Premier League: Cristiano Ronaldo teve a companhia de Lukaku, Édouard e Salah como os grandes destaques da quarta rodada

Mário Marra
Mário Marra

A quarta rodada da Premier League acabou nessa segunda-feira (13) com a bela virada do Everton sobre o Burnley e marcou a tão esperada (e badalada) reestreia (e que reestreia, hein) de Cristiano Ronaldo pelo Manchester United. Mas ela teve muito mais do que isto, como a primeira queda do Tottenham com 'desconhecido' fazendo a festa, o alívio do Arsenal, entre outras coisas. Vamos aos destaques.     

Muito prazer, Odsonne Édouard
Foram 22 gols marcados na temporada 2019/20 e mais 18 na 20/21 pelo Celtic na Premiership, primeira divisão da Escócia. Édouard já marcou os seus dois primeiros na Premier League e precisou de seis minutos apenas para isto. O Crystal Palace conquistou a sua primeira vitória na temporada e acabou com os 100% de aproveitamento do Tottenham, que também perdeu a liderança. O time de Patrick Vieira, mais do que o confortável 3 a 0, mostrou que realmente parece estar mudando de cara e praticando um futebol mais leve. Zaha marcou o primeiro gol contra o Tottenham em 15 jogos disputados. O Tottenham foi muito pouco criativo. É certo que o time ofereceu pouco espaço ao Palace na primeira etapa, mas a ideia de jogar ofensivamente pelos lados do campo com Emerson e Reguilón não se mostrou tão efetiva. Nuno Espírito Santo não pôde contar com Son, machucado, e Kane não conseguiu fazer a diferença.

Crystal Palace bate Tottenham com show do estreante Édouard; veja os melhores momentos

Ele voltou
Estava na cara que seria um jogo de ataque contra defesa. Estava na cara que o Newcastle apostava em roubar a bola e jogar com Almirón e Saint-Maximin em contra-ataque, mas também era evidente que não seria permitido errar. Já bem perto do final do primeiro tempo, Greenwood, que tem jogado muito, chutou para o gol e viu o goleiro Woodman soltar a bola nos pés de Cristiano Ronaldo. Foram 12 anos e 124 dias sem marcar um gol na Premier League. O torcedor, em êxtase, demorou a entender como Manquillo, que não marcava desde a temporada 16/17 - quando defendia o Sunderland -, empatou. Sem dramas. Luke Shaw teve espaço para avançar por dentro e colocar Cristiano Ronaldo na cara de Woodman. Gol. Bruno Fernandes e Lingard ampliaram. O Manchester United já era forte sem ele...

Cristiano Ronaldo brilha na reestreia, e United goleia o Newcastle; assista aos melhores momentos

O mais internacional Brighton de toda a história
O animado Brentford, que veio da segunda divisão e estreou batendo o Arsenal, recebeu o Brighton e conheceu a sua primeira derrota na Premier League. Até dá para afirmar que jogo foi definido em um erro do atacante Mbeumo, que desperdiçou chance clara, mas não tem como fechar os olhos para o crescimento do time de Graham Potter. Trossard, que disputou os três últimos jogos das eliminatórias pela seleção belga, não perdoou e já perto do fim do jogo confirmou a terceira vitória em 4 jogos para os visitantes. A partida foi histórica para o Brighton. Quando Adam Webster saiu machucado, aos 37 minutos, Potter colocou o polonês Moder em campo e, pela primeira vez na história, o Brighton jogou com dez jogadores que vestem ou já vestiram camisa de seleção em campo. 

Trossard faz quase no minuto final, e Brighton vence o Brentford; veja os melhores momentos

Manchester City vence a terceira seguida
Os últimos jogos entre Leicester e Manchester City têm sido emocionantes e muito disputados. Entretanto, se olharmos os números do jogo, o time de Guardiola até mereceu um placar um pouco mais dilatado. Foram 25 finalizações contra apenas seis dos donos da casa. É bem verdade que Vardy marcou em posição de impedimento e Barnes desperdiçou outra boa oportunidade. O camisa 10 James Maddison, que não vive bom momento, foi substituído e chegou a ouvir críticas da arquibancada. Iheanacho entrou e ameaçou o gol defendido pelo brasileiro Ederson. O Manchester City manteve Laporte ao lado de Rúben Dias na zaga e Cancelo na esquerda. Bernardo Silva marcou o gol do jogo.

Manchester City bate o Leicester fora de casa; assista aos melhores momentos

Alívio e desespero no Emirates
O jogo entre Arsenal e Norwich era o encontro de duas equipes que não haviam conseguido pontuar na competição. Arteta fez modificações na equipe. Ramsdale foi o goleiro titular, o japonês Tomiyasu fez sua estreia, Gabriel Magalhães teve condição de jogo pela primeira vez na temporada e Smith Rowe ficou como opção no banco de reservas. A escalação do Norwich também foi surpreendente. Farke deixou Billy Gilmour, Todd Cantwell, Idah e Rashica no banco de reservas. É preciso ser muito corajoso para apostar em uma linha defensiva tão jovem com Max Aarons (21), Andrew Omobamidele (19) e Brandon Williams (21). Novamente não dá para falar que o Norwich tenha jogado mal, mas agora já são quatro derrotas seguidas e o desespero começa a falar mais alto. O Arsenal, ufa, respira mais aliviado.

Arsenal bate o Norwich no jogo dos desesperados e, enfim, pontua na Premier League; veja os melhores momentos

Um passinho para trás
Ralph Hasenhuttl experimentou algo diferente no jogo contra o West Ham. Com Djenepo pela esquerda, Redmond pela direita, Ward-Prowse e Elyounoussi fechando o meio e Romeu protegendo a defesa, o Southampton tratou de dar uns passos para trás no campo e deixar a bola com os visitantes. A estratégia só não foi vencedora porque Declan Rice salvou em cima da linha uma cabeçada de Armando Broja e Broja, de novo, acertou a trave em um rápido contra-ataque. Visivelmente incomodado com a falta de espaço e de encaixe de seu time, Michail Antonio, escolhido o jogador da Premier League do mês de agosto, acabou sendo expulso de campo já perto do apito final. O Southampton ainda não venceu na atual edição de Premier League, mas o time parece estar crescendo.

Southampton para em cima da linha e na trave, só empata com o West Ham e segue sem vencer; assista aos melhores momentos

Do avião para a rede
A primeira vitória do Wolverhampton até que demorou. O time de Bruno Lage não estava jogando mal e não merecia continuar sem vencer. A partida foi muito corrida e intensa. Watford e Wolverhampton buscavam o gol e acabavam oferecendo espaços. O primeiro gol dos Wolves foi marcado contra pelo zagueiro chileno Sierralta. Depois de disputar os 96 minutos da vitória da sua Coreia do Sul diante do Líbano, Hee-Chan Hwang enfrentou 16 horas de voo até Londres, treinou 30 minutos com seus companheiros e marcou o segundo gol do jogo. É preciso destacar que quase saiu o primeiro gol da temporada do mexicano Raul Jiménez. 

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Centésimo de Salah
O egípcio foi um dos grandes nomes do Liverpool na sólida vitória, fora de casa, diante do Ledds, por 3 a 0. Mohamed Salah fez o centésimo gol na Premier League. Vale destacar que dois foram marcados com a camisa do Chelsea. Já são 13 jogos de invencibilidade do time de Jurgen Klopp. Fabinho, que foi dono do meio campo e também do jogo, marcou o primeiro da temporada e o quarto dele na Premier League. O gol foi oferecido ao pai do jogador, que faleceu recentemente. Elliott novamente era um dos destaques do jogo, mas o jovem jogador acabou sofrendo uma séria contusão e saiu direto para o hospital. Mané, que desperdiçou um caminhão de gols, fechou o placar. O Leeds ainda não venceu na PL. Bamford e Rodrigo tiveram chances, mas ou Alisson ou a falta de pontaria impediram o gol do time de Marcelo Bielsa.

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O imparável Lukaku

O Aston Villa foi ao Stamford Bridge para  jogar. O time finalizou 18 vezes e obrigou Mendy a fazer boas e importantes defesas.  Sem o argentino Emiliano Buendía, o time tinha a bola, mas tinha dificuldade para acelerar os passes. Do outro lado estava o Chelsea.Hudson-Odoi de um lado e Marcos Alonso de outro. Saúl Ñiguez fez o seu primeiro jogo e teve dificuldades, mas Tuchel sabia que tinha Christensen, Azpilicueta, Jorginho, Mason Mount e Timo Werner no banco. Se a bola chegasse para Lukaku, ele marcaria. Kovacic achou o camisa 9 e Lukaku marcou o primeiro dele em casa. É verdade que Mings errou feio e acabou facilitando a vida de Kovacic, que fez o segundo. O terceiro, que deu ainda mais tranquilidade, foi de novo de Lukaku, o imparável. O próximo desafio do Aston Villa, de Dean Smith, será contra o Everton. O Chelsea, que está no grupo dos líderes da Premier League, vai receber o Zenit, em jogo válido pela Champions League.

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Everton vence, vai para a ponta e Rafa vai ganhando moral
O primeiro tempo do jogo que marcou o final da quarta rodada, no Goodison Park, mostrou um Everton com mais dificuldades. Sem Calvert-Lewin, ficou com Richarlison o incômodo desafio de lutar contra Ben Mee e Tarkowski. Logo no início da segunda etapa, Mee abriu o placar para o Burnley e fez o Everton despertar no jogo. Keane, Townsend e Gray marcaram três gols em seis minutos. Alucinante! Após o gol de empate, Rafa Benitez abriu mão de uma linha defensiva com três homens e fez André Gomes entrar no lugar de Godfrey. o técnico espanhol apostou em dois nomes que eram questionáveis: Gray e Townsend. Os dois fecham os lados de campo e têm jogado bem. Ponto para o treinador. O jogo marcou o reencontro de Rafa Benitez com o atacante venezuelano Salomón Rondón, que foi jogador dele no Newcastle e no Dalian Pro, da China - e agora está no Everton. O Everton venceu e fica com a mesma pontuação dos líderes.

Townsend faz golaço, dá assistência, e Everton vence o Burnley na Premier League; assista aos melhores momentos

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Cristiano Ronaldo de volta: sábado será um dia muito especial para o torcedor do Manchester United

Mário Marra
Mário Marra

É perfeitamente normal que o retorno de Cristiano Ronaldo faça aumentar a ansiedade e até mesmo a expectativa de sucesso dos torcedores do Manchester United para a temporada. O profissional Cristiano Ronaldo é sinônimo de sucesso, gols, vitórias e títulos. Foi assim no Manchester United. Jogar naquele time histórico serviu como um trampolim para o amadurecimento daquele jovem que havia jogado no Sporting.

O menino chegou com características de bilhete premiado, mas ainda assim tratava-se de uma aposta. Pelo Sporting, Ronaldo  fez 31 jogos oficiais e marcou cinco gols. A média dele era de um gol a cada 278 minutos. Ele dava sinais, mas alguém poderia cravar que a carreira decolaria? 

A reestreia de CR7 nos Diabos Vermelhos e na Premier League será neste sábado (11), às 11h (horário de Brasilia), contra o Newcastle, com transmissão ao vivo e exclusiva para assinantes Star+. Para ter mais informações e assinar, clique aqui.

Cristiano Ronaldo no Manchester United: os números da primeira passagem do craque pelos Red Devils


         
     

Cristiano Ronaldo não estava imune aos fascínios dos holofotes, mas a necessidade de se provar, de ser escalado, de continuar competitivo era a necessidade de todos daquele time. O elenco contava com Nistelrooy, Solskjaer, Diego Forlán, Ryan Giggs, Paul Scholes, Roy Keane, Phil e Gary Neville, Rio Ferdinand, Wes Brown, Silvestre, O'Shea. Os meninos Cristiano Ronaldo e Darren Fletcher, pelo menos em tese, teriam tempo para o amadurecimento curtindo um elenco muito valioso. O brasileiro e campeão do mundo Kléberson, apresentado ao lado de CR7, também poderia ter tempo para se ambientar.

