Vinicius Jr. vira pedra no mocassim de Tite na seleção brasileira

Antero Greco
Antero Greco

Pessoal, perdi a conta das vezes em que vi convocações da seleção brasileira. Da mesma forma, já nem sei mais em quantas ocasiões testemunhei idiossincrasias de treinadores com relação a alguns jogadores. Idiossincrasia, em Português simples, pode ser tomada como “cisma”, para o bem ou para o mal. Para trocar mais em miúdos: o “professor” pega birra com um atleta; daí, ou o chama sempre, mesmo em má fase, ou o despreza, mesmo que entre na lista para compor o grupo. 

Para citar de cabeça, lembro de Zagallo, que desprezou Ademir da Guia em 74 e só o colocou em campo meio-tempo, na disputa do terceiro lugar; de Cláudio Coutinho, com a insistência de ter Edinho como lateral em 1978; de Telê, que ignorou a fase de Leão e não o levou para o Mundial de 82; de Parreira, que só chamou Romário na última partida eliminatória para a Copa de 94; de Dunga, que não quis saber do jovem Neymar para a aventura na África do Sul em 2010. Tem um monte de casos.

Para Tite, Vini Jr. tem condições de atingir o nível do Real Madrid na seleção brasileira

         
     

É o que acontece agora com Vinicius Jr em relação a Tite. O rapaz está comendo a bola no Real Madrid, é o destaque, com dribles, assistências e gols, muitos gols. Com 21 anos (22 em 12 de julho) é mais maduro, mais robusto, além de técnica e taticamente mais evoluído do que na época em que apareceu no Flamengo. Olha que, então, ele já era muito bom. Agora confirma as expectativas que se criou em torno dele e justifica os milhões de euros que os espanhóis despejaram para levá-lo. 

Sem exagero, e já correndo o risco de exagerar, dá para dizer que é um dos melhores, senão o melhor brasileiro em atividade, aqui ou no Exterior. Supera seus companheiros de clube, Casemiro e Rodrygo (também chamados hoje), brilha mais do que Gabigol, Raphinha, Gabriel Jesus, Antony e até Neymar, que dispensa apresentações, porém atravessa etapa delicada, com contusão. 

Mesmo assim, Tite não derrama elogios para Vini Jr. Ao contrário, recorre a discurso conservador e cauteloso para tecer considerações e justificar por que não o enxerga como titular da seleção. Nesta quinta-feira, voltou a dizer que não se deve esperar demais de atletas nesse estágio, pois a oscilação aparece com frequência; lembrou que o moço demorou para firmar-se no Real; alegou que lhe tem oferecido oportunidades e advertiu para o risco de excesso de expectativa. Pediu calma. 

Em resumo: dá a impressão de que ainda não bota fé em Vini Jr. 

Tite não é paraquedista na profissão, tampouco aventureiro que apareceu do nada. Por isso, ao ficar cheio de dedos com o atacante sensação do momento deixa transparecer essa incerteza. Nem vale muito o argumento da idade. Antony também tem 21 anos (faz 22 em fevereiro), Rodrygo é de 2001, enquanto Emerson Royal e Matheus Cunha são um pouco mais velhos (ambos de 1999).

Claro que há muita estrada para essa rapaziada percorrer, e que seja repleta de sucessos. Mas, com 21, quase 22 anos, quem é bom já rouba a cena. E é o que vem acontecendo com Vini Jr. Fosse o Tite parava de onda, enchia o jovem de coragem e brios, ao dizer que quer vê-lo como titular. Sem essa tantos mas, porém, contudo, todavia, entretanto. Aposta no taco e vê o que acontece. Se não der certo, faça marcha a ré, deixe-o como opção no banco e parta para outra solução. 

O entrave está no fato de Tite ter um bloco de jogadores com os quais trabalha há seis anos e nos quais confia, mesmo em fase instável. Pode dar certo, mas é raro. O Brasil se deu bem com a geração 58/62, mas quebrou a cara com a base mantida para 66. Telê confiou demais na turma de 82 e teve decepções com ela em 86. 

Fico na torcida para que Tite esteja certo nas escolhas e seja coerente. Mas fico mais ainda na torcida para que Vini Jr., Antony, Matheus Cunha e outros consigam dar um nó na cabeça do professor e provem por A mais B mais C que vão surpreender e arrebentar no Catar. Quero o Brasil mais ousado e menos “ponderado”. 

Vinicius Jr está pedindo espaço na preferência de Tite, que mantém expectativa moderada
Vinicius Jr está pedindo espaço na preferência de Tite, que mantém expectativa moderada Lucas Figueiredo/CBF
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Derrota para o Marrocos mostra que a seleção brasileira precisa urgentemente definir técnico

Antero Greco
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A derrota por 2 a 1 para o Marrocos não significou desastre para a seleção brasileira. Na atualidade, foi até resultado normal, pois de um lado estava uma equipe interina e de outro um time que terminou o Mundial do Catar em quarto lugar. Deu a lógica, portanto, no amistoso disputado neste sábado (25) em Tânger. 

O jogo serviu para confirmar o que muitos (e me incluo nesse bloco) têm afirmado há algum tempo: a CBF precisa definir logo quem será o treinador titular, aquele que comandará o projeto para a Copa de 2026. A promessa era de que a questão estivesse resolvida até janeiro; não foi, e se fala em fechar acordo em junho.

Nada contra Ramon, treinador em início de carreira promissora. Poderia até ser ele (ou qualquer outro, de qualidade), se assim entendesse a cartolagem nacional. E se, claro, lhe desse tempo para o trabalho, como na seleção Sub-20 e provavelmente na formação olímpica para 2024. Na prática, não é o que acontece: ele foi chamado para tapar buraco, para um jogo apenas, porque a CBF tinha acordo comercial para cumprir. 

Seleção brasileira em foto oficial antes do amistoso contra Marrocos
Seleção brasileira em foto oficial antes do amistoso contra Marrocos FADEL SENNA/AFP via Getty Images

O interino Ramon fez o que lhe restava e convocou um grupo que também pode ser considerado temporário. Como não há nome definido para o cargo, não se tem ideia de quantos que foram para a partida no norte da África serão confirmados adiante. Pode ser que o substituto de Tite opte por muitos nomes diferentes. 

 Isso é ruim e instável. Tanto quanto a apresentação brasileira. Ramon até teve proposta agressiva, ao largar com Rony, Rodrygo e Vini Jr, além de Paquetá como o criador (teoricamente) das jogadas ofensivas. Não funcionou, porque vieram poucas bolas de qualidade para o trio. 

Também é de uma injustiça atroz achar que errou ao escalar Rony no lugar de Antony. O palmeirense, com suas limitações técnicas, foi o que mais correu, se esforçou e participou de lances importantes. No segundo tempo, foi substituído por Antony, que teve pouco destaque. 

O calcanhar de aquiles foi o sistema defensivo, com desempenho confuso da zaga formada por Royal, Militão, Ibañes e Alex Telles. Eles ficaram muito expostos, pois igualmente esteve instável a proteção oferecida por Casemiro e Andrey. A série de mudanças feitas por Ramon também não surtiu efeito. 

Os marroquinos se valeram do entrosamento que os transformou em sensação no Catar. Por isso, abriram o placar aos 28 minutos do primeiro tempo, com Boufal, e fecharam a conta com Sabiri aos 21 do segundo. Também nessa fase, mas aos 21, Casemiro empatou, em falhar tremenda do goleiro Bono. No lado brasileiro, Weverton foi bem, quando necessário, e sem chance de reação nos gols.

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Ituano mostra para o Palmeiras como pode ser complicada a final

Antero Greco
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Foi mais difícil, bem mais, do que se imaginava. Mesmo assim, o Palmeiras vai para a quarta final consecutiva do Paulistão. A vitória por 1 a 0 sobre o Ituano, na tarde deste domingo (19), foi uma prévia do que o espera nos jogos que valerão a taça, sejam contra Água Santa ou com o Red Bull Bragantino. 

O atual campeão entrou em campo, diante de seu público, no Allianz, com a condição de favorito e ao mesmo tempo com a responsabilidade de seguir em frente. Nem poderia ser diferente: em três anos, ganhou a competição duas vezes, fora a pilha de títulos que tem acumulado. O Ituano não tinha nada a perder; ao contrário, estava no lucro desde que bateu o Santos e se livrou do rebaixamento; e principalmente ao tirar o Corinthians da frente, uma semana atrás, nos pênaltis. 

