Copa do Mundo: O que esperar de cada uma das 13 seleções já classificadas
A exato um ano do início da Copa do Mundo de 2022, já conhecemos 13 dos 32 participantes: Catar, Brasil, Argentina, Sérvia, Espanha, Suíça, França, Bélgica, Dinamarca, Holanda, Croácia, Inglaterra e Alemanha. O que podemos esperar, hoje, dessas seleções no torneio? Confira a análise abaixo:
Catar: Sua grande missão é evitar que se junte à África do Sul de 2010 como únicos países-sede a caírem na primeira fase de uma Copa do Mundo. A viabilidade desta tarefa dependerá do que o sorteio proporcionará a uma seleção que vem de uma sequência de seis derrotas e dois empates (contra Luxemburgo e Azerbeijão) em seus últimos oito jogos.
Recentemente, o time treinado há mais de quatro anos pelo espanhol Félix Sánchez até conseguiu ir à semifinal da Copa Ouro ao disputar o torneio da Concacaf como convidado, mas teve como principais adversários El Salvador, Panamá e Honduras, antes de perder para os Estados Unidos. Anteriormente, por outro lado, foi campeão da Copa da Ásia em 2019.
Brasil: Um dos principais candidatos ao título da Copa do Mundo, pela qualidade do elenco e pela continuidade e amadurecimento do trabalho sob o comando de Tite. Muitas vezes a dificuldade das eliminatórias da América do Sul é injustamente questionada, e a seleção canarinho se garantiu no Mundial com um desempenho que beira à perfeição (11 vitórias e dois empates).
Além disso, a reação foi positiva após o baque de perder a final da Copa América para a Argentina. Um exemplo se deu justamente no reencontro com o rival, fora de casa, em que um Brasil desfalcado de Neymar e Casemiro mostrou toda sua capacidade defensiva e ainda jogou melhor. O momento também é bem interessante para nomes que chegaram há pouco tempo e que causaram um enorme impacto (Vinicius Jr., Antony e Raphinha), uma vez que eles têm um período considerável para se entrosarem e se sentirem cada vez mais à vontade em uma seleção que já tem sua bastante bastante sólida.
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Argentina: Uma das seleções que mais evoluiu ao longo do ano de 2021, que teve conquista da Copa América (encerrando jejum de 28 anos sem títulos) e uma invencibilidade que se mantém de 27 partidas (17 vitórias e dez empates). Assim, a seleção alviceleste chega como uma das candidatas ao título do torneio.
Mais do que a série invicta iniciada em julho de 2019 e a taça erguida, a equipe de Lionel Scaloni conseguiu encontrar um padrão de jogo e um coletivo bem estabelecido, sem ficar exclusivamente na expectativa da genialidade de Lionel Messi. Nomes como Emiliano Martínez e Christian Romero também foram excelentes novidades dete ano para a Argentina e têm tudo para se ambientarem ainda mais até a Copa.
Sérvia: A seleção treinada por Dragan Stojkovic não superou Portugal de Cristiano Ronaldo à toa e chega para brigar por um lugar no mata-mata do Mundial, o que poderia ter acontecido em 2018, caso não tivesse caído em uma chave tão complicada com Brasil e Suíça. De qualquer forma, os sérvios vão à Copa com mais protagonsitas do que foram na Rússia - afinal, Dusan Tadic, Aleksandar Mitrovic e Filip Kostic evoluíram demais desde então, e ainda houve o 'surgimento' de Dusan Vlahovic. Isso sem contar que Sergej Milinkovic-Savic continua em alto nível.
Ainda que esteja longe de ser uma candidata ao título, a Sérvia chega à Copa com condições de fazer um barulho e de ir além do que em 2018. O triunfo sobre Portugal em Lisboa é um ótimo argumento a favor.
Espanha: A campeã mundial de 2010 até pertence ao grupo de candidatas ao título, mas não é uma das primeiras escolhas neste grupo. Há muito talento e juventude em ascensão, com nomes como Pedri, Ansu Fati e Gavi, mas também há inconstância. O time que fez 6 a 0 na Alemanha foi o mesmo que empatou com a Grécia em casa, quase se complicou diante da Geórgia e que jogou um futebol longe de empolgar na fase de grupos da Eurocopa. Muitas vezes há grande dificuldade em acelerar o jogo e superar equipes que se defendem bem e renunciam à bola.