Os números de Cristiano Ronaldo
Os números de Cristiano Ronaldo Opta

Cristiano marcou seis gols em 40 jogos na sua temporada de estreia na Inglaterra. E os números só cresciam. A quinta temporada foi a grande declaração ao mundo a respeito do tamanho daquele jogador. Foram 49 jogos e 42 gols. A média foi de um gol a cada 98 minutos.  

Foram 292 jogos e 118 gols com a camisa pesada do Manchester United. Cristiano Ronaldo levantou três taças da Premier League, uma de Copa da Inglaterra, duas de Copa da Liga Inglesa, uma de Champions League e um Mundial de Clubes. Ele é gigante e foi gigante em Manchester. 

O Real Madrid experimentou a maturidade de Cristiano Ronaldo, que ainda melhorou seus números de gols e continuou erguendo taças. 

Sábado, contra o Newcastle, Cristiano Ronaldo deve novamente enfrentar um time que oferecerá pouco espaço, mas, especialmente, o jogo servirá para que ele relembre os primeiros passos de uma jovem promessa. O carinho do torcedor do Manchester United será tangível. O torcedor que acolheu um jovem português está ansioso para receber um astro mundial.

Getty Images
Getty Images Cristiano Ronaldo e Solskjaer
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Cristiano Ronaldo de volta: sábado será um dia muito especial para o torcedor do Manchester United

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Está chegando a hora de definir se é com Sean Dyche que o Burnley vai seguir

Mário Marra
Mário Marra

Leeds supera 'frango' do goleiro e busca empate com Burnley na Premier League


Se Sean Dyche assinar um novo contrato com o Burnley, o treinador garantirá ao menos uma década em Turf Moor. Com ele o clube saiu da 2ª divisão e se tornou um clube de Premier League. É bem verdade que ele também foi o técnico de um rebaixamento, mas a confiança no trabalho permitiu que o Burnley voltasse e permanecesse até hoje na elite do futebol inglês.

Sean Dyche não trabalha com orçamentos espetaculares e faz a opção por um estilo mais objetivo e rústico de futebol. é sempre difícil ganhar do Burnley e é comum ver os grandes sofrerem muito com uma zaga forte e os atacantes grandalhões. 

Um fato novo tomou conta do clube em dezembro de 2020. O grupo ALK Capital desembolsou cerca de 170 milhões de libras (R$ 1m214 bilhão) e comprou o Burnley. O grupo norte-americano, liderado por Alan Pace, bateu os olhos nos relatórios financeiros e percebeu a viabilidade do projeto. Mas o próximo passo será mesmo dado com Sean Dyche?

O Burnley volta a campo pela Premier League em 13 de setembro, contra o Everton, às 16h (de Brasília), com transmissão pela ESPN no Star+. Para ter mais informações e assinar, clique aqui.

Em favor do treinador está a tranquilidade que os anos e permanência da Premier League ofereceram. Sean Dyche chegou até mesmo a levar o Burnley à disputa das fases prévias da Liga Europa, após 51 anos sem disputas internacionais. Não só os resultados de campo, mas Dyche também é apontado como o grande responsável pelas obras em Barnfield. O novo centro de treinamentos foi projetado visando formar mais jogadores, formar melhor e captar jogadores para a base. 

Após o fechamento do que foi considerada a melhor janela possível do Burnley com a chegada de Connor Roberts, Nathan Collins, Aaron Lennon, Wayne Hennessey e Maxwel Cornet, chegou a hora de decidir se Dyche fica ou sai do clube. 

Torcedor do Burnley usa cachecol com a imagem do técnico Sean Dyche
Torcedor do Burnley usa cachecol com a imagem do técnico Sean Dyche George Wood/Getty Images

A última vez que um clube foi comprado quando Dyche era o treinador foi traumática para ele. Era Sean Dyche o técnico do Watford na temporada 2011/12. Depois de vários anos trabalhando na formação de jogadores, Dyche cehgou ao time principal e não teve tempo para colocar suas ideias em prática.

Alan Pace, o novo dono do clube, já falou em algumas entrevistas que conta com Dyche para os próximos passos do clube, mas a negociação parece estar parada. Sean Dyche será capaz de dar novos passos? O clube tem interesse em reformular a forma que a comunidade compreende o jogo de futebol? O torcedor do Burnley não pode permitir que o nome de Sean Dyche caia no esquecimento, mas será que é mesmo com ele que o clube dará o salto sonhado pelos novos proprietários?

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Premier League: Terceira rodada mostra Tottenham líder, jogão em Anfield e outra goleada do City

Mário Marra
Mário Marra

A terceira rodada da Premier League se foi. E, de novo, há muito a se destacar, do líder econômico Tottenham, do português Nuno Espírito Santo, passando pelo arrasador e atual campeão City e o 'caçula' travesso Brentford e chegando ao West Ham, que após oito gols em dois jogos fez 'só' dois e deixou de ter aproveitamento perfeito.  

Tottenham único 100%

O único aproveitamento de 100% pertence ao Tottenham. O time treinado por Nuno Espírito Santo (ex-Wolverhampton) obteve o terceiro 1 a 0, agora em cima do Watford. Harry Kane jogou os 90 minutos e viu Son, de novo, marcar. Não é possível escrever sobre mais uma vitória do Tottenham sem destacar Hojbjerg. O dinamarquês ganhou todos os duelos individuais, seja por baixo ou pelo alto. O jovem Skipp tende a crescer muito tendo a boa companhia de Hojbjerg. Pelo outro lado, é claro que foi estranho ver Sissoko com a camisa 19 do Watford. Ismaila Sarr pela direita acelera bem o jogo e encosta em Joshua King. Assim tem vivido o Watford, que já não conta mais com o ídolo e capitão Troy Deeney.


         
     


City atropela de novo. E o Arsenal tem problemas
Manchester City parece ter copiado e colado os placares. Outro 5 a 0! Entretanto, é impactante saber que do outro lado estava o Arsenal. Gabriel Jesus foi muito bem novamente e marcou o seu. Rodri e Gundogan também fizeram, mas é bom perceber a confirmação que é Ferran Torres. O espanhol já havia terminado a última temporada dando uma sensação bastante positiva. A fase artilheira continua. O Arsenal tem problemas. Arteta optou por uma linha defensiva com Cedric Soares, Chambers, Holding, Kolasinac e Tierney. A expulsão de Xhaka destroçou o time e os espaços ficaram muito claros e foram bem preenchidos pelo ataque atual campeão.


         
     


'Caçula' Brentford empolgado

Quem para a empolgação do Brentford? Mesmo jogando fora de casa, o time de Thomas Frank aprontou mais uma e segue sem perder - já tinha batido o Arsenal na estreia e empatado com o Palace na segunda rodada. Toney marcou, Canós roubou bola como ninguém e o empate contra o Villa mostrou que o time pode seguir aprontando das suas na temporada. O Aston Villa viu o crescimento de Buendía. O argentino, convocado para a seleção de seu país para as eliminatórias da Copa de 2022, no Catar, e que esteve no Norwich, tem se soltado e marcou o gol de empate. El Ghazi também tem vivido um bom momento. 


         
     


West Ham perde a perfeição!

Quem não deve ter voltado para casa muito feliz é o torcedor do West Ham. O time de David Moyes poderia ser outro a comemorar 100% de aproveitamento, como o Tottenham, mas... A dupla Fornals-Antonio marcou e se achou muito em campo. Do outro lado esteve Conor Gallagher. Se na temporada passada ele já se destacou no West Brom, é interessante perceber que ele confirma a expectativa no Crystal Palace. McArthur evitou um gol e Guaita não viveu seus momentos mais gloriosos no gol, mas no final o empate em 2 a 2 foi bom para o time de Patrick Vieira.


         
     


A Premier League volta após a Data Fifa, em 11 de setembro, e com os DEZ jogos da quarta rodada disponíveis e AO VIVO pela ESPN no Star+.

Everton segue invicto

A temporada 2008-2009 viu o Liverpool de Rafa Benitez perder apenas dois jogos. Sim, é bem verdade que o time empatava muito e por isso terminou na segunda colocação. O atual Everton, do mesmo Rafa Benitez, permite muito pouco aos adversários. O Brighton, que havia vencido as duas primeiras, se viu perdido e preso ao forte sistema de marcação dos Toffees. Com Townsend de um lado e Gray do outro, os espaços pelos lados do campo se fecharam para o rápido time adversário. Ao final da partida, o técnico Graham Potter tranquilizou os torcedores do Brighton e explicou que Solly March não pôde ser utilizado por uma lesão no tendão, mas disse contar com a recuperação do meia/ala para a próxima partida. Deu Everton, que continua invicto.


         
     


Vardy comanda vitória do Leicester

Teemu Pukki marcou o primeiro gol do Norwich na competição e o 68º dele com a camisa do Norwich. Rashica pela esquerda e Todd Cantwell saindo da direita para dentro. A terceira derrota seguida não pode permitir que a atuação de Max Aarons caia no esquecimento. O lateral de 21 anos mostra força e competência para defender e rapidez no campo de ataque. O time rende e pode render mais. Daniel Farke ainda não conseguiu tirar de Billy Gilmour o que ele pode dar. Do outro lado estava o Leicester, que merece todo o respeito e recuperou-se do chocolate para o West Ham (4 a 1) na rodada anterior. Brendan Rodgers contou com o apoio muito qualificado pela direita de Ricardo Pereira, mas o lateral português saiu machucado e já causa preocupação. Albrighton marcou o seu e, sem a bola, soube ser protetor. Vardy, sempre ele, fez um e deu assistência para o outro.  


         
     


Empate eletrizante entre Liverpool e Chelsea

Jogão em Anfield! Liverpool e Chelsea ficaram no 1 a 1. Os dois times se prepararam muito bem para o jogo. Todo movimento do adversário parecia estar mapeado e as disputas em campo causavam apreensão. Havertz abriu o placar. O gol de cabeça no primeiro pau parecia dar a senha de que apenas em jogadas de bola parada os ataques poderiam vencer as estratégias adversárias. Já perto do primeiro tempo, em uma confusão na área, Reece James cometeu pênalti e foi expulso. Salah marcou. Foi o gol 99 dele na Premier League. Dois marcados pelo Chelsea e 97 pelo Liverpool. Em apuros, Tuchel colocou Thiago Silva para recompor sua linha defensiva e o brasileiro foi muito bem no jogo. Klopp manteve a aposta no jovem Harvey Elliott, que não parece ter apenas 18 anos. 


         
     


Empate amargo para o Newcastle

O torcedor do Newcastle voltou a pedir a saída de Steve Bruce. Callum Wilson e Saint-Maximin marcaram para os donos da casa, mas Elyounoussi e Ward-Prowse, já no fim da partida, marcaram para os Saints. Callum Wilson saiu machucado e sua ausência traz inquietação. Desde que chegou do Bournemouth, o atacante marcou 14 gols em 27 jogos. Técnico do Southamton, Hasenhuttl já havia testado, contra o Newport County, Walker-Peters pela esquerda e não pensou duas vezes em dar a chance a ele também na Premier League. Está cada vez mais claro que Livramento conquistou o seu espaço pela lateral direita e a luta será entre Walker-Peters e Perraud pela esquerda. 


         
     


Burnley consegue primeiro ponto. Ufa!

Ainda sem poder contar com a nova contratação Maxwel Cornet no banco, o Burnley conquistou o seu primeiro ponto na Premier League. McNeil voltou a ser o jogador que encontra um passe especial e, sem a bola, faz o trabalho duro de marcação. Chris Wood foi o autor do gol. O empate do Leeds teve a marca da famosa 'lei do ex'. Bamford, já perto do fim do jogo, marcou o seu. Raphinha (convocado por Tite, mas não liberado como os outros oito brasileiros chamados que atuam na Premier League), aberto pela esquerda, era quem conseguia quebrar as linhas de marcação através dos dribles e dos toques rápidos.  No pós-jogo, Graeme Souness, ex-jogador e ídolo do Liverpool, se disse encantado com o brasileiro e não parava de falar do talento de Raphinha. Vale lembrar: desde de outubro de 2020, ele marcou sete gols e deu nove assistências. 