E o que fez a equipe de Gilmar Dal Pozzo? Fincou os pés na defesa, com constantes linhas de 4 e de 5, e ficou à espera de um lance fortuito, igualzinho o que aconteceu na NeoQuímica. Deixou para o Palmeiras a necessidade de tomar iniciativa. Foi o que fizeram Dudu, Rony, Veiga & Cia., na tentativa de resolver a questão ainda no primeiro tempo. Com baixa de Tabata com 8 minutos (por contusão). Com dificuldade pela forte marcação. O trio, por isso, teve poucas oportunidades de finalização.

O roteiro só não foi favorável para os palestrinos porque Jefferson pegou demais; o goleiro transformou-se em paredão do início ao fim. Até no lance do gol de Murilo, aos 13 minutos do segundo tempo, ele fez milagre, ao parar parcialmente bola cabeceada por Gomez, após cobrança de escanteio. No rebote, o outro zagueiro artilheiro desviou de cabeça. 

O Ituano raras vezes abandonou a tática do “jogar por uma bola”. Só depois de levar o gol, tratou de se soltar, sem assustar Weverton. A segurança defensiva do Palmeiras, já uma de suas marcas registradas, impediu qualquer sonho ousado. Não por acaso o líder na classificação geral se mantém invicto (10 vitórias, 4 empates) e sofreu apenas 5 gols. 

A dificuldade, no entanto, serve de alerta. O Palmeiras não teve vida fácil para fazer 1 a 0 no São Bernardo (segunda melhor campanha) e suou para tirar o Ituano do caminho. Água Santa e Bragantino tiveram boa trajetória até agora, são organizados, com sistemas defensivos razoáveis e ataques agressivos o suficiente para tê-los feito chegar à semifinal. Haverá arrepios na decisão. 

Abel Ferreira vai a mais uma final com o Palmeiras, a terceira seguida no Paulistão
Abel Ferreira vai a mais uma final com o Palmeiras, a terceira seguida no Paulistão Cesar Greco/Ag Palmeiras
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Fluminense atropela Volta Redonda e mostra estar pronto para a final

Antero Greco
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O Volta Redonda tinha o melhor ataque do Estadual do Rio (29) e uma defesa razoável (16 sofridos) até topar com o Fluminense pela segunda vez em uma semana. O ataque continua no topo, mas a defesa ficou arrasada e despencou para a última posição (junto com o Boavista), depois dos 7 a 0 na tarde deste sábado (18), no Maracanã. Foi um atropelo impiedoso, daqueles de perder o rumo.

Mais do que a atuação desconjuntada do Voltaço, o resultado mostrou o Tricolor pronto para a decisão do torneio contra Flamengo ou Vasco. Com otimismo, e uma pitada de exagero, é possível colocar a trupe de Fernando Diniz como favorita, independentemente do rival tradicional que terá pela frente. 

Cano dá show, marca quatro gols, Fluminense goleia Volta Redonda e vai à final do Carioca; VEJA como foi

          

     


O Fluminense (agora com 28 gols) foi um trator, do primeiro ao último minuto. Os 2 a 1 para o Volta Redonda, na partida anterior, mexeu com os brios de técnico e sua rapaziada. Para não dar margem a qualquer surpresa, aos 3 minutos Samuel Xavier abriu a conta e Cano aos 7 dobrou a vantagem. 

Sem dar respiro ao adversário, o terceiro veio com Alexander aos 23. Martinelli fez o quarto aos 39. Antes da pausa para o intervalo, veio o quinto, com Cano aos 47. Ali estava decidida a sorte de uma parte das semifinais. 

Como a tarde estava favorável, o Fluminense se manteve no ataque, embora com menos intensidade e, em ritmo de treino (esta expressão é nova), fechou os trabalhos com outros dois de Cano, aos 18 e aos 40 minutos do segundo tempo. 

O dinizismo mostrou-se em estado puro, com a formação ideal do Fluminense para o momento. Não pegará ninguém de surpresa se a escalação for repetida na final. Os tricolores encorpam para os outros desafios da temporada. Quem sabe com uma taça debaixo do braço, só para dar mais moral? É possível.

Cano comemora gol do Fluminense
Cano comemora gol do Fluminense Mailson Santana/Fluminense
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Vasco corre risco de entrar em depressão. Mas ainda tem o Estadual e não pode errar no Campeonato Brasileiro

Antero Greco
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O Vasco voltou para a elite do Brasileiro cheio de esperança. Ou melhor: iniciou 2023 com astral lá em cima, por causa da mudança de direção e com perspectiva de recuperar tempos de glória. Além disso, cumpriu primeira fase digna no Estadual, bateu o Flamengo na penúltima fase de classificação e se garantiu na semifinal.

Agora, com diferença de quatro dias, vê o fantasma dos insucessos rondar sua rotina. Primeiro foi a derrota por 3 a 2 para o mesmo Flamengo, domingo, na abertura da fase decisiva do Campeonato Carioca. A vantagem trocou de lado. Para complicar, nesta quinta-feira (16), foi eliminado da Copa do Brasil, após empate por 0 a 0 com o ABC, em São Januário, e derrota por 6 a 5 nos pênaltis. 

Um baque e tanto para o grupo que se forma nestes meses, sob o comando de Maurício Barbieri. Avançar na competição nacional era importante sob vários aspectos: psicológico (como incentivo para o próximo duelo com o Fla), técnico (permanência em um torneio que garante ao campeão vaga na Libertadores seguinte) e financeiro (a premiação em cada fase é generosa). 

O Vasco viu ao menos dois deles (técnico e financeiro) irem para o espaço por demérito dele mesmo. Talvez tenha sido a pior apresentação até agora. Não bastaram vontade e suor; faltou qualidade, assim como estiveram ausentes criatividade e ousadia. A equipe carioca não teve cabeça para furar a bem armada estratégia de defesa do rival do Rio Grande do Norte. A decepção da torcida, ao final da série de pênaltis, concentrou-se em Pedro Raul, que perdeu cobrança decisiva (a quinta, que selaria a vitória). 

Falhas do Vasco à parte, não houve injusta no resultado. O ABC jogou conforme seus limites - e nisso se deu bem. Imaginava regressar para casa com uma proeza, após missão quase impossível. Conseguiu e tem direito à alegria. 

O Vasco vive uma semana delicada, que pode terminar em depressão. Precisa tomar cuidado para não desandar, já que depois do Carioca o restante do calendário lhe reserva a disputa da Série A do Brasileiro. E nesta não pode errar. 

Mauricio Barbieri terá de mostrar tato na primeira turbulência no Vasco da Gama
Mauricio Barbieri terá de mostrar tato na primeira turbulência no Vasco da Gama Gazeta Press
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Paulinho, o reforço, mostra que tem cabeça para colocar o Atlético-MG na Libertadores da América

Antero Greco
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Paulinho comemora classificação do Atlético à fase de grupos da Libertadores
Paulinho comemora classificação do Atlético à fase de grupos da Libertadores Pedro Souza / Atlético


Sou muito avarento para usar a palavra "reforço". Ela ficou banal no futebol, porque usada para qualquer contratação feita por um clube. Mesmo um meia-boca é apresentado como reforço. O Atlético-MG, no entanto, pode usar sem constrangimento esse termo ao se referir a Paulinho. O moço foi um dos que chegaram no começo do ano, depois de passagem sem graça pelo Leverkusen e, ao menos até agora, se mostra bom de serviço.

Tão eficiente que já fez um punhado de gols - os principais na semana passada, na Colômbia, e na noite desta quarta-feira (15), no Mineirão. No duelo de ida com o Millonarios garantiu o empate por 1 a 1. Na volta, fez os dois primeiros, na vitória por 3 a 1, com a passagem carimbada para a fase de grupos da CONMEBOL Libertadores.

Paulinho usou a cabeça para a vantagem do Galo, seja do ponto de vista física como simbólico. Na prática, ele testou duas vezes sem chance para Montero, ambas na etapa final: a primeira, em cruzamento impecável de Hulk aos 3 minutos e a outra aos 35, depois de levantamento de Patrick. Além disso, seus deslocamentos foram fundamentais para confundir a zaga adversária. 