De qualquer forma é importante ressaltar que, no geral, Luis Enrique faz um bom trabalho, tanto que levou a Fúria até a semifinal da Eurocopa caindo nos pênaltis e jogando melhor em duelo com a Itália - aliás, os espanhóis acabaram com a invencibilidade de mais de três anos da Azzurra ao vencerem na semifinal da Liga das Nações, em outubro.
Suíça: Seja pelo histórico recente ou pelo momento que vive, há a expectativa de uma boa campanha da Suíça (oitavas ou até mesmo quartas de final), uma vez que vem de campanhas e atuações convincentes. Além de ter sido campeã de um grupo nas eliminatórias que tinha a Itália - e sem perder para a rival nos dois confrontos diretos -, a seleção suíça foi quadrifinalista na Eurocopa eliminando a França e caindo para a Espanha apenas nos pênaltis.
Além disso, o país tem se notabilizado por participações de respeito em Mundiais. Presente nas oitavas de final da Copa em 2006, 2014 e 2018, a Suíça tem mostrado a algum tempo como pode dificultar a vida das principais seleções, e não me refiro apenas ao fato de ter superado a Itália em seu grupo e ter eliminado a França na Euro. Em 2014, caiu para a Argentina no Mundial apenas nos minutos derradeiros da prorrogação; quatro anos depois, segurou um empate contra o Brasil. Mesmo em 2010, quando caiu na fase de grupos, ficou marcada por ter vencido a Espanha, que viria a ser a campeã na Copa da África do Sul.
França: A queda precoce na Eurocopa para um adversário que não era candidato ao título (Suíça) foi uma enorme surpresa para uma seleção que chegava ao torneio como principal favorita e atual campeã mundial. O tropeço não tira a França do posto de principais concorrentes na disputa no Catar, ainda mais depois do retorno de Karim Benzema, que terá um tempo para se entrosar com Kylian Mbappé e Antoine Griezmann antes da Copa. Além disso, há jovens com enorme potencial aparecendo e acrescentando ao elenco de Didier Deschamps, como os casos de Jules Koundé e Dayot Upamecano na defesa.
Com um elenco atual ainda mais forte do que o que conquistou a taça na Rússia em 2018, a França ainda conseguiu recuperar a confiança na Liga das Nações ao conquistar o título com direito a uma virada incrível para cima da Bélgica na semifinal. A concorrência pode até ser maior, mas os franceses chegarão com totais condições de defender seu troféu.
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Bélgica: Assim como a Espanha, a Bélgica está no grupo das candidatas ao título, mas não entre as primeiras escolhas. A geração que dá o que falar há quase uma década e que conseguiu o seu melhor desempenho na história das Copas ao ficar em terceiro na Rússia ainda tem muito talento, com destaque para Romelu Lukaku e Kevin de Bruyne, que estão entre os melhores do mundo em suas posições.
Porém, a seleção tem passado a sensação de que o seu auge já passou, tendo em vista o desempenho na Eurocopa, com uma derrota incontestável para a Itália, e como levou uma virada impressionante da França na semifinal da Liga das Nações. Outro ponto que merece uma atenção especial é a dificuldade que a seleção belga tem tido para renovar o seu setor defensivo.
Dinamarca: É sem dúvida uma das principais candidatas a surpresa na Copa do Mundo, depois de ter sido a grande história de superação da Eurocopa. Mesmo com todo o trauma sofrido pelo episódio envolvendo Christian Eriksen, a Dinamarca conseguiu jogar muito bem na Eurocopa, caindo na semifinal para a Inglaterra com um pênalti controverso na semifinal. Além disso, sua classificação à Copa do Mundo foi garantida com duas rodadas de antecedência com uma campanha, até então, de oito vitórias em oito jogos, 27 gols marcados e nenhum sofrido.