         
     


Recorde do United!

É bastante estranho olhar a tabela de classificação e observar que o Wolverhampton não marcou gols e nem pontuou. O time de Bruno Lage mostra qualidade e finalizou 15 vezes a gol contra o Manchester United. O meio faz lembrar os melhores dias de Rúben Neves e Moutinho. Trincão teve chances claras de marcar, mas não conseguiu passar pela defesa do United, que teve a participação de Varane como titular. Sancho pela esquerda e Daniel James pela direita eram as opções de velocidade e de aproximação ao ataque. Entretanto, o Manchester United sentiu muito a falta de McTominay e Fred está abaixo do que jogou na temporada passada. O time de Solskjaer estabeleceu uma nova e incrível marca: já são 28 jogos que o time não sabe o que é derrota quando joga fora de casa. 


         
     


A bola só voltará a rolar para a quarta rodada após o fim das datas reservadas aos jogos de seleções. Serão 13 dias de abstinência e de adaptações aos novos contratados, já que a janela fecha nesta terça-feira (31 de agosto). 

Arteta, técnico do Arsenal
Arteta, técnico do Arsenal David S. Bustamante/Getty Images

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Deportação, humilhação, fome e miséria. Entenda o que é a Geração Windrush e o que Michail Antonio tem a ver com isso

Mário Marra
Mário Marra

Theodore Withmore representa muito para a história do futebol da Jamaica. Foi ele que marcou os dois gols da única vitória da seleção de seu país em uma Copa do Mundo. Aquele time, treinado por Renê Simões, perdeu para os favoritos Argentina e Croácia, antes de bater o Japão por 2 a 1. Já naquela época, Withmore, quando era convocado para defender a Jamaica, entrava em um avião em Londres e encontrava com boa parte de seu time em Kingston, capital do país.

Hoje em dia, 23 anos depois daquela Copa do Mundo, é Theodore Withmore que convoca os jogadores. Entre idas e vindas, seja como treinador principal ou como assistente, Withmore está no ambiente de comissão técnica da Jamaica desde 2007. São 54 vitórias, 17 empates e 35 derrotas. 

Não são poucos os que repetem os passos de Theodore da época de jogador do Hull City. Para o último jogo, derrota por 1 a 0 para a seleção dos Estados Unidos, dez jogadores partiram do Reino Unido. Alguns mais conhecidos como Andre Gray, Hector ou até mesmo Decordova-Reid. O maior artilheiro do West Ham na Premier League, Michail Antonio, é outro natural da Inglaterra que atravessará o oceano para defender o time de Theodore. O caminho que os jogadores fazem é historicamente o inverso ao que cerca de 500 mil pessoas fizeram. No dia 22 de junho de 1948, 492 pessoas, muitas delas crianças, desembarcaram do navio Empire Windrush, no Porto de Tilbury, em Londres. 

O Empire Windrush se tornou o símbolo, mas não foi o único navio que recebeu imigrantes vindos das diversas colônias britânicas. Uma lei promulgada em 1948 passou a conceder a nacionalidade britânica para cidadãos nascidos em países como a Jamaica. A Segunda Guerra Mundial provocou, além de outros problemas, uma grave escassez de mão de obra no Reino Unido. A medida servia como uma oportunidade de vida nova aos imigrantes e reaqueceu a economia e a vida dos países do Reino Unido. Entretanto, muitos que deixaram seus países eram crianças e não portavam documentos, outros tantos já saíram de seus países em condições precárias e nem tinham registros, mas foram aceitos e produziram e viveram como britânicos. 

Premier League: Antonio marca belo gol para o West Ham, vai à loucura e beija o próprio ‘boneco’ na comemoração; VEJA!


         
     


Algumas medidas entre 1960 e 1970 começaram a restringir os direitos das pessoas que vinham de países como a Jamaica. Aos cidadãos que chegaram até 1973 foi concedido o direito de permanência, mas não era oferecido a eles qualquer tipo de documento atestando a situação. Em outubro de 2012, a primeira-ministra Theresa May deu início a ações que dificultaram muito a vida de milhares de pessoas. 

Quase que do dia para a noite, cidadãos que não conseguissem comprovar com documentos que eram britânicos ou que tinham avôs, avós ou pais que haviam chegado no Reino Unido até 01 de janeiro de 1973 seriam convidados a sair do país em programas de incentivo à deportação voluntária. Muitos perderam seus empregos, os benefícios de atendimento médico e escola. Entenda que nunca foi pedido um documento a quem chegou tanto tempo antes e os filhos e netos nasceram no Reino Unido e não tinham como provar que seus pais chegaram até 1973.

As medidas sofreram reações imediatas. Órgãos de vigilância e observação dos direitos humanos do Reino Unido se mobilizaram e entraram com ações na justiça contra as medidas do governo. O prejuízo para muitos foi irreparável. Sem documentos, sem emprego, sem saúde, sem moradia e sem esperança. 

Já em 2013, após diversas investigações constatarem abusos e erros do governo o processo de hostilidade retrocedeu, mas não a ponto de parar totalmente. A chamada geração Windrush ajudou a reconstruir o Reino Unido, mas se viu desprotegida, usada e fragilizada

Hoje, quando a seleção da Jamaica recorre a muitos jogadores nascidos na Inglaterra, não é que ela devolva os direitos usurpados, mas oferece o brilho nos olhos que somente a esperança pode dar. 

Antonio comemora gol com 'versão' de papelão
Antonio comemora gol com 'versão' de papelão Getty Images


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Lukaku chegou! A segunda rodada da Premier League e seus destaques

Mário Marra
Mário Marra

Se o impacto da primeiro rodada ficou com o Manchester United, é difícil não apontar o Chelsea e Romelu Lukaku como os principais destaques da segunda rodada da Premier League. É bem verdade que o Brighton e o West Ham, também com 100% de aproveitamento, merecem um olhares especiais, mas o volume de jogo, a concentração na partida, a imposição técnica, tática e física foram assustadores. 

Era um clássico, jogo grande e com a volta do torcedor do Arsenal. O time dono da casa precisava apagar a má impressão da rodada de abertura, mas como parar Lukaku? Como roubar a bola de um meio que valorizava a posse e progredia no campo do ataque? Foram 15 finalizações de dentro da área. O Chelsea foi irresistível.


         
     

Outro que manteve 100% é o Tottenham. Não foi nada fácil. O reencontro de Nuno Espírito Santo com o torcedor dos Wolves foi tenso para o seu novo clube, o Tottenham. O Wolverhampton perdeu as duas primeiras, mas não dá para falar que o time jogou mal. Foram 25 finalizações contra oito. Sim, é verdade que o número que mais vale é o de gols marcados no jogo, quanta obviedade! Dele Alli marcou e Rúben Neves foi o destaque do time dono da casa.


         
     

O Southampton somou o primeiro ponto na competição em um jogo duro contra o Manchester United. De novo com Livramento na lateral direita, Hasenhuttl sabe o tamanho do resultado de seu time em casa. Solskjaer viu Maguire bobear em alguns momentos defensivos e Pogba dar mais uma assistência para outro gol de Greenwood.


         
     

O Liverpool também venceu as duas. De novo Diogo Jota marcou e Mané ampliou. O jogo de imposição e de pressão em cima do adversário está ali. O conceito é igual, mas é bem aceitável que a execução ainda mostre falhas. São homens em início de temporada e não máquinas programadas para sufocar todos os adversários. Muito boa a estreia de Elliott como titular. O Burnley vai precisar dar um jeito de pontuar. Ou Alan Pace coloca a mão a bolso ou Sean Dyche terá que fazer outros milagres.


         
     

Que belo gol marcou Danny Ings, o primeiro da vitória do Villa sobre o Newcastle. Buendía se mostrou mais solto e a defesa trabalhou muito para inibir Callum Wilson e Saint-Maximin. Os primeiros três pontos ajudam a conviver com o insuperável trauma da ausência de Grealish. Por falar nele, saiu o primeiro gol do camisa 10 do City. O Norwich encontrou Liverpool e City pela frente. Perdeu, agora fora de casa, de 5 a 0. Gabriel Jesus fez um grande jogo e recebeu muitos elogios do professor Guardiola.


         
     

Leeds e Everton  fizeram um jogo de quatro gols. O empate saiu em um gol marcado pelo brasileiro Raphinha. Gray, de volta à Premier League, marcou e fechou o lado direito de defesa do time de Rafa Benitez. Citei o Brighton no início do texto e é muito interessante ver que o time de Graham Potter continua criando muito, mas agora está fazendo os gols que antes desperdiçava. E tome pressão! O Watford tentava jogar e era desarmado. Que grande jogo fez Bissouma!


         
     

O Brentford fez o seu primeiro jogo fora de casa na Premier League. É sabido o quanto é indigesto jogar no Selhurst Park. E não é que o time visitante criou o dobro de chances de gol?! Patrick Vieira contou com Gallagher avançando pelo lado direito e McArthur, que fez o jogo 300 de Premier League, pela esquerda. Entretanto nem um e nem o outro conseguiu fazer a bola chegar macia para Zaha. A sensação Brentford contou de novo com o ataque de Toney e Mbeumo. Olho aberto também para Wissa, que entrou no segundo tempo e tende a se soltar.


         
     

A rodada terminou com a goleada do West Ham para cima do Leicester. Os dois haviam vencido na primeira rodada. O jogo foi marcado pela expulsão de Ayoze Perez, ainda no primeiro tempo. Se fosse permitido elogiar apenas um jogador do West Ham, minha opção seria Antonio. Como foi útil o atacante. Foram dele os dois últimos gols do jogo. Gols importantes. MIchail Antonio agora é o maior artilheiro do West Ham na Premier League. Antes de a bola rolar, ele e Paolo Di Canio tinham 47 gols, ele chegou aos 49. 


         
     

David Moyes deixou muito claro que Soyunçu e Amartey poderiam ficar trocando passes na linha de defesa, mas se a bola passasse do meio campo... O West Ham sabia muito bem o que queria. Foram 19 finalizações contra cinco. Não foi nada fácil jogar contra o West Ham na temporada passada. Não será nada fácil de novo.

Lukaku, do Chelsea
Lukaku, do Chelsea Getty Images

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Lukaku chegou! A segunda rodada da Premier League e seus destaques

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West Ham à venda? Entenda todo o detalhado processo de venda de um clube da Premier League

Mário Marra
Mário Marra

Não dá para falar que o problema do West Ham esteja em fazer gols. Na temporada passada, quando o clube garantiu participação na Europa League, o ataque superou, por exemplo, o número de gols do Chelsea na Premier League. Mas é claro também que se fosse possível contar com os gols do ídolo Tony Cottee, seria ótimo para os planos do técnico David Moyes. 

Cottee foi artilheiro dos Hammers nas passagens que teve. Entre jogos oficiais e amistosos, foram 336 jogos e 146 gols marcados. Tony Cottee foi mais um que declarou estar a favor da venda do West Ham para o grupo PAI Capital. 

O West Ham vai a campo nesta segunda-feira (23) contra o Leicester, em jogo que fecha a segunda rodada da Premier League e que terá transmissão ao vivo da ESPN Brasil, a partir das 16h (horário de Brasília). 

Entrevista exclusiva: Vardy diz o que pensa sobre 'gastança' de rivais na Premier League e vê Leicester fazendo frente; assista

O PAI Capital é um grupo de investimento liderado por Nasb Piriyev - um milionário do Azerbaijão - e que conta também com a participação de Philip Beard Queens Park Rangers, Philip Beard, que foi executivo do QPR, o time que já esteve na elite inglesa há alguns anos. 