Para arrematar a atuação acima da média, Paulinho serviu Hulk, no terceiro gol, aos 42. À medida que o tempo passa, cresce o entendimento entre a dupla, que pode dar muito o que falar na temporada. Por ora, não há o que reclamar no empréstimo do atleta revelado pelo Vasco e que, cinco anos atrás, se aventurou na Europa. 

O Atlético-MG mereceu o resultado (o gol de Uribe aos 49 não interferiu em nada), sobretudo pelo segundo tempo. No primeiro teve dificuldade de passar pelo eficiente sistema defensivo colombiano e raramente incomodou Montero. O técnico Eduardo Coudet tirou Edenilson no intervalo, colocou Pedrinho e conseguiu dar mais velocidade ao time, pelo lado direito do campo. 

No segundo, o gol de Paulinho, com poucos minutos, abalou o Millonarios, que ainda assim insistiu em manter-se atrás, pois o empate levaria para os pênaltis. O jogo tornou-se pesado, truncado, de novo sem lances de maior emoção, embora o Galo tentasse mais o ataque. A recompensa veio com o segundo de Paulinho, que deixou o rival nas cordas. Hulk confirmou o nocaute com um lindo gol.

O Galo continua em fase de ajustes, de observações de Coudet, não tem uma definição de titulares. Mas caminha para isso. A classificação para a principal etapa da Libertadores servirá para a autoconfiança do grupo e também para organizar a programação para o primeiro semestre. O time tem potencial para crescer.

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Falta ao São Paulo brilho vencedor que durante décadas foi marca registrada

Antero Greco
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Amigo tricolor, missão complicada encontrar justificativas para mais uma frustração, a primeira de 2023. Não se deve tirar o mérito do Água Santa, que fez campanha muito parecida com a do São Paulo na fase de classificação. Mas a rapaziada de Rogério Ceni, pelo “peso da camisa”, pela responsabilidade da tradição, pela necessidade de conquistar títulos, não poderia sair do Paulistão de maneira melancólica. Mas aconteceu: empate por 0 a 0 no tempo normal e derrota por 6 a 5 nos pênaltis, na partida disputada na noite desta segunda (13) no Allianz Parque.

O São Paulo entrou em campo, como mandante na casa de adversário histórico, com algumas mexidas, provocadas pelas contusões que não acabam e por opções do treinador. Porém, como a sina de ter baixas não dá trégua, com menos de 20 minutos perdeu Galoppo, que sentiu torção. Erisson entrou, sem convicção, a ponto de ser substituído por Alisson no segundo tempo. 

A dificuldade de criar emperrou a vida são-paulina, como já ocorreu em outras ocasiões. Houve entrega e tentativa de dominar o Água Santa, que se segurou com base na sólida defesa, uma das menos vazadas na competição (só 9 gols sofridos). À medida que o tempo avançou, igualmente cresceu o nervosismo do São Paulo. 

Instabilidade que persistiu no segundo tempo e foi repassada para o torcedor na arquibancada do estádio palestrino. A sensação de noite trágica teve reforço com a contusão de Wellington, quando não podiam mais ser feitas modificações. Ele jogou os minutos finais só para constar, sem função prática. E o Água Santa apostou firme nos pênaltis, como havia feito o Ituano no domingo diante do Corinthians. E a estratégia foi cumprida à perfeição, com a passagem para as semifinais, contra o Bragantino. 

O São Paulo ficará um tempo sem atividade, com prejuízo financeiro inevitável. A maré baixa pode ser compensada com tempo para recuperação de atletas e para treinamentos. No entanto, o que se viu no Allianz foi algo que há muito incomoda quem acompanha o time: falta-lhe qualidade, que Palmeiras e Flamengo por exemplo têm. E isso não é de agora. Há muito bato na tecla de que o clube contrata demais com retorno prática de menos. Carece também daquele brilho vencedor, que durante décadas foi sua marca registrada. 

 

Rogério Ceni terá tempo para treinar para torneios importantes, porém fica pressionado no São Paulo
Rogério Ceni terá tempo para treinar para torneios importantes, porém fica pressionado no São Paulo Rubens Chiri / saopaulofc.net

 

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Falta ao São Paulo brilho vencedor que durante décadas foi marca registrada

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O Corinthians tropeça nos erros, na falta de pontaria e no regulamento

Antero Greco
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Não gosto de campeonatos com fórmulas híbridas. Já disse e escrevi isso centenas de vezes. Acho estranho começar com todos contra todos e terminar com eliminação direta e pênaltis. Bem, no caso do Paulistão, a confusão é ainda maior, por ser quase um todos contra todos na fase de grupos, porque times da mesma chave não se enfrentam. Enfim, um rolo danado, só para encurtar o torneio e não atrapalhar mais o calendário. 

Feita a lembrança, digo que o Corinthians foi a enésima vítima dessas fórmulas malucas, ao ser eliminado pelo Ituano na cobrança de penalidades, em Itaquera, depois de empate por 1 a 1 no tempo normal. Em nove chutes para cada lado, a turma de Fernando Lázaro perdeu três (Fábio Santos, Fagner e Gil), enquanto a rapaziada de Gilmar Dal Pozzo desperdiçou duas (Raí Ramos e Mário Sérgio). 

O Corinthians caiu por causa do regulamento, por falha na pontaria de trio pra lá de experiente - sem contar a precisão do goleiro Jefferson em duas defesas - e sobretudo pelo desempenho instável. Se alguém pegar só os melhores momentos, poderá achar que foi um massacre alvinegro, já que teve bola na trave, cabeceio tirando tinta da trave, chutes de média e curta distâncias, chutes por cima, pressão.

As imagens são bacanas. No todo, porém, o Corinthians esteve aquém de jogos recentes Estadual, encontrou muita dificuldade diante de rival que na última rodada estava entre classificação e rebaixamento (bateu o Santos por 3 a 0). Ou seja, o Ituano entrou nas quartas de final como franco-atirador. Sem o peso da responsabilidade, ainda por cima jogando como visitante, não tinha nada a perder. E deu no que deu: agora pegará o Palmeiras na semifinal na mesma condição. 

O Ituano esteve tão à vontade que, depois de mostrar que a intenção era a de se segurar, abriu vantagem, no primeiro tempo, com golaço de Raí Ramos). O Corinthians sentiu o baque, lamentou demais a ausência de Renato Augusto, porém empatou com Paulinho antes do intervalo. No segundo tempo, caiu de rendimento e, à medida que o tempo passou, aumentou o nervosismo. Ótimo para o Ituano.

Para quem acha esse tipo de confronto emocionante e justo, vale registrar que na etapa de classificação o Corinthians somou 22 pontos contra 12 do Ituano… Bom, nem adianta alertar para isso, agora. Lázaro e seus rapazes devem tirar lições para competições semelhantes que terão pela frente, a Libertadores e a Copa do Brasil, que preveem definição no sistema de eliminação direta. E há muito que afinar no elenco e na forma de atuar.

Cássio rezou, defendeu um pênalti, mas dessa vez não conseguiu evitar eliminação corintiana
Cássio rezou, defendeu um pênalti, mas dessa vez não conseguiu evitar eliminação corintiana Peter Leone / O Fotografico / Gazeta Pre
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O Palmeiras segue no rumo do título estadual, mas teve mais dificuldade do que o habitual

Antero Greco
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Sejamos práticos e sem enrolação: numa fase de eliminação direta, só de “mata”, o importante é seguir em frente. Em tal aspecto imprescindível, o Palmeiras alcançou o objetivo, na noite deste sábado (11), no Allianz Parque. O magro 1 a 0 sobre o São Bernardo permitiu ao atual campeão paulista saltar para a semifinal e garantir o direito de decidir o título - se chegar à final - também em casa. A melhor campanha (9 vitórias e 4 empates) lhe dá essa primazia.

A classificação poderia ter sido mais suave e incisiva. Sim, sim, a trupe de Abel Ferreira provou, pela enésima vez, que é boa na hora de a onça beber água. Não se discute a eficiência - e não é por acaso que cansou de erguer taças nas últimas temporadas. No entanto, já jogou melhor, e superou desafios com folga. Fica o alerta para obstáculos maiores que terá, ainda no Paulistão, e mais adiante na Libertadores, no Brasileiro e na Copa do Brasil.