Desde a chegada de Kasper Hjulmand há pouco mais de um ano, a Dinamarca teve uma grande evolução, apresentando ótimos resultados e um futebol vistoso e muito coletivo. Assim, é bem possível imaginar que os escandinavos possam igualar (ou ir além de) sua melhor campanha na história em Copas do Mundo: as quartas de final de 1998. É claro que isso depende de como estará esta equipe daqui um ano e como será os seus cruzamentos.
Holanda: Vindo de uma Eurocopa ruim com queda nas oitavas de final para a República Tcheca e sem empolgar em sua campanha nas eliminatórias, a Holanda chega ao Mundial fora do grupo dos candidatos ao título, mesmo tendo um time forte no papel e com alguns atletas com capacidade de desequilibrar, como Virgil van Dijk, Frenkie de Jong e Memphis Depay, que foi o artilheiro (12 gols), garçom (seis assistências) e líder em chances criadas (45) das eliminatórias europeias.
A questão é quanto Louis van Gaal conseguirá fazer esse time subir de rendimento em um ano. Após ter assumido a seleção recentemente (Frank de Boer deixou o cargo depois da queda na Ero), o veterano treinador teve como missão inicial a classificação ao Mundial, superando o trauma da edição passada, quando ficou de fora sem sequer ir à repescagem. Com esse dever cumprido, agora o foco é conseguir subir o nível da seleção que, sob o seu comando, foi terceira colocada na Copa de 2014.
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Croácia: É muito difícil imaginar que os croatas possam chegar perto da campanha passada quando foram finalistas de forma inédita. Além de uma maior concorrência para o próximo Mundial, há ausências significativas em relação ao time de 2018, já que Ivan Rakitic e Mario Manduzkic não são mais parte do elenco comandado por Zlatko Dalic.
Outro fato importante que deve ser mencionado é que o chaveamento foi bastante conveniente para a Croácia ter ido tão longe na Rússia, o que não tira em nada o mérito desta equipe. Porém, foi um aspecto determinante e que dificilmente se repetirá - em 2018 houve a ausência da Itália na competição e a Alemanha caindo na fase de grupos, por exemplo. Agora, ambas são candidatas ao título.
De qualquer forma, os croatas fizeram um trabalho de respeito no ciclo atual ao serem líderes em uma chave incômoda, com Rússia, Eslovênia e Eslováquia, além de terem causado muitos problemas à Espanha nas oitavas de final da Eurocopa.
Inglaterra: Empolgação não faltam aos ingleses, e com motivo. Além de contar com um dos três elencos mais fortes do futebol mundial na atualidade, a seleção vem de duas campanhas históricas: uma semifinal de Copa do Mundo após 28 anos e uma final inédita de Eurocopa. No segundo caso, a equipe só perdeu a taça nos pênaltis para a Itália em pleno Wembley. Apesar da dor causada por uma derrota em casa na decisão, a base está solidificada, e a Inglaterra já não é mais a grande seleção que decepciona e se despede cedo nos grandes torneios. Essas experiências recentes certamente são significativas para o amadurecimento de um grupo que ainda conta com muitos jovens em formação.
É fato que o time de Gareth Southgate não tem sido tão envolvente e nem tão convincente quanto ao nível que pode entregar dentro de campo, mas já tem sido o suficiente para quebrar tabus da seleção e para colocá-lo entre as principais candidatas à taça em 2022. Agora imagine se esse English Team conseguir se aproximar de todo o seu potencial técnico...
Alemanha: Desde a chegada de Hansi Flick, a Alemanha venceu seus sete compromissos, marcou 31 gols e sofreu apenas dois. É bem verdade que os compromissos não foram tão desafiadores - Armênia (2x), Liechtenstein (2x), Islândia, Romênia e Macedônia do Norte -, mas isso não muda o fato de que a seleção apresentou uma nova cara desde a mudança no banco de reservas.
Além disso, o relacionamento próximo e o trabalho vencedor que teve com os atletas do Bayern, que são boa parte da seleção, certamente representam um trunfo para a equipe quatro vezes campeã do mundo. O tempo ainda pode ser 'amigo' deste processo, uma vez que o treinador terá um ano para emplacar suas ideias. Assim, muito mais pelo potencial que essa parceria tem do que pela pequena amostragen, a Alemanha deve chegar como forte candidata ao título.
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