Comprar um clube da Premier League não é das coisas mais fáceis do universo. Não adianta apenas ter um bom dinheiro ou patrimônio. O processo é longo. Ainda na temporada passada, na época da formalização da proposta pela compra do Newcastle, conversei com o advogado Daniel Geey, autor do livro 'Done Deal', especialista em grandes negociações na Inglaterra.

É necessário apresentar um documento dando ao possível comprador o direito de conhecer detalhes das finanças do clube, contratos com jogadores, comissão técnica e funcionários; as ações na justiça; as responsabilidades e dívidas e uma possível exclusividade de venda com tempo determinado.

Em um outro momento é providenciada a confecção e assinatura de um documento que resume elementos do acordo. São eles: nomes de todos os compradores e provável futura direção e nomes dos vendedores. A especulação é de que a venda do West Ham envolve cerca de 400 milhões de libras (R$ 2,9 bilhões pelo câmbio atual). 

Período definido como de exclusividade (se houve um período). Valores que o clube apura na Premier League e outras competições. Documento pronto, e a Premier League obrigatoriamente tem que ser comunicada. Por sua vez, a Liga solicita ao possível comprador um plano de negócios e garantias financeiras. Com tudo isso em mãos, a Premier League passa a ter dez dias úteis para aprovar ou não o negócio.

Vale observar que a Premier League, já com todos os documentos, passa a investigar outros pontos relevantes:

- O possível comprador não pode ter 10% de ações de um outro clube de primeira divisão
- Os participantes da direção não podem ter sido banidos de um outro clube ou empresa
- Também não pode haver histórico de alguém da direção preso ou falido
- Não pode haver envolvimento em um clube insolvente ou falido 
- Não pode ter sido banido por algum órgão esportivo
- Não pode ter violado os regulamentos de apostas
- Não pode ter acusação de violência ou ofensa sexual

O processo ainda está no campo das especulações. A direção do West Ham não mostra intenção de vender o clube e não tem gostado da postura dos interessados, que têm tentado comover os torcedores através de apoios públicos como os de Tony Cottee, além de Anton e Rio Ferdinand.

Não é sabido se os atuais proprietários, David Gold, David Sullivan e Karren Brady, receberam uma proposta formal. O caminho para a compra/venda de um clube não passa por declarações públicas ou pelo convencimento de ídolos históricos de qualquer clube. 

Algo não cheira bem em toda esta história.

HammerHead (Cabeça de Martelo), a mascote do West Ham, que pode estar à venda
HammerHead (Cabeça de Martelo), a mascote do West Ham, que pode estar à venda ESPN


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Lutando contra o tempo, o Southampton de Hasenhuttl precisa dar respostas rápidas

Mário Marra
Mário Marra

O St. Mary estará novamente aberto aos torcedores do Southampton no próximo domingo. O apaixonado pelos Saints sabe que terá que empurrar seu time para enfrentar o Manchester United, que fez ótima partida de abertura na semana passada. Ralph Hasenhuttl vive dias de euforia por poder ver o torcedor de perto novamente, mas também dias de inquietação quanto ao que o time precisa desempenhar em campo.

Questionado pelo aproveitamento imediato do lateral Livramento pela direita, o treinador justificou a opção destacando as mais fortes características físicas defensivas de seu jovem jogador. Durante o período de pré-temporada, bem como em todo o ano passado, Walker-Peters era a opção pelo lado e também a maior fonte de criação de espaços e jogadas mais agudas. Foi dele o gol do Southampton no amistoso contra o Levante e dele se espera volume de jogo. 

Se Walker-Peters jogar ou se a opção for por Livramento pela lateral direita, Hasenhuttl poderá ter à frente deles um velho conhecido de Ole Gunnar Solskjaer. Nascido em Marrocos e naturalizado norueguês, Elyounoussi foi jogador do atual treinador do Manchester United no Molde, e, no mesmo amistoso diante do Levante, fez a função de um atacante de lado de campo.

Ralph Hasenhuttl
Ralph Hasenhuttl Bradley Collyer/PA Images/Getty Images

Outro motivo de grande satisfação para o treinador foi a renovação de contrato por mais cinco anos de James Ward-Prowse. Capitão desde que ficou claro que o dinamarquês Hojbjerg não permaneceria no clube, Ward-Prowse disse em entrevista que espera devolver toda a confiança que o clube deu a ele desde os seus longínquos oito anos de idade. Já são 323 partidas defendendo o clube de coração. 

No jogo de abertura, contra o Everton, Ward-Prowse viu o recém contratado Armstrong marcar logo na sua estreia. Existe uma curiosidade envolvendo Armstrong. Ele iniciou a carreira no Newcastle e de lá foi para o Blackburn, onde não parou de fazer gols, e despertou a atenção dos Saints. Até aí tudo bem, tudo normal. A curiosidade é que ele fez o caminho inverso da grande estrela Alan Shearer. O artilheiro da Premier League começou no Southampton, foi levantar a taça de campeão no Blackburn e depois brilhou novamente no Newcastle. Adam Armstrong, o do caminho inverso, pode se tornar terceiro jogador do Southampton a marcar em suas duas primeiras partidas pelo clube na Premier League.

Richarlison marca, dá assistência, e Everton estreia com vitória de virada sobre o Southampton na Premier League


A necessidade de pontuar em casa, após abrir a competição com derrota é real. Entretanto, é preciso compreender que Ralph Hasenhuttl está remontando, e com dúvidas, a sua defesa. A começar pelo gol, onde McCarthy e Forster disputam posição, passando pela luta na lateral entre Walker-Peters e Livramento. Sem Vestergaard e Bertrand, que foram para o Leicester, com Perraud, novo titular da lateral esquerda. A história recente de duas goleadas de 9 a 0 em duas temporadas seguidas, uma delas para o Manchester United, faz o torcedor ter calafrios e ficar impaciente com as dúvidas de seu treinador. A Premier League é uma competição que oferece desafios pesados a cada rodada e Hasenhuttl já sabe que não dá para flertar com o perigo.



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Manchester United impactante, Tottenham ganhando jogo grande e os destaques da primeira rodada da Premier League

Mário Marra
Mário Marra

A rede balançou 34 vezes na primeira rodada da Premier League 2021/2022. Não foram poucas as cenas marcantes do encontro do torcedor com seus clubes nos estádios. A saudade era tanta que alguns torcedores de Manchester United e Leeds chegaram a reviver momentos de brigas nas ruas antes do jogo. E que jogo!

O Manchester United foi o time que mais impactou na rodada. Bruno Fernandes e Pogba sobraram, mas olhar apenas para eles é ser injusto com o que o time como um todo apresentou. O Leeds chegou ao gol de empate, mas não conseguiu se impor contra um adversário vibrante, forte, dedicado e bem organizado em campo. 


         
     


Chelsea e Liverpool também confirmaram o favoritismo. Contra um Crystal Palace que tenta viver uma mentalidade diferente, o Chelsea já fez um seguro 2 a 0 no primeiro tempo e ampliou no segundo tempo. Agora espera o dia da reestreia de Lukaku. O Liverpool saiu de casa e foi visitar o Norwich, que está de volta. O jogo começou com um ritmo mais lento, mas com o time de Klopp já colocando limites em campo e tentando sufocar os donos da casa. Diogo Jota, Firmino e Salah marcaram e o Norwich não conseguiu vazar o gol de Alisson. A principal notícia foi Van Dijk terminar a partida ao lado de Matip. Há quanto tempo os dois não iniciavam e terminavam um jogo juntos? 

Não sei se Richarlison é um ser-humano como os outros, mas o que ele fez não é para qualquer um. O atacante do Everton recebeu a medalha de ouro no Japão, pouco tempo depois foi apresentado ao novo treinador e garantiu, com um gol e uma assistência, os primeiros 3 pontos do Everton na competição. O Southampton abriu o placar com o recém-contratado Armstrong, mas tomou a virada. Armstrong merece umas linhas a mais. É curioso perceber que ele faz o caminho inverso do que fez o grande Alan Shearer. Para quem não sabe, Shearer começou no Southampton, foi ser campeão no Blackburn e brilhou muito no Newcastle. Armstrong começou e foi pouco aproveitado no Newcastle, brilhou no Blackburn e agora vive seus primeiros momentos no Saints.


         
     


O Brighton teria uma dura tarefa: abrir a competição contra o Burnley, no Turf Moor. O fantasma ficou mais feio ainda quando Tarkowski, ainda antes dos dois minutos, abriu o placar. No segundo tempo, com Maupay e Mac Allister, o time de Graham Potter virou e estufou o peito para pegar o Watford na segunda rodada. Watford que teve ótimo retorno. Encontrou um reforçado Aston Villa e conseguiu fazer 3 a 2. Ings marcou um e Leon Bailey participou de outro, mas Buendia esteve tímido em campo.

Tottenham e Manchester City fizeram o jogo que mais chamava a atenção. Os dois times são apontados como concorrentes para a parte mais alta da tabela. Sem Harry Kane, o novo Tottenham, agora com Nuno Espírito Santo, apostou em força de marcação e agressividade no contra-ataque. Que jogo! Lucas Moura foi muito importante e Son marcou o gol da vitória dos Spurs. O City não pode contar com De Bruyne o tempo todo, mas os poucos minutos que ele esteve em campo já serviram para o torcedor imaginar um meio com ele e Grealish. Por falar em Nuno Espírito Santo, o Wolverhampton surpreendeu pela velocidade que colocou em campo e pelas chances criadas. Foram 17 finalizações contra o Leicester. Deu Leicester, é verdade, mas não dá para desconsiderar que Bruno Lage parece ter conseguido vender bem as ideias para o grupo de jogadores. 


         
     

O West Ham, de David Moyes, começou tomando um susto do Newcastle, mas conseguiu se recuperar em um jogo de 35 finalizações. O argelino Benrahma foi destaque no jogo. Talvez a grande surpresa tenha sido a vitória do Brentford sobre o Arsenal. Sim, é verdade que os desfalques pesaram para Arteta, mas também é verdade que o Brentford sonhou 74 anos com o dia de sua volta ao topo da pirâmide do futebol inglês e fez um jogo de muita entrega e dedicação. 

Foi apenas o primeiro capítulo e tem muita história a ser escrita e contada. A janela de transferências ainda está aberta e alguns clubes devem se movimentar. A primeira rodada não permitiu empates. Foi tudo ou nada. A segunda rodada já vai marcar o reencontro de Nuno Espírito Santo com o Wolverhampton e um nada suave Arsenal x Chelsea. Teremos mais emoções fortes pela frente.

Bruno Fernandes, Greenwood e Pogba celebram gol do United
Bruno Fernandes, Greenwood e Pogba celebram gol do United Getty Images
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Luz na passarela que lá vem a Premier League

Mário Marra
Mário Marra

Mikel Arteta, Bruno Lage e Patrick Vieira
Mikel Arteta, Bruno Lage e Patrick Vieira Getty Images

A bola voltará a rolar pela Premier League nesta sexta-feira (13). Brentford e Arsenal farão o jogo de abertura, a partir das 16h (de Brasília), ao vivo na ESPN Brasil. O caçula Brentford Community Stadium contará com a presença de torcedores, como será também nos outros estádios.

O projeto de futebol do Brentford não parece ter terminado com o time chegando ao máximo da pirâmide do futebol inglês. Com uso zeloso do dinheiro e muita capacidade de observação de ligas menores da Inglaterra e de toda a Europa, o time de Thomas Frank sabe que a temporada é de luta pela permanência, mas é sempre bom ficar com os olhos abertos ao que Ivan Toney pode arrumar nas áreas adversárias.

Já o Arsenal viveu ótima recuperação nos últimos dez jogos da temporada passada, mas iniciou muito mal e foi capengando até dezembro de 2020. Mikel Arteta tem arejado o elenco com muita juventude, mas dá para falar que a irregularidade cobrou muitos pontos. O clube foi às compras e trouxe o zagueiro Ben White. É preciso dizer que existe um Ben White antes e outro depois de Bielsa. 