Não foi o caso do duelo com o São Bernardo. Ok, ok, é preciso levar em conta que se tratou do encontro entre as duas melhores campanhas da fase de grupos e pena que só um time permaneceu. Por aquilo que mostraram - e por comparação com outros classificados - mereciam continuar na disputa. Porém, é o regulamento…

Mesmo com esses “entretantos”, o Palmeiras já mostrou fluidez maior no desempenho. Digamos que a partida com o São Bernardo colocou à prova, de maneira intensa, a capacidade de Weverton, Gomez, Veiga, Dudu & Cia. resistirem a dificuldades. Pois foi o que aconteceu diante do “Dortmund Paulista”. 

Sobretudo no primeiro tempo, quando prevaleceu equilíbrio e, em certos períodos, domínio do representante do ABC. Weverton em dois lances escancarou por que é um dos melhores goleiros em atividade no Brasil. Alex Alves trabalhou menos, embora não tenha conseguido fazer nada no gol cabeça de Rony, que decidiu a primeira das quartas de final, aos 41 minutos.

A segunda parte foi menos intensa, e então prevaleceram a harmonia e o entrosamento palmeirenses. O São Bernardo encontrou menos espaço para contragolpes, viu suas opções de ataque morrerem na marcação rival e no final estava entregue e exausto. 

Abel surpreendeu, ao mandar Tabata como titular desde o início, ao lado de Veiga, Dudu e Rony, numa formação que lembrou aquela do 2021 e 22, quando Scarpa estava no elenco. Tabata foi um dos melhores em campo. Mais uma vez Endrick amargou banco, e não entrou nem com as cinco substituições. 

Márcio Zanardi mexeu no São Bernardo com o que tinha, sem sucesso. O treinador e seus atletas deixam o Paulistão com ânimo para a disputa da Série C do Brasileiro, com boa imagem no Estadual e com reclamações. A principal foi contra Edina Batista, que não deu pênalti, aos 33 minutos, quando a bola bateu no braço de Marcos Rocha, depois de tocar na coxa. Provavelmente ela considerou que o desvio na perna descaracterizou a jogada como falta. 

Rony mais uma vez foi decisivo e fez o gol que leva o Palmeiras à semifinal do Estadual
Rony mais uma vez foi decisivo e fez o gol que leva o Palmeiras à semifinal do Estadual Cesar Greco/SE Palmeiras
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Fluminense e Marcelo mexem (bem) com o futebol do Rio e do Brasil

Antero Greco
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Bonita e emocionante a festa que o Fluminense organizou para a apresentação de Marcelo, o filho pródigo que retorna para casa, 17 anos depois de sair para ganhar o mundo. Os 30 mil torcedores que foram ao Maracanã, no início da noite desta sexta-feira (10), toparam com evento fora do comum por estas bandas e tão corriqueiro para os europeus. Mas valeu a pena: não é a todo momento que um clube tradicional resgata uma cria de renome e ainda em condições de compensar o investimento. 

Alguém com senso crítico mais ácido pode alegar que Marcelo há muito superou o auge da carreira, tanto que deixou o Real Madrid, após uma década e meia, a maior parte do tempo como titular. Claro que, aos 34 anos, nenhum atleta tem o vigor dos 20, sobretudo para quem ocupa a lateral, uma faixa de campo que exige velocidade. No entanto, o histórico dele indica poucas lesões e sinaliza com a perspectiva de atividade de bom nível ainda por tempo razoável; dependerá dele, do calendário e da forma como for utilizado pelo treinador (no caso, Fernando Diniz). 

Marcelo se emociona ao ser recebido pela torcida do Fluminense no Maracanã:'Foram 17 anos longe de casa'

          

     


A presença de Marcelo no elenco tricolor tem tudo para trazer benefícios. O mais óbvio e imediato foi a resposta na compra de camisas. Tão logo foi anunciado o acordo, dias atrás, houve correria na busca pela número 12, aquela de preferência do astro. Essa busca significa dinheiro e estimula patrocinadores - atuais e futuros. Fala-se tanto na capacidade de os europeus obterem renda extra dessa maneira. Pois, então, eis oportunidade para que o mesmo ocorra com o Fluminense. 

A rodagem de Marcelo deve acrescentar qualidade ao já bom nível do elenco - é isso o que se espera de um profissional com seu histórico. Diniz terá, em campo, um “auxiliar”, uma referência, um líder. E poderá optar por colocá-lo na posição de origem (a lateral) ou na meia, pela precisão do passe e dos chutes. Ou seja, terá alguém com quem Ganso possa dividir a função de municiar o ataque. 

O aspecto mais importante, porém, vejo na chacoalhada que o Fluminense provoca no futebol carioca  - e, por extensão, brasileiro - com a repatriação de Marcelo. Não espero um enorme salto de competitividade do time por causa de um jogador, embora ele seja importante nesse quesito. E creio que a melhoria deva ocorrer naturalmente. Importa muito o simbolismo desse movimento do clube. O tricolor sinaliza que pretende encurtar a distância que o separou do Flamengo nos últimos anos; mostra disposição para entrar na briga por títulos importantes, e não só o Estadual como aconteceu no ano passado e pode repetir-se agora. 

O Fluminense dá passo importante para revitalizar a concorrência no Rio, e isso faz bem para todos. Há tempos digo que hegemonia única, num centro tão importante, não é bom para ninguém, nem para o Flamengo. Porque o futebol vive de rivalidade, especialmente local. Em curto prazo, é bacana para o rubro-negro ver que adversários tradicionais ficaram para trás. Com o tempo, porém, haverá esvaziamento, indiferença do público e, como consequência, perda de renda. 

O Fluminense forte fará com que o Flamengo preste atenção na estratégia que utiliza - e, com isso, saia do comodismo que os títulos trouxeram. (Está aí o momento de oscilação que atravessa). O mesmo raciocínio vale para Vasco e Botafogo, que também saíram da modorra ao criarem SAFs e partirem para administração profissional. Também colhem resultados por essa guinada. Claro, há muito o que fazer; pelo menos abandonaram a condição de observadores e voltam a ter olhar mais ousado. 

Que Fluminense e Marcelo tenham sucesso e inspirem gestos semelhantes em outros times. Todos ganharam, em qualidade técnica e em faturamento.

Marcelo em sua apresentação no Fluminense
Marcelo em sua apresentação no Fluminense Gazeta Press
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Fluminense e Marcelo mexem (bem) com o futebol do Rio e do Brasil

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Flamengo de Vitor Pereira é um amontoado que perde taças e faz a alegria dos adversários

Antero Greco
Antero Greco

Amigo rubro-negro, você conhece a história da Torre de Babel? Está na Bíblia. Em resumo, foi assim: os homens queriam erguer uma torre grande, muito grande, tão alta que chegaria ao céu. Deus ficou bronqueado com essa pretensão e resolveu semear confusão entre os construtores. E o que fez? Em vez de uma língua única, como havia até então, criou diversos idiomas. Com isso, ninguém se entendeu mais, o projeto foi abandonado e nunca mais houve consenso na humanidade. 

Se trouxermos o episódio para o futebol, dá para encaixar ao momento que o Flamengo vive. O Flamengo de Vítor Pereira é um monte de gente na tentativa de criar um projeto ousado, mas ninguém fala a mesma língua. A começar pelo treinador, ou principalmente por ele. Não dá para captar a mensagem do divino guru, como diria o Rolando Lero, aquele personagem da Escolinha do Professor Raimundo. Porque ele começa com um esquema, muda durante o jogo, faz uma salada mista indigesta, irrita todo mundo e perde mais uma taça. 

O parágrafo acima resumo o que foi a derrota para o Fluminense por 2 a 1, de virada, na noite desta quarta-feira (8), na decisão da Taça Guanabara. O “mister” resolveu inovar, em relação à equipe que perdeu para o Vasco no domingo. Por razões táticas ou físicas, deixou no banco alguns titulares, casos de Santos, Ayrton Lucas, Everton Ribeiro, Varela, Pedro, além de desfalques de David Luiz e Thiago Lima, contundidos. Entrou uma rapaziada nova, como Matheus Cunha, Igor Jesus, Matheus França, mais Cebolinha desde o início e não como alternativa de banco. 


