e fora, companheirismo, atitude e lutar pelo que é seu.

Não vou dizer aqui que atleta é perfeito e que ninguém se desvirtua, mas esses valores colocados quando somos crianças te dão uma força gigantesca.

Ao ver a Lista do Janot, ao ver o que pessoas fazem com o esporte, ao assistir o descaso com dinheiro dos outros, pergunto: Onde erramos? Faltou esporte na base para esses que fazem o mal? Faltou um professor como o Nunes, que eu tive sorte de ter quando tinha oito anos e que me deu bronca quando eu falei fora uma bola na linha? Que me levava para comer no refeitório do clube com os boleiros, professores do clube e me dizia que não existia diferença entre o rico e o pobre? Que ao entrar pela primeira vez em uma quadra de tênis me disse: "Seja bem-vindo à quadra de tênis. Você tem que ter respeito por este esporte, está quadra e as pessoas que trabalham nela"?.

Ao assistir ontem o jogo Nadal x Federer percebi que a vitória e a derrota são consequências de trabalho certo e momento. De um lado vemos um Federer confiante, alegre, agressivo e sabendo claramente o que tem que fazer. Do outro um Nadal ultrapassado, acuado, agarrado no passado e sem forças para reagir.

O 6/2 6/3 de ontem me deu uma clara noção do que é o mundo do tênis e o quanto ele é parecido à nossa vida fora da quadra.

Eliminado! Djokovic perde para Nick Kyrgios e dá adeus em Indian Wells

Para vencer, você tem que se focar no seu, trabalhar duro, não passar ninguém pra trás e aproveitar suas chances. Tudo isso é fundamental, mas nunca se esqueça de pensar grande.

Fiquei muito impressionado mais uma vez como esses dois gênios se comportaram em quadra. De um lado poderíamos ter visto um Federer fazendo cara de EU SOU O CARA. Nada disso: respeitou do primeiro ao último ponto e fez seu trabalho com decência e profissionalismo, mesmo percebendo um Nadal bem abaixo do que normalmente joga. Do outro vimos um Nadal lutando até a última bola e, ao perder, estendendo a mão e dizendo "parabéns, hoje você foi melhor". Nada de voadora ou briga como no jogo de futebol em Brasília ou atitude deplorável de outra magnitude. Mostrou que jogo se joga dentro da quadra. Acabou? Aceite a vitória ou derrota.

Esses dois e o esporte têm muito para ensinar nossos tenistas, nossos empresários e políticos. Pena que ao invés de olhar um jogo desse muitas dessas pessoas deveriam estar em outro lugar pensando em como se dar bem ou tirar vantagem de aproveitar alguma oportunidade obscura.

Vida longa às pessoas do bem. Vida longa a Federer e Nadal.

Vida longa ao combate à corrupção e tentativa de moralizar nosso país.

Fonte: Fernando Meligeni, blogueiro do ESPN.com.br

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