Sim, Ben White subiu com o Leeds e ofereceu muito ao time. A temporada passada, no Brighton, foi de um jogador inteligente com a bola e rápido na tentativa de recuperação. O desempenho o levou à disputa da Eurocopa. White casa com as ideias de Arteta, mas persiste a dúvida em relação ao que o time pode oferecer em um campeonato que exige regularidade.

Top 5 do Arsenal na Premier League: Cobertura de Saka, Aubameyang no ângulo e os golaços dos Gunners em 2020-21


         
     

Mas há outros detalhes interessantes a serem observados já na primeira rodada.

Será a temporada de estreia de Bruno Lage no Wolverhampton. Quem é o técnico português que chega para o lugar do compatriota Nuno Espírito Santo? O Express and Star, jornal que cobre diariamente o Wolverhampton, trata a contratação de Lage como uma evolução, não uma revolução. Ele assumiu o comando do Benfica no lugar de Rui Vitória, após uma derrota para o Portimonense que derrubou o time para o quarto lugar do Português.

Lage já trabalhava no clube há algum tempo e optou por dar espaço aos jovens que ele já conhecia da base. Ao final de quatro meses, 19 jogos e 72 gols depois, veio o título. Estatiscamente, o Benfica de Bruno Lage fez a melhor segunda metade de uma temporada de Portugal. 

Bruno também tem experiência fora de Portugal. Foi no Al-Ahli, dos Emirados Árabes, que ele conheceu Carlos Carvalhal. Os dois escreveram "Futebol: Desenvolvendo um Know-How". Bruno também escreveu "Treinamento: da iniciação à equipe B e a importância do treinamento em desenvolvimento juvenil". Carlos Carvalhal ainda levou Bruno Lage para o Sheffield Wednesday em 2015 e para o Swansea. A boa teoria vai ser vista em campo? 

+ De 'pizzada' em Ferguson a atacante 'roubado' em hotel: 5 histórias da Premier League que você talvez não conheça

Logo de saída, o Wolverhampton vai encarar uma das sensações das últimas temporadas. Confiante, o Leicester City de Brendan Rodgers acabou de erguer mais uma taça, a da Supercopa da Inglaterra. O time de Rodgers terá Patson Daka como mais uma opção de ataque. O zambiano luta pelo espaço em um ataque que tem Vardy e Iheanacho. 

É difícil apontar o Leicester como favorito ao título, mas é igualmente difícil ou injusto não pensar nele como alguém que vai lutar por pontos dentro e fora de casa e vai fazer novamente boa campanha.

Jamie Vardy, atacante do Leicester
Jamie Vardy, atacante do Leicester Getty Images

Outro clube que vai viver uma nova vida é o Crystal Palace. Dentro e fora e campo. O clube que comemora mais uma temporada na Premier League não terá mais o trabalho de Roy Hodgson. E não foi só o treinador que saiu: Dave Reddington também anunciou a ida para o AGF Aarhus, da Dinamarca. Ele teve várias passagens no Palace e uma ligação com o clube que começou em 2004. 

Foi treinador dos times juvenis até 2009. Saiu para o Watford e voltou ao Palace em 2013. Trabalhou de 2013 a 2018 no Sub-23, como auxiliar de Ray Lewington, o treinador principal. De toda a equipe de treinadores do Palace, apenas permaneceu Dean Kiely, treinador de goleiros, que fica para auxiliar os passos do novo treinador, Patrick Vieira. O clube teve muitas dificuldades para anunciar o sucessor de Hodgson e isso acabou complicando muito a renovação de contrato de mais de uma dezena de jogadores. 

Dá para chamar de saga o que viveu o Palace. Logo após o final da última temporada, o clube foi procurado pela Gestifute, empresa do empresário Jorge Mendes. Mendes tem bom trânsito com Dougie Freedman, diretor esportivo, desde a época de Doug no Nottingham Forest.

Conhecidos, surpresa e outros que podem brilhar: os brasileiros da Premier League 21/22, que vem aí!


         
     

Os nomes que o Palace trabalhava até ser procurado por Jorge Mendes eram Sean Dyche, Frank Lampard, Valerien Ismael e Steve Cooper. Doug Freedman foi até Lisboa no final de maio e ficou impressionado com Nuno Espírito Santo. O tempo foi passando e o Palace foi entendendo que as exigências só aumentavam. Nuno queria levar dois auxiliares diretos, um treinador de goleiros, um preparador físico, alguém para trabalhar com ciência do esporte e outro na medicina. O Palace começou a desconfiar que Nuno tinha outras preferências e o tempo estava passando. As portas iam se fechando e Vieira surgiu como nome forte e acessível. 

Os primeiros passos foram bem interesantes. Mitchel assumiu a lateral esquerda e tem sido estimulado a apoiar. O bom zagueiro Andersen chegou e Marc Guehi também. O principal destaque será novamente Zaha. E como ele tem jogado bola! Patrick Vieira parece estar se divertindo e Zaha também. Livre, leve e solto para criar. Não só pela esquerda. Zaha será novamente uma atração da Premier League.

Aqui está um pouco, mas muito pouco mesmo, do que poderá ser visto logo no início da Premier League. Conte comigo para atualizações, histórias dos clubes e dos jogadores. Já faço uma promessa: vou dividir com vocês a experiência que tive, convidado pelo Visit Britain, no National Football Museum. Tem muita coisa boa pela frente. 

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Nuno precisa ser blindado e o novo Tottenham passa muito mais por Daniel Levy e Fabio Paratici

Mário Marra
Mário Marra

O Tottenham rompeu com José Mourinho no dia 19 de abril e levou 72 dias para anunciar que o cargo de técnico seria do também português Nuno Espírito Santo. O período foi fértil para que diversos nomes surgissem como candidatos. Antonio Conte, Paulo Fonseca, Erik ten Hag, Nagelsmann, Lopetegui, Brendan Rodgers e Graham Potter foram alguns . Gattuso foi outro nome citado, mas rejeitado com a #NoToGattuso virando tendência no Reino Unido. Mauricio Pochettino tem lugar cativo no coração dos torcedores, mas o argentino continua empregado no PSG.

A troca do comando técnico é apenas uma das mudanças nos Spurs. Se antes Daniel Levy era a voz do clube, o holofote agora é dividido com o italiano Fabio Paratici. Partiu do italiano a iniciativa de procurar técnicos como Antonio Conte e Paulo Fonseca e é Fabio Paratici diretamente responsável pela indicação de Nuno Espírito Santo.  

Mesmo sabendo que Nuno não era a primeira opção, o trabalho dele à frente do Wolverhampton é muito bem avaliado no clube. Nuno abrirá a porta para a saída de alguns jogadores e receberá outros. Olhando para o campo, não dá para falar que Nuno tenha sido refém de qualquer esquema ou ideia de jogo. Se pelos Wolves foi fácil ver durante um bom tempo uma linha de três zagueiros com Coady, Bolly e Saiss; Jonny Otto pela esquerda e Doherty, que volta a ser jogador de Nuno no Tottenham, pela direita e um meio que controlava as partidas a partir de  Ruben Neves e João Moutinho, é preciso perceber que pelo mesmo Wolverhampton variou para uma linha com quatro, com laterais diferentes e volantes diferentes. Se a observação voltar no tempo para o Valencia de 2014/15, fica ainda mais evidente que Nuno busca equilibrar suas equipes com base no elenco que tem. A boa campanha levou o Valencia para o quarto lugar em LaLiga e apenas Barcelona, Real Madrid e Sevilla marcaram mais gols que o time de Nuno.

Nuno Espírito Santo chega ao Tottenham e garante: 'Nosso DNA é dar orgulho aos fãs'


É permitido pensar que a política de contratações vai ser parecida com a do Wolverhampton, mas os sinais não são tão claros de que haverá uma invasão portuguesa de jogadores de Jorge Mendes em Londres. Na verdade, tudo indica que o Wolverhampton, agora treinado pelo também português Bruno Lage, vai continuar sendo o clube preferido para a chegada dos patrícios e o empréstimo de Francisco Trincão já é uma demonstração. A relação do agente Jorge Mendes com o grupo Fosun, que cuida dos Wolves é e continua estreita. Já Fabio Paratici, em seus onze anos de Juventus, negociou apenas Cristiano Ronaldo, João Cancelo e Dany Mota com Jorge Mendes.

Não é justo que já respingue em Nuno Espírito Santo uma possível saída de Harry Kane. Ao treinador, em um primeiro momento, caberá o desafio do campo e de ajudar a montar uma equipe ainda mais forte e mais competitiva. Será um mundo diferente para Nuno Espírito Santo. A cobrança no Tottenham envolve outra realidade e outras rivalidades. A união de Daniel Levy e Fabio Paratici será testada e desafiada de tempos em tempos. Eles precisarão dar apoio diário a Nuno. Se os bastidores funcionarem bem, Nuno tem amplas possibilidades de seguir evoluindo na carreira.

Nuno Espírito Santo
Nuno Espírito Santo Getty Images
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Dirigir o Everton pode ser o maior desafio da carreira de Rafa Benítez

Mário Marra
Mário Marra

Veio nesta quarta-feira (30) o anúncio que já era esperado há alguns dias. Rafael Benítez é o novo treinador do Everton. O clube queria a continuidade do trabalho de Carlo Ancelotti, mas ele aceitou a proposta do Real Madrid. Do dia da despedida do italiano até hoje, dia do anúncio, vários nomes foram especulados. A escolha do espanhol é um flerte com o perigo.

Rafa Benítez é muito querido pelo torcedor do Liverpool, grande rival do Everton, mas não é justo restringir a carreira dele ao tempo no clube vermelho. Rafa só chegou ao Liverpool por ter chamado muito a atenção no Valencia, no qual conquistou dois títulos espanhóis e uma Copa da Uefa (atual Europa League).

No Liverpool veio outra grande conquista e de uma forma incrível. Era ele o treinador do conhecido 'Milagre de Istambul'. Um Liverpool bem inferior ao Milan conseguiu empatar uma partida que estava 3 a 0 e levantou a taça da Champions League após uma disputa de pênaltis.

É um equívoco pensar que a relação do torcedor do Liverpool com Rafa se dá por causa dos títulos. Além de escolher morar na cidade, ele tem faixa nas arquibancadas de Anfield e teve importante papel histórico no Liverpool quando resolveu bater de frente com a péssima gestão de Tom Hicks e George Gillet. A voz crítica do torcedor se fazia ouvida quando Rafa pontuava a fragilidade administrativa de seus chefes. Deu tão certo que ele caiu e a gestão foi derrubada.

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O torcedor do Everton via tudo isso e viu também que em 2011, já fora do clube, Rafa Benítez compareceu à cerimônia anual de reflexão sobre o desastre de Hillsborough e foi ovacionado quando teve seu nome anunciado como um dos presentes. 

O técnico espanhol de 61 anos escreveu uma história no Liverpool. Escreveu também em outros clubes, sendo campeão na Inter de Milão, no Chelsea e no Napoli. Entretanto, é nítido que o torcedor do Everton vai conviver com a desconfiança. Se o olhar atravessado se desse em função de uma certa estagnação na carreira do treinador, seria compreensível, mas desconfiar por causa do passado não é justo com ninguém. 

Rafa vai ter que aprender como agradar o torcedor, vai ter que fazer o Everton voltar a lutar por títulos, mas ele mesmo não tem sido o mesmo de antes. Ele precisa do Everton e, hoje, o Everton precisa dele. "O trabalho duro bate o talento quando o talento não trabalha duro." A frase está escrita em Finch Farm, centro de treinamentos do Everton, e o novo Everton é uma incógnita. O clube tem um belíssimo estádio sendo construído, jogadores titulares em diversas seleções espalhadas no mundo, uma torcida apaixonada e atuante, muita história e sonha em voltar a gritar alto - é bom destacar que o Everton tem nove títulos do Inglês e cinco títulos da Copa da Inglaterra. 