         
     

O Flamengo modificado até que foi bem no primeiro tempo. A marcação ágil anulou o meio-campo tricolor, surgiram ações de gol, Cebolinha abriu o placar, Gabigol fez o segundo (bem anulado). Tudo parecia caminhar para desfecho feliz, com o primeiro troféu da temporada - muito menos valioso do que os outros perdidos, mas sempre uma forma de comemorar e aliviar a tensão. 

No segundo tempo, desandou a maionese (fazia tempo que eu não usava essa) rubro-negra. O Fluminense acordou, com duas alterações do Fernando Diniz (saíram David Braz e Keno, entraram Pirani e Lima). Leve, esperto, ágil, o tricolor partiu para cima, assustou o rival e empatou com Cano, o artilheiro da marca do L.

Pronto, bastou aquilo para desnortear o Flamengo. A insegurança deu as caras, o semblante de Vitor Pereira ficou carregado, o clima esquentou em campo. O técnico português resolveu apelar e partiu para mexidas. As coisas só pioraram, ao tirar Gabigol, Arrascaeta e Igor Jesus, por Matheusão, Vidal e Ayrton Lucas. O grito de “Burro! Burro!” veio forte das arquibancadas. Ainda tentou corrigir, depois, com Everton Ribeiro na vaga de Matheus França. Era tarde, porque a equipe virou um amontoado de jogadores sem entenderem o que deveriam fazer. 

Era tarde porque o Fluminense se encheu de coragem, voltou a atacar e virou com Pirani aos 38 minutos. Daí pra frente, não teve mais jogo - só bate-boca, enrolação, pressão pra cima do juiz e o cronômetro correndo contra o Flamengo. 

Não se trata de má vontade contra Vitor Pereira. No entanto, ele não se ajuda, porque tenta mexer numa estrutura montada com o calendário em cima e com diversas decisões seguidas. O sensato seria aproveitar a base recebida, apurar aqui e ali, mudar sem alarde e, com o tempo, impor sua maneira de jogar. A sardinha dele está na brasa.

Será que esse tempo virá, com a pressão e desconfiança cada vez maiores? Não sei. Sei que, neste momento, o Flamengo só levanta a bola para os rivais, que agradecem, vencem e levam troféus para casa. 

A sardinha de Vitor Pereira está a assar em fogo forte no Flamengo, depois de vários insucessos
A sardinha de Vitor Pereira está a assar em fogo forte no Flamengo, depois de vários insucessos Maga Jr/Agencia F8/Gazeta Press

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O fiasco no Paulistão é novo alerta de tempos turbulentos no Santos

Antero Greco
Antero Greco

O Santos tem uma das histórias mais lindas do futebol. Mas é impressionante como há décadas trata de desrespeitar suas conquistas. Embora vez ou outra consiga beliscar uma final ou título local, a rotina tem sido a de decepcionar torcedores e flertar com vexames. O mais recente veio neste domingo (5), com a terceira eliminação seguida no Campeonato Paulista, após os 3 a 0 para o Ituano. 

Perder faz parte do jogo - e o time de Itu precisava do resultado, para afastar risco de queda para o A-2 estadual e, por tabela, passar para a fase seguinte. Normal que corresse e desse tudo de si. O problema esteve do outro lado, com um Santos apático, perdido, sem saber o que fazer do início ao fim. O resultado foi consequência da vontade de um e do desmantelamento de outro. E poderia ter sido pior. Já estava batido antes do intervalo, com os gols de Claudinho aos 18 minutos e Gabriel Barros aos 48. Ainda levou outro, na parte final, com Quirino aos 22. 

Ficar fora de uma competição na qual tem rico currículo já é incômodo. Pior, quando se sabe que a metade dos concorrentes seguirá adiante. Mais chato, porém, é o retrospecto pobre, com três vitórias, cinco empates e quatro derrotas. Foram só 14 gols a favor e 17 contra. Indefensável até o argumento de que está sob nova direção, com o retorno de Odair Hellmann e a supervisão do grande Paulo Roberto Falcão. 

O Santos de novo apresenta perspectivas pouco animadoras para o restante da temporada e para desafios mais importantes como Copa do Brasil e Brasileirão. O grupo repleto de jovens - e alguns veteranos sob crivo da crítica - será pressionado, cobrado - e não sei se aguentará o tranco. Da mesma forma, a partir de agora o comando técnico viverá momentos de incerteza - e não sei se a direção sob comando de Andrés Rueda vai segurar as pontas. Ou seja, o Santos vive, em março, rotina de turbulência que tem caracterizado sua rotina em anos recentes. A final da Libertadores de 2020 foi exceção. 

O presidente do Santos, Andres Rueda, enfrenta nova crise com eliminação do time no Paulistão
O presidente do Santos, Andres Rueda, enfrenta nova crise com eliminação do time no Paulistão Ivan Storti/Santos FC
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O fiasco no Paulistão é novo alerta de tempos turbulentos no Santos

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Convocação é prêmio à dedicação e à eficiência de Rony, o antiastro já muitas vezes cornetado

Antero Greco
Antero Greco

Você já cornetou o Rony? Seja sincero, principalmente se for palmeirense. Eu já, e mais de uma vez. Diria que uma dezena. Basta resgatar o que disse na TV e em redes sociais. Houve vários momentos em que achei que havia sido desperdício o que foi investido nele. Bem como achava incompreensível a insistência com que Vanderlei Luxemburgo, primeiro, e Abel Ferreira, em seguida, o mantinham no time.

Pois faz tempo que mudei de ideia, reconheço o valor dele e faço-lhe elogios. Por que mudei de postura? Por culpa do próprio. Rony convenceu a mim, a muitos críticos e, creio, a milhões de torcedores de que não merece ser tratado como um perna de pau, um grosso que resolve, um bronco e esforçado jogador. Pode não ser um craque, um Ademir da Guia, um Zico (parabéns, Galinho, que hoje faz 70 anos), mas jamais pode receber o carimbo de acomodado, limitado e “bendito” pela sorte.

Técnico interino Ramon Menezes elogia Raphael Veiga e Rony e exalta poder de decisão do meio-campista palmeirense          

     


Rony ganhou espaço no Palmeiras vencedor por mérito, dedicação, entrega e gols. Perde muitas oportunidades, é verdade. Porém, corre para criá-las, não acredita em bola perdida, não tem medo de divididas. Não faz cara feia, se o treinador o coloca ora na direita, ora no centro, ou alguma vez na esquerda. Também não chia, se for necessário recuar, auxiliar na lateral, dar carrinho em adversário, entrar na barreira ou pular com atacante adversário em escanteio contra sua equipe. Pau pra toda obra, um antiastro que resolve. E sempre com sorriso, nos aplausos e nas vaias. 

O perfil de profissional multiuso de Rony foi levado em consideração por Ramon, técnico interino da seleção e com bagagem no futebol. Não se trata de um curioso, um paraquedista no mundo da bola. Pode ter passagem-relâmpago no cargo, como no passado o tiveram Candinho ou Edu Antunes (irmão de Zico). Porém, soube reconhecer o benefício de ter no grupo um atleta que faz tudo o que listei acima e ainda corre como um guepardo. Quando dá arrancadas, Rony leva pavor aos zagueiros. 

Não sei se Ramon vai colocá-lo em campo contra Marrocos, não tenho ideia se haverá nova oportunidade para Rony. Sei que, neste momento, a convocação é justa. Excelente para ele, para os agentes (o passe sempre valoriza), para seus amigos e parentes. Só fico em dúvida se não vai prejudicar o Palmeiras, desde que avance para a final do Campeonato Paulista. Esse é o lado perverso da seleção: há jogos marcados pelo mundo, enquanto os torneios domésticos rolam sem pausa. Para complicar, além de Rony, também Veiga e Weverton serão baixas verdes. 

