Palmeiras sem pressa para investir. E a cautela agora é correta
O ano mal começou, ainda não saiu sequer da maternidade do tempo, e já vejo gente preocupada com a “falta de reforços” no Palmeiras. Antes de mais nada, não gosto da palavra “reforço”; ela ficou banalizada e serve para qualquer chegada, desde um craque extraordinário a um juvenil recém-promovido. Prefiro o termo “contratação”, simples e direto. Se, mais adiante o jogador vingar, então é reforço.
Bom, a conversa não é sobre a Língua Portuguesa, embora um luso entrará na história. O tema é o elenco que o bicampeão da América terá para 2022. Em três semanas da gestão Leila Pereira ainda não se anunciou nenhum nome de impacto. Vieram o goleiro Lomba, o atacante Navarro e o meia colombiano Atuesta. Por ora, apenas para compor o grupo, nada que seja impactante.
Especulações não faltam e são comuns nesta época. Sempre foi assim. O Mercado da Bola mostra tendências e é terreno fértil para garimpos e para empresários fazerem negócios para seus pupilos. O que não falta é atleta sendo oferecido aqui e ali, com a falsa impressão de que são os clubes que correm atrás deles com desespero. Ok, faz perte do circo que é o futebol. Acredita quem quiser.
Voltemos ao Palmeiras. Não vejo necessidade de desabalar atrás de profissionais e trazer gente a qualquer custo, só para mostrar serviço. O plantel que Abel Ferreira tem à disposição é bom, diria muito bom, e vencedor. Apesar de alguns torcerem o nariz - e isso é normal -, essa turma mostrou valor com dois títulos seguidos da principal competição da América, com uma Copa do Brasil e um Paulistão. O torcedor palestrino, hoje, não tem do que se queixar. Está saciada de troféus.
Alguém pode lembrar que houve baixas, e de gente experiente, como Jailson, Felipe Melo, Willian, Borja, Victor Luiz, Luiz Adriano e provavelmente de Lucas Lima. Fato. Porém, com respeito por todos eles - no meu caso, admiro muito os três primeiros da lista -, perderam espaço e não seriam aproveitado. A reciclagem faz parte de qualquer atividade e tem destaque no futebol. Cada um seguirá seu caminho.
A preocupação no momento é a disputa do Mundial de Clubes. Nisso Abel e seus colaboradores estão trabalhando desde as férias. E a realidade mostra que terão de encarar o desafio com a tropa com a qual lidam há mais de um ano. O técnico precisará traçar estratégia eficiente com o pessoal que conhece muito bem. Não há cartas na manga, não há trunfos inesperados nem golpes de cena. É preciso usar a cabeça, ser inteligente, como o próprio Abel mostrou em gesto que virou meme e resumo de sucesso.
Entra aqui a questão de “reforços”. Exceto um Messi, um Cristiano, um Neymar - enfim, astros desse quilate -, dificilmente um jogador que baixasse no Palestra nas próximas semanas encontraria ambiente, ritmo, entrosamento para elevar o nível briilhar em Dubai. Sim, o futebol é lindo porque consagra heróis improváveis - e aí estão Breno Lopes e Dayverson para confirmar. Com um detalhe: ambos já faziam parte da trupe quando marcaram os gols dos títulos das duas Libertadores em 21.
Quem vier agora precisará de tempo, de aclimatação, de paciência de todos. Não se justifica, portanto, temor com os destinos da equipe no Mundial. A direção palmeirense mostrou que se interessa em formar grupo forte, para encarar Atlético-MG e Flamengo no favoritismo por taças. Aliás, a permanência de Ferreira foi o primeiro grande “reforço” para a temporada. Outros virão, espero que escolhidos com critério e que possam ter o status de ídolos e… “reforços”.
Bom 2022 para todos.
Palmeiras sem pressa para investir. E a cautela agora é correta
COMENTÁRIOS
Use a Conta do Facebook para adicionar um comentário no Facebook Termos de usoe Politica de Privacidade. Seu nome no Facebook, foto e outras informações que você tornou públicas no Facebook aparecerão em seu cometário e poderão ser usadas em uma das plataformas da ESPN. Saiba Mais.