Palmeiras gigantesco e um dos mais valentes da história das Academias
Amigos, às vezes ser tiozinho tem lá suas vantagens. A idade me deu a honra de ver vários Palmeiras em quase 60 anos acompanhando futebol. Vi a Academia dos anos 60, com Djalma Santos, Ademir, Servílio, Julinho. Vi a Academia dos anos 70, com Ademir, Luis Pereira, Leivinha, César. Vi a Academia dos anos 90, com Rivaldo, Evair, Edmundo, César Sampaio. Todos grandes times. Mas sinceramente não lembro de ter visto equipe tão valente e guerreira quanto esta dos anos 2020!
A tropa de Abel Ferreira pode não ter craques em abundância como aquelas que citei acima. Pode, também, não ter o toque refinado, envolvente, sutil. Mas compensa com espírito de luta incomum, com aplicação tática impecável, com postura vencedora poucas vezes vista nos mais de 100 anos de trajetória do clube. Merece ser considerada a Academia versão número 4, a caminho de tornar-se a mais conquistadores de sua história.
O que se viu no Allianz Parque, na noite desta quarta-feira (10) memorável, foi a supremacia de um grupo mentalmente forte, quase inabalável, que confia em sua capacidade e segue sem contestação as orientações de seu guia fora de campo. O Palmeiras conseguiu superar duas expulsões (corretas), uma delas com menos de 30 minutos do primeiro tempo (Danilo) e outra nos 15 minutos finais (Scarpa). Perdeu duas peças fundamentais, na marcação, na criação e até nos pênaltis, a alternativa que acabou definindo o classificado para as semifinais da Libertadores.
Mesmo assim, segurou o Atlético-MG, deu raras e minguadas chances para o adversário marcar. O Galo de elenco estrelado e de alto nível teve duas oportunidades, a última e melhor delas com Hulk já nos acréscimos para tirar o 0 a 0 do placar. No entanto, sucumbiu diante da autoridade moral de um rival que não chegou por acaso a quatro semifinais nas cinco últimas edições do torneio. Muito menos é bicampeão por acaso, por obra do destino, “por fraqueza dos concorrentes”. O Atlético sentiu o peso de um grupo de atletas de verde que não perdeu o rumo com dois a menos.
O jogo não foi um primor de técnica. Antes, desde o primeiro momento os dois times mostraram que a marcação seria a tônica. Os ataques pouco apareceram, as torcidas não vibraram com oportunidades de gol. Palmeiras e Atlético sabiam que o menor vacilo representaria vantagem talvez insuperável. Mas a turma mineira teve a seu favor os vermelhos de Danilo e Scarpa e não encontrou brechas para mandar bola na rede. Faltou à rapaziada de Cuca o que sobrou para os “gajos” de Abel: tenacidade, confiança, conhecimento dos próprios limites. Os do Palmeiras são altos.
Claro que haverá os que tentarão diminuir a caminhada palestrina também nesta edição da Libertadores. Não faltará os que diminuirão os feitos desse grupo. Faz parte do jogo, ou por zoeira, ou por dor de cotovelo, ou só para fazer gênero. Mas, enquanto alguns vestem uma máscara, o Palmeiras de Abel faz história.
Palmeiras gigantesco e um dos mais valentes da história das Academias
COMENTÁRIOS
Use a Conta do Facebook para adicionar um comentário no Facebook Termos de usoe Politica de Privacidade. Seu nome no Facebook, foto e outras informações que você tornou públicas no Facebook aparecerão em seu cometário e poderão ser usadas em uma das plataformas da ESPN. Saiba Mais.