Rony se transformou em jogador essencial para o Palmeiras e chamou a atenção de Ramon
Rony se transformou em jogador essencial para o Palmeiras e chamou a atenção de Ramon Cesar Greco/Palmeiras
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Convocação é prêmio à dedicação e à eficiência de Rony, o antiastro já muitas vezes cornetado

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Flamengo tem de parar para respirar e começar de fato o ano de 2023

Antero Greco
Antero Greco

Uma, duas, três taças das sete que, em princípio o Flamengo almejava, já foram para o espaço, em apenas dois meses. Decepções acumuladas em pouco tempo, que tendem a esquentar o ambiente para os lados da Gávea. Nesta hora, no entanto, são necessários cabeça fria - se isso for possível - e replanejamento. O melhor a fazer é respirar, tomar fôlego e imaginar que a temporada começa agora, a partir da fase final do Estadual. E centrar o foco em CONMEBOL Libertadores, Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil

O calendário mostrava perspectiva promissora para os rubro-negros, com Supercopa do Brasil, Mundial de Clubes e CONMEBOL Recopa na largada do ano. Tira-teimas de tiros curtos, nos quais havia possibilidade de pelo menos dois troféus. Ou, na pior das hipóteses, um - e justamente a Recopa, com partidas de ida e volta, decisão no Maracanã, diante de rival sem lastro, o Independiente del Valle. 

Não deu nada certo, e, pior do que isso, as fragilidades ficaram mais expostas do que as virtudes. Diante do Palmeiras, em jogo espetacular (3 a 4), sobraram espaços entre defesa, meio-campo e ataque. Falha que se repetiu contra o Al Hilal (2 a 3), no Marrocos. Contra o Del Valle, na ida (0 a 1). houve oscilação; na volta, um bom primeiro tempo, queda no segundo e gol salvador 35 segundos antes do fim (Arrascaeta, 1 a 0). Nervosismo e cansaço na prorrogação e nos pênaltis.


         
     

A ironia da bola: Arrascaeta salvou o Flamengo da eliminação nos 90 minutos e foi o único a errar a cobrança, aquela que abriu a série. Acontece. 

Pior do que perder nos pênaltis é o fato de o Flamengo atual não ter sequência de apresentações convincentes. Sob o comando de Vitor Pereira ainda não moldou “uma cara”, não tem definida uma forma de jogar. Um desconto (pequeno) deve ser dado ao treinador, que desembarcou no clube em janeiro e mais disputou taças do que teve tempo de treinamentos. 

De qualquer forma, é preciso detectar o que acontece com um time que é praticamente o mesmo que encerrou 2022 com o tri da Libertadores e o tetra da Copa do Brasil, sob a direção correta e nada espalhafatosa de Dorival Jr. A pegada, as trocas de passes envolventes, o poderio ofensivo dão as caras esporadicamente - como aconteceu na noite desta terça-feira (28). A pressão sobre o rival equatoriano se deu mais pelo valor individual do que por uma estratégia definida. As três chances de gol na primeira parte foram consequência do esforço do que resultado de uma maneira de jogar. Isso precisa ser corrigido. Quem sabe, agora, com mais tempo e competições longas consiga ser feito. 

Vitor Pereira será pressionado, e não poderia ser de outro jeito. Ao assumir o compromisso de dirigir um time como o Flamengo, sabia dos bônus e deve ter avaliado também o ônus. Esperar para ver se haverá paciência com ele. 

O Flamengo sob o comando de Vítor Pereira perdeu as três taças que disputou até agora em 2023
O Flamengo sob o comando de Vítor Pereira perdeu as três taças que disputou até agora em 2023 Marcio Machado/Eurasia Sport Images/Gett

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Flamengo tem de parar para respirar e começar de fato o ano de 2023

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Adversários do Palmeiras no Paulistão: banco de reservas, São Bernardo e Corinthians

Antero Greco
Antero Greco

O Palmeiras inicia 2023 como nos anos anteriores: com futebol prático e sólido, um time titular consistente, que o colocam como favorito (ou grande concorrente) nas competições que disputa. No Paulista, em princípio, vejo como adversários a temer apenas o São Bernardo e o Corinthians. Fora o banco de reservas, que pode ser entrave ao longo da temporada. Por mais que Abel Ferreira dê espaço para a turma da "regra três", raras vezes ela passa confiança para a torcida. 

A irregularidade dos substitutos deu as caras na vitória por 2 a 1 sobre a Ferroviária, na noite deste domingo (26), no Allianz. A partida seguia roteiro habitual, com o Palmeiras a pressionar, a criar situações perigosas e a abrir 2 a 0, até o treinador apelar para o recurso de fazer trocas. Entraram os habituais Mayke, Jailson, Breno Lopes, Giovani, além de Flaco López e o desempenho despencou. A ponto de tomar susto nos acréscimos e, por pouco, não ver escorrer três pontos. 

Raphael Veiga e Gabriel Menino marcam, e Palmeiras vence a Ferroviária no Campeonato Paulista; veja os gols

          

     


A Ferroviária não incomodou na maior parte do tempo. Com ameaça de rebaixamento, o técnico Elano preferiu retranca e aposta em algum contragolpes perdido, Não deu, pois viu os palmeirenses virem para cima, com as jogadas rápidas de Raphael Veiga, Dudu, Rony e Endrick, ainda muito afobado por não desencantar. Ele teve até duas possibilidades de finalização, mas errou. 

Mesmo assim, os gols saíram com naturalidade, um em cada tempo: com Gabriel Menino, de cabeça aos 42 minutos da etapa inicial, e com Veiga aos 15 da segunda. O meia foi o melhor em campo, com a assistência no gol de Menino. É um dos fatores de desequilíbrio do Palmeiras, fundamental no esquema de Abel. 

Pelo andar da carruagem, o que pode estragar a pretensão de terceiro título estadual em quatro anos é a fragilidade do banco. Aspecto que merece atenção da direção. Na bola, o alerta deve ligar-se no duelo direto com o São Bernardo, com campanha impecável e ousadia para enfrentar a trupe de Abel. De olho, também, no Corinthians, que encorpa à medida que engrena, com a mescla de experiência e juventude. Por ora, não vejo outros adversários com topete para brecar o Palmeiras. 

Raphael Veiga deu assistência para o gol de Gabriel Menino e deixou o seu diante da Ferroviária
Raphael Veiga deu assistência para o gol de Gabriel Menino e deixou o seu diante da Ferroviária Cesar Greco / Palmeiras
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Adversários do Palmeiras no Paulistão: banco de reservas, São Bernardo e Corinthians

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O Santos é instável. O Corinthians se firma como candidato, ao menos, para chegar à decisão

Antero Greco
Antero Greco

O placar na Vila Belmiro expôs, ao final do clássico entre Santos e Corinthians, o empate por 2 gols. Mas o desempenho, na tarde deste domingo (26), não foi igual. A turma da casa voltou a oscilar, como tem sido sua marca na primeira fase do Campeonato Paulista. A rapaziada da Capital mostrou mais entrosamento, qualidade e de novo deixou a impressão de que é candidata ao menos para chegar à final.

 Não chegou a ser domínio corintiano de cabo a rabo. No entanto, à medida que avançam as rodadas se torna evidente que Fernando Lázaro tem um grupo que tende a fazer boa temporada, a começar pelo torneio doméstico. A formação principal, com a maioria dos veteranos que compõem a tropa de choque, é competitiva, experiente e por ela passará o sucesso - ou decepção - nos desafios que o calendário reserva - aí incluídos Libertadores, Copa do Brasil e Série A

Santos e Corinthians fazem clássico movimentado na Vila e ficam no empate; VEJA os gols

          

     



O primeiro tempo foi do Corinthians, depois de alguns minutos de resistência santista. Com Renato Augusto a ditar o ritmo, para variar, além da movimentação constante de Yuri Alberto e Roger Guedes na frente, a defesa rival foi colocada à prova. E ao menos em dois lances deu brecha para o azar. No primeiro, gol de Yuri Alberto anulado pelo VAR. No segundo, gol de Yuri Alberto anulado pelo bandeirinha mas confirmado pelo VAR. 

O Santos em eterna reconstrução, oscilou e teve apenas dois momentos de jogadas elaboradas: um em que Mendoza cabeceou por cima e perto da trave e outro com o gol de empate, nos acréscimos, com Lucas Barbosa. No segundo, reagiu, o que tornou a partida mais interessante, embora nervosa. O Corinthians ainda foi mais tranquilo e coordenado nas trocas de passes, nas roubadas de bola e nas descidas para contragolpes. Ficou em vantagem com Roger Guedes, em excelente fase. 

O empate definitivo veio com a chuva e com a árbitra Edina Batista quase a dar as assopradas finais no apito. Ele captou pênalti sobre Mendoza, que Marcos Leonardo cobrou à perfeição. Resultado que não altera a vida corintiana (classificado para as quartas de final) e que deixa aberto o risco de o Santos parar por aqui. Se isso acontecer, não faltarão cornetagem e cobranças da torcida. Por temor de dificuldades mais graves nas demais competições de 2023. Risco real. 