Se Rafa Benítez conseguir fazer o recado sair da parede e virar realidade para os jogadores, a resistência ao seu nome já diminuirá bastante.

Rafael Benítez é apresentado no Everton
Rafael Benítez é apresentado no Everton Getty Images
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Valores ou dinheiro? Norwich desiste de patrocínio e pede desculpas aos torcedores

Mário Marra
Mário Marra

Será difícil fazer a conta fechar. É sempre difícil para um clube que faz boas campanhas na segunda divisão, mas que normalmente sofre com o rótulo de clube que bate e volta para a Championship. Talvez a fórmula para subir já seja bem conhecida e a equação passe por dar espaço a jovens jogadores, investir no desenvolvimento deles, subir com eles e fazer caixa com alguns deles. Tem sido assim e, de novo, foi assim com o Norwich, que acaba de vender o argentino Emiliano Buendia ao Aston Villa. O problema é que sem ele o plano de permanência na Premier League fica mais distante.

Os Canários conseguiram mais uma promoção à elite. O time treinado por Daniel Farke tem clara ideia de jogo definida. O time prefere ter a bola no chão e atua exercendo forte pressão no adversário para recuperar a posse novamente. O Norwich  endurece contra quase todos os oponentes. Há duas temporadas, quando a equipe de novo subiu e caiu, conseguiu ganhar do campeão Manchester City no Carrow Road. 

Faltas perfeitas, chutaços e até cabeçada histórica: os gols brasileiros mais bonitos na Premier League 2020-2021; assista

Além do campo e da bola, o Norwich é um daqueles famosos clubes de comunidade. Os torcedores locais não abrem mão de torcer pelo clube de sua região e alimentam, mesmo estando em divisões diferentes, a rivalidade com o Ipswich. O derby de East Anglian é considerado um dos mais disputados de toda a Inglaterra. É preciso compreender que a rivalidade sai, e muito, dos limites do campo. A rixa é entre o condado de Norfolk e os vizinhos de Suffolk. Os clássicos entre eles servem para que um vizinho ouça o outro gritar bem alto que eles são o "Orgulho de Anglia". A região respira a cultura do futebol local.

Se o Norwich é odiado pelos vizinhos de Ipswich, quase dá para afirmar que Delia Smith é amada por algumas gerações de britânicos. Delia é conhecida em todo o Reino Unido por ser uma cozinheira de muita qualidade, uma referência. Por muitos anos ela invadiu os lares de muitas gerações com programas de culinária. Ela é um daqueles casos raros de unanimidade. A projeção é tanta que o álbum Let It Bleed, dos Rolling Stones, tem na capa um bolo feito por Delia Smith e ela, entre um bolo e outro, é a proprietária do Norwich City Football Club.

Os desafios de uma nova temporada são muitos, e o clube traçou como prioridade a permanência da dupla Stuart Webber-Daniel Farke. Webber é o diretor de futebol e Farke, o treinador. Seria ótimo se eles pudessem contar com todo o elenco e se pudessem oferecer reforços, mas o dinheiro nunca sobrou e o clube sabe que a imensa maioria de sua torcida está compreendida nos limites do condado. Como crescer? 

Pensando em atingir o mercado asiático, uma empresa de apostas chegou ao Norwich com uma proposta financeira. O clube receberia uma boa quantia em dinheiro e exibiria a marca da empresa na camisa nos jogos da Premier League. Acordo feito. Os apaixonados torcedores começaram a investigar quem era aquele parceiro e nem precisaram ir muito longe para perceber que a empresa tinha anúncios que sugeriam mulheres em situação de exploração sexual. 

A direção do Norwich tentou dialogar com a empresa, mas percebeu que não valeria a pena ter o dinheiro no cofre e a decepção de seu torcedor. O acordo foi desfeito, e o clube soltou nota em seu site oficial pedindo desculpas aos seus torcedores.

Os torcedores sabem que o clube vai precisar de dinheiro e torcem para que uma nova marca tenha interesse na camisa amarela dos Canários, mas dá para dizer que eles comemoram a compreensão de que o dinheiro é bom, mas não pode comprar valores.

Bandeira do Norwich City
Bandeira do Norwich City Divulgação/Norwich City
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Valores ou dinheiro? Norwich desiste de patrocínio e pede desculpas aos torcedores

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Sorria, Blackpool! Um pouco da história de um clube que viveu desmandos e abusos e agora só quer mesmo é ser feliz

Mário Marra
Mário Marra

Dougall faz dois, Blackpool supera gol contra, vence o Lincoln City em Wembley e está de volta à Championship


É bem possível que Neil Critchley conhecesse a história do Blackpool. O que dá para afirmar é que assim que o treinador saiu da base do Liverpool e aceitou o desafio de reescrever páginas bonitas na história dos Tangerines, Critchley conversou e conviveu com torcedores locais que sabiam na ponta da língua tudo sobre a The Mathews Final e sobre Alan Ball Jr.

Blackpool respira futebol. A cidade litorânea, que um dia foi também escolhida por Brian Epstein (empresário dos Beatles) para receber o lançamento de Help!, é a mesma que recebeu a taça da Copa da Inglaterra de 1953 em um jogo emocionante contra o Bolton Wanderers. O Bolton chegou a fazer 3 a 1, mas Stanley Mathews, na época com 38 anos, chamou o jogo e criou todas as jogadas para a espetacular virada para 4 a 3. 

Foi lá em Blackpool que surgiu para o mundo do futebol um outro camisa 7 daqueles. Alan Ball defendia os Tangerines quando foi chamado para a Copa do Mundo de 1966. A Inglaterra comemorou o título, mas o Blackpool acabou não resistindo e vendeu Ball para o Everton. Lá no Goodison, ele, Colin Harvey e Howard Kendall são chamados de "Santíssima Trindade". 

Neil Critchley foi contratado para que o time passasse a dar os passos para frente que o clube tem sofrido para dar, mas tem conseguido. Depois de anos e anos nas mãos da família Oyston, o Blackpool deixou de ser assunto nas páginas policiais e voltou a estampar a camisa laranja nos principais meios de comunicação do Reino Unido. 

Como um clube que teve Stanley Mathews e Alan Ball como ídolos pode ter o nome envolvido até mesmo em escândalos sexuais? A história é longa e envolve décadas de uso indevido por parte de Owen Oyston, que foi afastado por ter sido preso por violência sexual, Vicki Oyston, esposa de Owen, e seu filho Karl Oyston. A família se perdeu na administração do clube e foi acusada de se servir da imagem e posteriormente de parte dos bens do clube. 

Jogadores do Blackpool comemoram o acesso à Championship
Jogadores do Blackpool comemoram o acesso à Championship Divulgação

O torcedor Simon Peter Sadler, de longe, via tudo com muita atenção. Natural de Blackpool e torcedor apaixonado do clube, Sadler não perdeu a oportunidade e adquiriu 96,2% do clube. Empresário de sucesso no mercado financeiro na Rússia e também na China, Sadler sonhou com um Blackpool mais forte. Em uma entrevista ao jornal The Guardian em julho de 2019, Simon Sadler preferiu dizer que o que os Oyston fizeram no clube  foi triste, mas que alguém com amor ao clube que teria que dar a oportunidade a filhos e netos da cidade verem o time em campo.

Neil Critchley chegou, sofreu, mas ajudou a construir um sentido coletivo, uma cara de time. Hoje, após bater o Lincoln e garantir vaga na próxima Championship, Blackpool está em festa. Um primeiro importante passo foi dado, mas é sempre bom lembrar que Simon Sadler estimula as lembranças do passado nos corredores do clube. Vem mais pela frente.

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Sorria, Blackpool! Um pouco da história de um clube que viveu desmandos e abusos e agora só quer mesmo é ser feliz

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Premier League 2020/2021 - Os destaques, as lamentações e as observações de cada time (Parte 2)

Mário Marra
Mário Marra

Terminou no domingo 23 de maio. Todos viram o Manchester City erguendo a taça, o Leicester dando bobeira, o Liverpool confirmando vaga e o Sheffield United fechando o seu ciclo de Premier League com uma vitória. Com City e Chelsea ainda por jogar a decisão da Champions League, no próximo sábado (29), a partir da próxima semana já está liberado dedicar o tempo a marcar na folhinha quantos dias faltam para o início da temporada 2021/2022. Norwich e Watford já confirmaram a participação na próxima edição, e a outra vaga ficará com Bretford ou Swansea.

Pensando em amenizar um pouco o período da saudade do futebol da primeira divisão inglesa, coloquei a memória e as estatísticas para funcionar. Completamente desprovido da aspiração de ser dono da verdade, aponto o que meus olhos viram como destaques e lamentações dos clubes que disputaram o Inglês 2020/2021. Na quinta-feira (27), passei pela metade deles, do 20º ao 11º colocado; nesta sexta (28), passo detalhadamente do 10º lugar ao campeão. 

O matador do Liverpool: todos os gols de Salah, vice-artilheiro da temporada da Premier League; assista

10, Everton - Três vitórias nos últimos 12 jogos! O péssimo final de campeonato e a baixa pontuação como mandante foram determinantes para que o Everton saísse da disputa de uma vaga na Champions e acabasse na décima colocação. Ancelotti saiu do sério algumas vezes, e a tendência é que vejamos mudanças em todos os setores do time na próxima temporada. Destaques: Calvert-Lewin fez 16 gols na temporada. Nome na lista de Southgate na Eurocopa, o atacante confirma tudo o que foi esperado dele. Ancelotti ofereceu tempo e a bola alta na área para que ele crescesse na carreira. Ele aproveitou como poucos. Ver o nome de Godfrey nas escalações trazia inúmeras dúvidas. Ele seria lateral? Jogaria de qual lado? Zagueiro? Volante? Tudo isso em um só jogador e em um jogador que havia rebaixado na temporada anterior. Richarlison foi outro que se desdobrou. Pronto a ajudar, o brasileiro acabou jogando aberto pelo lado e sendo obrigado a ficar longe do gol. A temporada dele foi novamente muito boa. Lamentações: se Digne resolve bem pelo lado esquerdo, é preciso olhar com carinho para o jogo do outro lado. Coleman é esforçado e identificado com a causa, mas talvez não dê para contar com ele como titular em todos os jogos em um time que busca algo mais. James Rodriguez fazia o torcedor sonhar, mas sem ele o time se mostrou previsível e muito pouco criativo.

9, Leeds - Um sonho. O time de Marcelo Bielsa não teve medo de ninguém. Encarou o campeão da temporada passada e o também o atual campeão. Mesmo sabendo que seria normal sofrer com o ritmo intenso e a exigência da primeira divisão,o Leeds terminou com a segunda melhor campanha nos últimos dez jogos. A temporada de retorno ao topo do futebol inglês confirmou a excelência do trabalho técnico. Destaques: não são poucos. Bamford marcou 17 gols e ainda deu sete assistências. Foram 24 gols com participação direta do atacante. Kalvin Phillips também viveu uma temporada de confirmação e solidez. Raphinha foi uma contratação de grande impacto no futebol inglês. Seis gols marcados e nove assistências em uma primeira temporada. Números muito interessantes para um estreante em uma competição com exigência elevada. Lamentações: durante boa parte da temporada foi possível prever como as partidas do Leeds seriam decididas: gols em jogadas de bola parada. A defesa sofreu. Sofrer gol aumentava a necessidade de se fazer presente no campo de ataque e acabava exigindo um elevado poder decisão e maturidade.