Marcos Leonardo e Giuliano disputam bola em clássico
Marcos Leonardo e Giuliano disputam bola em clássico Raul Baretta/Santos
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O Santos é instável. O Corinthians se firma como candidato, ao menos, para chegar à decisão

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O Palmeiras nem sempre joga bem. Mas consegue manter a regularidade de vitórias e de liderança

Antero Greco
Antero Greco

O Palmeiras anda numa maré tão boa - e longa -, que mesmo quando joga mal consegue resultados importantes. O exemplo fresquinho disso veio na noite desta Quarta-Feira de Cinzas (22), nos 2 a 0 diante do Bragantino. Ficou em vantagem com Rony, no primeiro tempo. No segundo, relaxou, tomou sufoco, corria risco de empate e… achou outro, com Breno Lopes, já nos descontos. Manteve invencibilidade e a melhor campanha no Paulistão

Se valesse só a primeira parte, daria para dizer que o Palmeiras iria tirar de letra, cumpriria a rotina de vitórias sem maior esforço. Abel Ferreira mandou a campo a tropa de elite, sem poupar ninguém diante de seu público. E, cá entre nós, essa turma joga por música, nem sempre muito bonita, mas afinada. O Bragantino ensaiou uma pressão, porém foi contido e se abalou com o gol de cabeça de Rony, artilheiro palestrino, aos 12 minutos. Rony saiu no lucro, porque merecia cartão vermelho num lance de revide, no segundo tempo. O VAR até alertou o árbitro, que lhe mostrou só amarelo. 

Palmeiras vence o Bragantino e segue com a melhor campanha no Paulistão; VEJA os gols

          

     


A vida mansa do Palmeiras sofreu abalo na etapa final. O Bragantino percebeu que o líder do campeonato baixou a guarda e resolveu pagar para ver - foi à frente. E não é que esteve muito próximo do empate? Só não obteve sucesso porque parou nas defesas de Weverton: foram pelo menos três lances decisivos que morreram nas mãos do goleiro, que há muito merecia ser visto com mais carinho na seleção. 

Abel mexeu no time - e a primeira mudança foi uma que se torna corriqueira: Giovani no lugar de Endrick. O menino prodígio continua na seca de gols, anda ansioso e escondeu a cara, literalmente, ao ser substituído (cobriu o rosto com o jaleco de reserva). Giovani desta vez apareceu pouco. Entraram também Jailson, Tabata, Breno Lopes. E este resolveu a parada num momento de ansiedade dentro e fora de campo, com um gol bonito, em chute quase sem ângulo e nos acréscimos.

O Palmeiras só não nada de braçada no torneio doméstico porque tem o São Bernardo na cola (24 a 23 pontos) e seu adversário na fase seguinte. São Paulo e Corinthians também sobem na classificação. A campanha é quase impecável; no entanto, falta afinar alguns aspectos, o principal deles a regularidade. O Palmeiras ainda oscila; por ora, vai bem e se mostra competitivo. O problema pode chegar nas etapas decisivas e eliminatórias. Se bem que não duvido mais nada do poder dessa rapaziada. 

Rony comemora gol do Palmeiras
Rony comemora gol do Palmeiras Cesar Greco/SE Palmeiras
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O Palmeiras nem sempre joga bem. Mas consegue manter a regularidade de vitórias e de liderança

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O Flamengo tem força? Claro. Mas ela ainda não apareceu em 2023. E isso já preocupa

Antero Greco
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Sem trocadilho, mas vou chover mais no molhado do que na partida disputada em Quito na noite desta terça-feira (21): o ano é longo, o Flamengo tem muitos títulos importantes para disputar e tempo para se acertar. Mas, por enquanto, nos principais desafios com os quais topou, ficou aquém, bem aquém, do que se espera e pode. Tropeçou diante do Palmeiras, no duelo pela Supercopa e decepcionou no Mundial de Clubes. Agora, largou mal na Recopa Sul-Americana, com a derrota por 1 a 0 para o Independiente del Valle

A frustração não é tanto pelo resultado; a diferença é pequena, pode ser revertida com tranquilidade na terça-feira que vem, no Maracanã. A questão não é o placar, mas o futebol que o time sob o comando de Vítor Pereira tem apresentado. O brilho de temporadas anteriores por ora não apareceu, não há definição em algumas posições e falta padrão técnico. Ok, ok, houve pouco tempo para respirar, entre os compromissos citados acima e a disputa do Campeonato Carioca. E também houve o obstáculo da altitude (mais de 2.800 metros acima do nível do mar.)

Mas é preciso levar em conta que Vítor pegou uma equipe montada, estruturada por Dorival Jr., e que obteve duas conquistas gigantes em 2022. As únicas baixas foram a saída de Rodinei e João Gomes, compensadas com o retorno de Gérson, no momento fora de combate. No mais, é o rubro-negro com o qual a torcida, a crítica e os adversários estão acostumados a acompanhar e respeitar. 

Este Flamengo não esteve em campo no Equador. Durante a maior parte do jogo, teve dificuldade diante de um Del Valle arrumado, atrevido e altivo. Os donos da casa foram incomodados em raras ocasiões no primeiro tempo, quando o Flamengo ainda ensaiou duas ou três jogadas perigosas. No segundo, se impuseram, chegaram várias vezes a assustar Santos e obtiveram a vitória com gol de Carabajal, depois de cobrança de escanteio. 

Fosse um pouco mais calibrado em finalizações, o Del Valle teria obtido vantagem maior e mais incômoda para o Flamengo anular. Se a defesa esteve menos vulnerável - e ainda assim assediada -, o meio-campo continua a deixar espaços e o ataque desta vez sumiu. Pedro e Gabigol não estiveram numa boa noite. Gabigol sobretudo, e ainda tomou amarelo após o encerramento do jogo. Pedro saiu aparentemente machucado. Justiça seja feita: Vidal jogou muito, foi o melhor do time. 

O Flamengo tem qualidade imensa - disso ninguém duvida. A expectativa é proporcional ao talento do elenco. E, se houver novo fiasco em busca de taça, as cobranças serão intensas. Por sorte há o jogo de volta. 

Gabigol esteve apagado, na derrota do Flamengo para o Independiente del Valle
Gabigol esteve apagado, na derrota do Flamengo para o Independiente del Valle Wagner Meier/Getty Images
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Já perdeu a graça torcer para o Real Madrid: nem dá mais emoção!

Antero Greco
Antero Greco

Um dos fundamentos do futebol é o de sofrer pelo time. Torcedor que se preza tem prazer em roer as unhas, suar de ansiedade, xingar para aliviar a tensão, sentir o coração acelerado, morrer de medo pelo perigo de derrotas. Só assim ele terá satisfação incomparável quando, no final de tanta expectativa e desgaste físico e emocional, vier a vitória. Ela ganhará dimensão diferente, única, e assim se justificará um amor inexplicável.

Esse perfil de comportamento se aplica à maior parte dos fãs do esporte espalhados pela terra. Menos para os do Real Madrid. Estes privilegiados vivem a rotina enfadonha de comemorar triunfos, títulos, hegemonia, seja local, continental ou mundial. As conquistas vêm com a naturalidade com que se bebe água, se respira e são feitos os gestos mais corriqueiros do dia a dia. 

Ou seja: não tem graça torcer para o maior vencedor da Champions League, do Mundial de Clubes, sem contar Campeonato Espanhol e Copa do Rei. Salvo momentos raros de crise e de seca, entra ano, sai ano, no mínimo uma taça importante vai para a galeria do clube espanhol. Sei lá, deve ter um espaço do tamanho do Museu do Prado. Se bobear, dá para um troféu ficar perdido nas suas galerias.

MALVADEZA! Vini Jr. achou o único espaço possível e anotou pintura em Liverpool x Real Madrid na Champions League


         
     

Você acha que exagero? Bem, um pouco. Mas veja se estou errado. Dez dias atrás, o Real Madrid deu um pulinho até o Marrocos, ganhou duas partidas e voltou com outra copa do mundo de clubes. Assim, como se nada fosse, como se cumprisse com a obrigação. A legião estrangeira sob a batuta de Carlo Ancelotti desfilou sua arte, sem forçar o pé, cumprimentou o público, embolsou uma grana e bye-bye.

O que faz agora? Depois de uma tomada de fôlego, mas nem tanto, pegou o avião se mandou para a Inglaterra para topar com o Liverpool, rival que tem história na competição e com que cruzou na final passada. Em menos de 15 minutos, vê a rapaziada de vermelho abrir 2 a 0, com um lindo gol de Nuñez aos 4 e um de Salah aos 14, após uma cochilada daquelas do goleiro Cortois.

Pronto, estava desenhada a catástrofe. O Real abria brecha para uma surra. Quem apostou nisso quebrou a cara, e ainda no primeiro tempo mesmo. Quem tem Modric, Benzema, Vini Jr. não fica na saudade. Em dois lances, veio o empate e com quem? Com o brasileiro. Vini achou espaço no cantinho para diminuir aos 21 e empatou numa dividida com Alisson aos 36 - uma pacatoada do goleiro da seleção. 

Na segunda parte, o show foi completado com Militão aos 2, Benzema aos 10 e aos 22 minutos: 5 a 2. Gols que surgiram com naturalidade, como se o Real estivesse num treino e não no Anfield Road lotado. Com direito a olé nos minutos derradeiros. Ok, olé vindo das arquibancadas, porque dentro de campo não houve desrespeito. Aliás, até nisso o jogo foi bacana: fairplay dos dois lados. O Liverpool em nenhum momento apelou para a ignorância. Afinal, percebeu que não dava para encarar um gigante.

O Real encaminhou a classificação para as quartas de final. Acho que pela enésima vez desde que o campeonato foi criado, em meados dos anos 50. Não sou bom de memória e estatística. Agora, fiquei curioso e vou atrás disso. Mas, repito: qual a graça de torcer para uma equipe que vence sempre? Pergunta repleta de inveja…

Vinicius Jr. fez dois e iniciou a reação do Real Madrid na goleada sobre o Liverpool
Vinicius Jr. fez dois e iniciou a reação do Real Madrid na goleada sobre o Liverpool Getty Images

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O Corinthians mostra que pode ser a pedra na chuteira do Palmeiras

Antero Greco
Antero Greco
Jogadores do Corinthians comemoram gol sobre o Palmeiras
Jogadores do Corinthians comemoram gol sobre o Palmeiras Divulgação/Ag. Paulistão

Depois da primeira fase, o Paulistão terá duas etapas só de "mata" - as quartas e a semifinal. Em jogo único, há espaço para zebras. Mas, se tudo correr como manda o figurino, há possibilidade de Palmeiras e Corinthians repetirem, na decisão, duelo tantas vezes visto na história da competição. E dá para afirmar, com grande possibilidade de acerto, que hoje a turma de Fernando Lázaro é aquela que pode impedir outro título da tropa comandada por Abel Ferreira.

A prova da força alvinegra veio no clássico desta quinta-feira (16), na Neo Química Arena. Com sua legião de veteranos, o Corinthians primeiro assustou, depois resistiu e por fim voltou a ficar a um passo da vitória. O empate por 2 a 2 mostrou que numa eventual final - daí, em ida e volta - não haverá vida fácil para o Palmeiras.

Os torcedores de ambos lados podem perguntar: por que o foco na chance de dessas duas equipes, e como se o Corinthians fosse o desafiante e o menos favorito? Explico. Em primeiro lugar, porque o Palmeiras na atualidade é um dos melhores times do Brasil e da América do Sul. Os fatos, os resultados, as conquistas comprovam. Não é, portanto, tirar o valor de outros concorrentes. 

Em segundo lugar, porque o Corinthians passa por novo processo de reconstrução, a partir da mudança de treinador e com algumas experiências na formação. Em seu favor, como disse acima, tem um bloco de atletas de qualidade, rodados, com maturidade suficiente para segurar um adversário forte e, até, ficar com o título. 

Vou repetir, para que não haja dúvida: faço a projeção por aquilo que os 16 participantes do Estadual têm mostrado. Incluiria na lista o São Bernardo, com campanha excepcional e que… está no grupo do Palmeiras. A tendência é que se enfrentem nas quartas e vejo como desafio enorme para Abel e seus jogadores. 

O mérito palestrino no estádio em Itaquera foi o habitual: não se descontrolar na desvantagem. E ela veio com menos de dez minutos, com o gol de Roger Guedes. Mesmo com gramado encharcado e a chuva forte - que atrapalharam todo mundo -, o atual campeão paulista não perdeu a cabeça, tratou de manter o controle, avançou, mas finalizou pouco. Cássio não foi incomodado. 

O Corinthians conseguiu soltar-se próximo do intervalo, mas levou um banho de água fria (ops, mais água?!) com o gol de empate, com Rony, que fez também o segundo, no começo da etapa final. Período animado, com gramado apenas molhado, mas sem parar a bola. O Corinthians se abriu em busca do empate, deu espaço e correu risco de tomar o terceiro, com as descidas velozes de Endrick, Rony e Dudu. 

Abel preferiu fazer modificações, tirou Endrick, Raphael Veiga e Menino - depois saiu também o Dudu. O Palmeiras perdeu a capacidade de surpreender, apostou no relógio e levou o gol de empate, com Gil. 

Está bem, o típico resultado que não desagrada ninguém. Para o Palmeiras, porém, serviu de alerta para o crescimento do Corinthians, que pode ser sua pedra na chuteira. Se bem que, esse São Bernardo… sei não…


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O Corinthians mostra que pode ser a pedra na chuteira do Palmeiras

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Bayern mostra contra o PSG por que é forte candidato a mais um título

Antero Greco
Antero Greco

A saga do Paris Saint-Germain em busca do primeiro título europeu não acabou. Mas outra vez está por um fio. O sonho ficou emperrado não só pela derrota por 1 a 0, na noite desta terça-feira (14), no Parque dos Príncipes. Pesa também a qualidade do adversário, o multicampeão Bayern de Munique. A solidez do futebol do time alemão mostrou por que novamente é candidato ao topo. 

Não foi um jogo espetacular, pelo menos no primeiro tempo. Faltaram finalizações, momentos de emoção, defesas daquelas que provocam o “Ohhhh!” nas arquibancadas. Ou seja, os ataques pouco funcionaram. Porém, em favor do Bayern tem a impecável disciplina tática. A turma de Julian Nagelsmann anulou Messi e Neymar, controlou a posse de bola e ensaiou chegar no gol de Donnarumma. 

Coman aproveitou falha de Donnarumma, marcou diante do PSG e não comemorou; VEJA

          

     


O segundo tempo foi melhor, sobretudo quando Mbappè entrou em cena. Mesmo aquém do que pode ele deu velocidade ao ataque da equipe francesa, fez um belo gol (infelizmente anulado por impedimento de meio joelho) e preocupou a zaga rival. Mais do que haviam conseguido seus dois colegas sul-americanos estrelados. 

O PSG esboçou reação depois de ter lavado o gol de sua antiga cria Coman, aos 7 minutos. Ok, foi falha do goleiro italiano, que em seguida se recuperou com duas defesas magníficas. O Bayern manteve a rigidez do esquema tático em que prevaleceram atenção e marcação rígida, tão rígida que levou Pavard a tomar dois amarelos, um em cada tempo, e obviamente o vermelho. 

Não vou aqui apelar para o lugar-comum da tradição, do peso da camisa e etc. Esses detalhes contam até certo ponto. Se forem analisados os elencos, por exemplo, o do PSG hoje é mais requintado e caro. A questão está em ajuste e eficiência - e nesses aspectos o Bayern é mais sólido. 

Não é por acaso que aumentou o favoritismo para ser um dos finalistas e, quem sabe, ficar com o sétimo título. Se isso acontecer, alcançará o Milan no segundo lugar histórico. No entanto, bem longe do Real Madrid, que tem só o dobro.

Mas tem o jogo de volta, em três semanas, em Munique. Até lá o PSG tem como preparar-se para derrubar essa “maldição” de tentar, tentar e morrer na praia. Ou, no caso, ainda a algumas milhas dela. 

Coman fez  gol da vitória do Bayern, mas não comemorou em respeito ao PSG, seu ex-clube
Coman fez gol da vitória do Bayern, mas não comemorou em respeito ao PSG, seu ex-clube Getty Images
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