8, Arsenal - Mikel Arteta iniciou e finalizou uma temporada como técnico pela primeira vez. O início muito fraco determinou que a campanha não oferecesse vagas para competições europeias. O fim de 2020 já mostrava sinais de recuperação. Arteta melhorou o time quando encontrou espaços para Emile Smith Rowe e Bukayo Saka. A chegada de Odegaard também fez bem ao funcionamento do time. Destaques: Tierney se mostrou muito ligado aos movimentos do jogo, do campo. Eficiente quando tinha a bola e pronto a intervir sem a bola. Ao lado dele é preciso destacar os jovens Saka e Smith Rowe. Uma boa sequência de cinco vitórias nos últimos cinco jogos não chega a encher a barriga de ninguém, mas permite acreditar que algum caminho foi encontrado. Lamentações: se olharmos os nove primeiros colocados, o Arsenal foi o que menos marcou. A demora para encontrar o melhor modelo de jogo fez cobrança pesada ao ataque. Sem Tierney, especialmente na reta final da competição, o Arsenal sofreu pelo lado esquerdo. 

7, Tottenham - A temporada começou com Mourinho e terminou com Ryan Mason. O rendimento da equipe alternou muito. Um time capaz de golear em Old Trafford e de emendar sequência de derrotas no fim de janeiro e início de fevereiro. Além, claro, da frustrante eliminação da Liga Europa. Quais passos o clube dará? Por onde passa o pensamento de Daniel Levy? Outra pergunta, a principal, como será a vida sem Harry Kane? Destaques: Harry Kane marcou 23 gols e deu 14 assistências. Pausa para reflexão. Incrível o que o camisa 10 dos Spurs fez na temporada. Artilheiro e campeão de assistências em um time que terminou a temporada em sétimo. Qual o tamanho de Harry Kane? Hojbjerg chegou e tomou conta do meio campo. Desarmou e encorpou. O time rendeu com ele. Lamentações: a irregularidade da equipe deve ter irritado Kane e também os torcedores. Talvez tenha chegado a hora de ver caras novas na defesa.

6, West Ham - Pep Guardiola foi o melhor técnico do campeonato, mas não é absurdo pensar que o melhor trabalho tenha sido de David Moyes. Que grande trabalho! Que grande temporada! O West Ham namorou firmemente com a vaga na Liga dos Campeões, mas só de ter confirmado a vaga na Liga Europa, o torcedor tem o direito de festejar. É sabido que o clube teve uma mudança de mentalidade, no entanto, é preciso manter e até mesmo melhorar o que já foi feito. Talvez para a próxima temporada Moyes exija um pouco mais dos homens de ataque a retomada da posse de bola no campo de ataque. Destaques: não foram poucos. Soucek e Coufal foram jogadores que ajudaram na tal mudança de mentalidade. Os dois são muito responsáveis por exigirem cada vez mais e de entregarem cada vez mais em campo. Lingard experimentou novos dias em Londres e o time rendeu muito com ele. Não dá para fechar uma lista de destaques sem citar Cresswell, Declan Rice e Antonio. Lamentações: em alguns momentos da competição a falta de um maior números de "reservas-titulares" pesou. Moyes foi obrigado a girar o elenco e muitas vezes percebeu que o nível das atuações caiu. Até aí tudo bem, mas para dar o salto que o clube quase deu é preciso ter mais jogadores que mantenham o nível dos de cima. 

O garçom do ano na Premier League: como Bruno Fernandes liderou as assistências na Inglaterra com o Manchester United; assista

5, Leicester - A temporada de título da Copa da Inglaterra foi a mesma temporada de um novo erro no passo final. Se na última rodada da temporada passada o Leicester viu a vaga para a Champions escapar, na atual o gosto amargo foi repetido. A coincidência não para aí. Schmeichel errou na última rodada do ano passado e errou de novo no último jogo contra o Tottenham. Entretanto, é justo destacar que o goleiro continua sendo um líder técnico e responsável por ótimos momentos do time em campo. Brendan Rodgers teve que tomar decisões disciplinares com Maddison, Choudhury e Ayoze Pérez. É difícil precisar qual o tamanho de interferência no clima e no rendimento do clube, mas era para ter sido diferente. Destaques: Fofana chegou e se comportou como um veterano no time. Tielemans é um dos melhores meias de toda a competição. O belga se sacrificou pelo bom desempenho do time. Bom iniciador de jogador e muita capacidade para encontrar o passe perfeito de aproximação para a finalização. Se a temporada de Vardy não foi do mesmo nível de sempre, a de Iheanacho foi muito boa. Somados, os dois atacantes principais marcaram 27 gols para os Foxes. Lamentações:  Não faltou coragem ao Leicester de Brendan Rodgers. Vale lembrar que as contusões assombraram todos os setores do campo. Belvoir Drive, CT do clube e onde a base é lapidada, ofereceu Luke Thomas ao time e é certo que novos bons valores sairão de lá, mas o time teve uma queda na produção ofensiva com a ausência de Harvey Barnes. Foi a temporada de maturidade dele, mas e sem ele? Ünder não se confirmou, Albrighton não tem as mesmas características, Praet e Choudhury também não. A solução foi adiantar os laterais e contar com os coelhos tirados da cartola por Vardy e Iheanacho. Outro ponto, talvez o mais importante, é não permitir que o grupo de jogadores conviva com os fantasmas da reta final de Premier League. E isto é trabalho para a comissão técnica.

4, Chelsea - Não deve ter sido fácil tomar a decisão de romper com um ídolo como Frank Lampard. Não deve ser nada fácil para o torcedor apaixonado e fiel ao antigo craque admitir que a mudança melhorou muito o time. O Chelsea mudou para melhor em todos os quesitos com o chegada do treinador alemão. Tuchel teve impacto imediato na equipe e na tabela de classificação. O Chelsea terminou a competição com a segunda melhor defesa da Premier League. Destaques: Kanté foi o Kanté em sua melhor versão. Jogou muito na PL e também na Champions. Mason Mount confirmou todas as pistas e entregou em campo. O camisa 19 é o jogador que mais achava os passes decisivos e, incrivelmente, só Kanté desarmou mais que o meia. Mendy deu a segurança ao gol do Chelsea. O goleiro senegalês chegou e se estabeleceu. Foram 16 jogos sem ser vazado. Lamentações: Timo Werner trouxe inquietações. Não foram poucas as vezes em que o alemão foi chamado a definir e acabou errando. Talvez os erros nas finalizações ajudem a explicar que o Chelsea tenha tido um número tão baixo de gols marcados. O time de Tuchel fechou a competição com 58 gols marcados, número bem perto da produção ofensiva da equipe.

3, Liverpool - Klopp chegou a dizer que o Liverpool não defenderia o título, mas atacaria. O jogo com as palavras até se mostrou verdadeiro até dezembro, mas o Liverpool viu os seus números desabarem em janeiro, fevereiro e março. Até mesmo a fortaleza que Anfield representava parecia ter ficado no passado. É óbvio que um pouquinho de contexto ajuda a explicar. As seguidas contusões de zagueiros cobraram uma fatura bem alta. Sem Van Dijk, Matip e Gomez, Klopp acabou optando por improvisar Fabinho e Henderson. Os dois até iam bem, mas também sofreram com contusões. A pressão, marca do time de Klopp, também não conseguia ser vista com tanta frequência em campo. Com Fabinho e Henderson distantes da linha de meio campo, o time sofreu quase que um efeito dominó. O jogo dos lados do campo mudou. Arnold e Robertson, que antes percorriam um espaço menor, passaram a ter que ir e voltar com muito mais frequência. Os atacantes também precisaram carregar a bola por mais tempo e por maior espaço de tempo. Tudo piorou. Já perto do apagar das luzes, Klopp insistiu em Nat Phillips e Rhys Williams na zada. Resultado: o Liverpool teve o seu funcionamento resgatado e foi o que mais pontuou nas útimas dez rodadas. Destaques: Salah também oscilou, mas respondeu. Com 22 gols marcados, o egípcio quase foi novamente artilheiro da competição. Robertson jogou todos os jogos e mostrou todo o esforço possível. Fabinho se mostrou eficiente e versátil. Os últimos jogos de Thiago Alcântara mostraram um pouco do que ele pode oferecer em um time acertado. Lamentações: Mané e Firmino não conseguiram manter números e desempenhos anteriores. É bem verdade que Diogo Jota mostrou que vai ajudar muito, mas a falta de um banco com mais opções ofensivas desgatou os titulares.

2, Manchester United - Se voltarmos ao final do ano passado, o United falava claramente em título. Era verdadeiro e justo. O time rendia e os adversários não conseguiam passar por um bloqueio que mostrava Fred, McTominay, Pogba, Bruno Fernandes e Rashford em alta intensidade. Como foi bonito ver o time retomar a bola e sufocar o adversário. Sem falar na firmeza pelos dois lados do campo. É muito digno de nota perceber a solidez da campanha fora de casa. Imbatível. A temporada também é marcada como a que marcou o fim da paciência dos torcedores com a presidência. A torcida deixou muito claro o descontentamento com a distância dos patrões com a realidade de quem vive o clube com a emoção e paixão que ele merece. Destaques: Henderson assumiu o gol do United e foi muito bem. Bruno Fernandes merece capítulos e mais capítulos. Frio, certeiro e extremamente importante. Mesmo nos dias em que as coisas não se acertavam, era com ele em uma ou outra jogada de bola parada que os três pontos chegavam. Luke Shaw teve uma temporada muito boa. Sério, firme com ou sem a bola, o lateral viveu ótimos momentos. Mason Greenwood se mostrou maduro e decisivo. Lamentações: Cavani entra facilmente na lista de destaques, mas não foi normal ver o uruguaio jogar bem os 90 minutos. Cabe ao United minimizar os efeitos das esperadas ausências dele. 

Guardiola levanta a taça da Premier League! Treinador e time do Manchester City fazem muita festa; assista

1, Manchester City - Ter Pep Guardiola é poder confiar que ele sabe corrigir rotas. A campanha inicial não sugeria ser campanha de título. Pep falou sobre isso após o desanimador empate diante de West Brom. Ele mudou. O time recuperou o encanto. Leve com a bola e intransponível sem ela. Se o ataque não foi novamente de cem gols, a defesa foi a menos vazada com muita folga. Foram apenas 32 gols sofridos e mais um título conquistado com antecedência. A nova temporada será estranha sem Aguero, mas a atual já foi bastante estranha sem David Silva. E tem sido assim. Destaques: todos. Claro que é brincadeira, mas o time rendeu muito bem. O principal destaque foi Rúben Dias. O português jogou muito e ofereceu os melhores momentos de Stones também. Como foi sólida a dupla de zaga. Fernandinho desfilou em campo. Prometo não me alongar muito em elogios a Gundogan e a Kevin De Bruyne. O Gundogan que a temporada mostrou deve ter surpreendido todos que acompanharam toda a carreira do alemão. Foram 13 gols. Uma volta no relógio e fique assustado. Sabe quantos gols ele marcou jogando três partidas a mais na temporada passada? Dois! De Bruyne não conseguiu repetir as mesmas 20 assistências da temporada passada, mas não dá para reclamar de  12 assistências e seis gols em 25 jogos. Ederson de novo foi o goleiro que ficou mais partidas sem sofrer gol. Bernardo Silva voltou a repetir grandes atuações de 18/19. A temporada marcou também a confirmação de Phil Foden. Decisivo, muito técnico com a bola nos pés e com grande poder de decisão. Mahrez também foi ótimo e apareceu nas horas mais complicadas. Era para falar de alguns destaques e sei que já foram muitos citados, termino com João Cancelo. Brilhante em várias posições. Lamentações: Não há!

Ufa! Agora, sim, a proposta de passar por cada equipe foi totalmente cumprida. O tempo até à chegada da nova temporada ainda é longo, mas espero ter oferecido assunto para ajudar a matar o tempo até que agosto chegue.

Premier League 2020/2021 - Blog lista os destaques, as lamentações e as observações de cada time
Premier League 2020/2021 - Blog lista os destaques, as lamentações e as observações de cada time Getty Images
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Premier League 2020/2021 - Os destaques, as lamentações e as observações de cada time (Parte 2)

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Premier League 2020/2021 - Os destaques, as lamentações e as observações de cada time (Parte 1)

Mário Marra
Mário Marra

Terminou no domingo 23 de maio. Todos viram o Manchester City erguendo a taça, o Leicester dando bobeira, o Liverpool confirmando vaga e o Sheffield United fechando o seu ciclo de Premier League com uma vitória. Com City e Chelsea ainda por jogar a decisão da Champions League, no próximo sábado (29), a partir da próxima semana já está liberado dedicar o tempo a marcar na folhinha quantos dias faltam para o início da temporada 2021/2022. Norwich e Watford já confirmaram a participação na próxima edição, e a outra vaga ficará com Brentford ou Swansea.

Pensando em amenizar um pouco o período da saudade do futebol da primeira divisão inglesa, coloquei a memória e as estatísticas para funcionar. Completamente desprovido da aspiração de ser dono da verdade, aponto o que meus olhos viram como destaque dos clubes que disputaram o Inglês 2020/2021.

Faltas perfeitas, chutaços e até cabeçada histórica: os gols brasileiros mais bonitos na Premier League 20/21; assista

20, Sheffield United - É incrível pensar que os Blades terminaram com sete vitórias. Pouco, né? Sim, mas Fulham e West Brom venceram apenas cinco partidas. Foi mesmo merecida a queda - veja a classificação final -, mas a recuperação até que não foi de se jogar fora. Chris Wilder iniciou, mas não conseguiu concluir seu trabalho. A queda foi um duro golpe em um clube que flertou seriamente com a conquista de vagas europeias na temporada passada. Sem Dean Henderson, que voltou do empréstimo, com diversos desfalques e vendo a aposta em Brewster não se confirmar, o Sheffield United ao menos comemorou uma vitória em Old Trafford. Destaques: McGoldrick e Ramsdale, que até teve o nome lembrado na lista da seleção da Inglaterra. Lamentação: uma pena que Sander Berge não tenha conseguido a sequência esperada. 

19, West Bromwich - Outro que teve o trabalho do treinador interrompido. Slaven Bilic percebeu ainda cedo qual seria a luta e o tamanho dela. Não deu. O West Brom demorou a apresentar os reforços necessários e com a pressão aumentando cada vez mais, Sam Allardyce foi acionado, mas não conseguiu fazer o milagre. Alguns bons momentos o time apresentou. Empatar com o Manchester City fora de casa, fazer cinco gols em cima de um Chelsea muito sólido defensivamente e emendar um belo 3 a 0 no Southampton fez o torcedor sonhar, mas o time dependia muito de um ou outro jogador e de encontrar adversários menos inspirados. Destaques: Matheus Pereira e Sam Johnstone. Não é pouca coisa o que o brasileiro Matheus Pereira fez: foram 11 gols e seis assistências. Números muito parecidos com os de Sadio Mané, uma das estrelas do Liverpool, que fez dois jogos a mais. Sam Johnstone sofreu com os equívocos de seu time, mas teve uma temporada de muito bom nível e é um dos quatro goleiros chamados por Southgate para a seleção da Inglaterra. Lamentação: Diangana teria que ter rendido mais. Apenas um gol marcado e sem proporcionar uma única assistência, é frustrante perceber ele só conseguiu ser titular por 15 jogos.

18, Fulham - Scott Parker viu de novo o seu trabalho não ser suficiente para tirar o Fulham do rebaixamento. Sim, é verdade que o Fulham fez bons jogos. E não foram poucos. O mês de fevereiro foi bastante interessante. O time entrou em campo seis vezes e só foi batido uma vez. Parecia que daria certo. Pareceu quando o time bateu o Everton no Goodison Park e o Liverpool, em Anfield. Grande! Entretanto, a vitória em cima dos campeões foi também a última. O Fulham fechou a sua participação sem vencer nos últimos dez jogos. Destaques: Lookman oferecia muito perigo com a bola. Foram quatro gols e quatro assistências. Decordova-Reid se ofereceu ao time. Mais adiantado, por dentro, pelos lados e voltando para fechá-los. Ele, que já pediu para não mais ser chamado de Bobby Reid, mas com o nome que homenageia a família da mãe, não tem muitos motivos para ficar cabisbaixo com seu desempenho. O dinamarquês Andersen, Areola e Anguissa também mereciam ser citados. Lamentação: Mitrovic foi titular em apenas 13 jogos. O atacante que marcou 26 gols na temporada passada tem muito a explicar por ter terminado apenas com três nesta. É muito pouco para alguém que foi tão responsável pelo acesso. 

17, Burnley - O clube trocou de dono. A empresa de Alan Pace promete muito. Promete em contratações, promete em estreitamento de relação com os moradores da região e também promete novidades tecnológicas no Turf Moor. Como se dará a relação com Sean Dyche? O treinador está para completar uma década à frente do Burnley e foi um grande incentivador da construção do novo prédio de Barnfield, que visa trabalhar a captação e desenvolvimento de jovens atletas. Trabalhar com poucos recursos ano a ano tem obrigado o treinador a se desdobrar para pontuar. Ele, de novo, conseguiu. E foi o Burnley o time que quebrou a invencibilidade do Liverpool em Anfield. Destaques: Chris Wood. Foram 12 gols marcados e três assistências. Dos 33 gols marcados pelo Burnley, Wood foi diretamente responsável por 15! Uau! McNeil se confirma um jogador de muita qualidade técnica e Tarkowski teve outra temporada de bravura, boa colocação e solidez. Lamentação: a contusão do titular Nick Pope fez Peacock-Farrell ser acionado. Em quatro jogos como titular, o goleiro sofreu 14 gols. 

16, Brighton - Romper com o trabalho de cinco temporadas de Chris Hughton não deve ter sido tarefa fácil, mas, após a segunda temporada de Graham Potter está fácil perceber que o clube fez aposta em um conceito. O Brighton adora ter a bola, tem prazer em jogar e em envolver os adversários. O time tem média de idade baixa e não gasta o que não tem. Assediado por todos os lados para vender Ben White, o clube não abriu mão de seu defensor e fez muito bem. O elenco trabalhado por  Potter hoje comemora ter diversos jogadores convocados para as diversas seleções da Eurocopa. Destaques: Bissouma. O malinês protegeu a defesa, saiu com muita qualidade para o jogo, descobriu passes entre as linhas de marcação e desarmou. É certo que Bissouma será cobiçado por outros clubes da Premier League. É difícil imaginar o que seria do Brighton se Lamptey não tivesse sofrido tanto com contusões. Outro destaque é Robert Sanchez. O goleiro, que agora é parte também da seleção da Espanha, superou as expectativas e é uma realidade para a próxima temporada. É cruel fechar a lista de destaques dos Seagulls sem lembrar o nome do belga, e também convocado, Leandro Trossard. Lamentação: o time criava, criava e não conseguia marcar os gols. Claro que a pressão aumentava e o time sentia. Um ano a mais do elenco com o trabalho de Potter tende a diminuir o número de erros graves na finalização das jogadas.

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15, Southampton - Confesso que esperava mais. Esperava mais vitórias, mais maturidade e melhor colocação. Os Saints de novo sofreram nove gols em um jogo e de novo chegaram a ser a sensação da competição. É preciso encontrar o equilíbrio. Ralph Hasenhuttl chegou a dormir duas noites na liderança, mas passou apertos do meio para o fim da competição. A volta de Walcott mexeu com as lembranças dos torcedores, mas é preciso destacar que a saída de Hojbjerg pesou. A temporada forjou o amadurecimento de Ward-Prowse e afinou a parceria com Armstrong. Destaques: Ward-Prowse é o grande destaque. Ings não repetiu o número de gols da temporada passada, mas de novo anotou dois dígitos: 12 gols. Lamentação: foram 68 gols sofridos. É muita coisa. Claro que Vestergaard e Bednarek merecem críticas, mas até mesmo McCarthy perdeu a titularidade absoluta do gol dos Saints. Hasenhuttl vai precisar achar um padrão defensivo melhor.

14, Crystal Palace - Um novo Palace vem aí. Sem diversos jogadores que terminaram a temporada e sem a figura paternal de Roy Hodgson. Os desafios serão grandes. Steve Parish, chefão do Palace, postou em suas redes sociais agradecimento ao grupo de jogadores e se mostrou animado com o novo Palace. Já são nove anos de volta à Premier League e é difícil saber se a aspiração será diferente. Roy Hodgson dificilmente teria forças para iniciar um trabalho totalmente diferente e possivelmente com um perfil novo de jogadores. Se muitos jogadores não renovarão contrato, é na base que é possível ter esperanças. Destaques: Eze fez o time render. Hodgson insistiu com o meia pela esquerda e sem a bola ele não conseguia render. A contusão do meia que chegou do Queens Park Rangers traz inquietação para a próxima temporada. Zaha, de novo, foi muito bem, mas o coletivo mais acertado faria o atacante render ainda mais. É preciso destacar que Benteke voltou a marcar e a ser decisivo. Lamentação: objetivo de permanência atingido e de novo o Palace dava sinais de que já desejava as férias. Um sério problema foi administrativo. Em janeiro, o clube tinha 15 jogadores sem a situação contratual decidida.

13, Wolverhampton - É muito difícil afirmar como seria a temporada dos Wolves se Raúl Jiménez não tivesse sofrido a grave lesão que sofreu. O mexicano esteve em campo nos 38 jogos da temporada passada e marcou 17 gols, além de ter oferecido seis assistências. Não é possível saber em qual colocação o time terminaria, mas não faria apenas 36 gols! Menos de um por jogo! A temporada mostrou Nuno Espírito Santo abrindo mão de três zagueiros e tateando soluções. Houve desgaste. Nuno não permanecerá e é difícil prever o tamanho do fantasma que ele será para o próximo treinador. Destaque: Pedro Neto. Rápido, leve, abusado e mais maduro. O português marcou cinco gols e deu seis assistências. Dendoncker foi outro destaque e em diversas funções. Pau para toda obra, o belga foi outro que se doou para o coletivo. Lamentações: o time criava e não marcava. Seja com Willian José ou com Fábio Silva, a falta de jogos sólidos dos atacantes dos Wolves acabava sobrecarregando o meio e a defesa. O time que marcava poucos gols e não segurava a bola no ataque fazia o torcedor sofrer. 

Torcedor do Wolverhampton fez banner para o mexicano Raúl Jiménez no Estádio Molineaux
Torcedor do Wolverhampton fez banner para o mexicano Raúl Jiménez no Estádio Molineaux Sam BagnallGetty Images

12, Newcastle - Tudo parecia encaminhado, mas de novo o clube não foi vendido. O torcedor já não suporta mais ouvir falar o nome de Mike Ashley e fez campanha contra Steve Bruce. Até mesmo o ídolo Alan Shearer deu sinais de que já não via esperanças na campanha. E não é que o Newcastle fechou a campanha com bastante folga de distância da zona de rebaixamento?! Destaques: Callum Wilson se confirmou. O clube esperava gols, e ele cumpriu. Saint-Maximin jogou apenas 25 partidas e em quase todas elas mostrou como é perigoso quando tem a bola. Dribla, corre, finaliza, cria e faz qualquer marcador passar apertado. Vale destacar que a  chegada de Willock caiu como uma luva para o time. Lamentações: a solidez defensiva foi duramente questionada. O time que ganhou vários jogos na temporada passada com os gols dos defensores foi o mesmo que viu sua defesa sofrer 62 gols. O clube precisa de paz, e paz não existe no mercado.

11, Aston Villa - Que maravilha! O time de Dean Smith sofreu muito no ano passado, mas fez o torcedor voltar a sonhar na atual temporada. O que falar sobre um 7 a 2 aplicado em cima do então atual campeão Liverpool? O clube se estruturou para dar passos mais sólidos ainda no futuro. O clube fez aquisições que mudaram o rumo na atual temporada. A chegada de Johan Lange mostrou boa visão e trânsito no mercado. Se Barkley ainda não chegou a confirmar, a situação de diversos outros contratados foi diferente. Matty Cash ajudou muito. Watkins e Emiliano Martínez foram especiais na temporada. Destaques: Jack Grealish. O time era um com ele e outro sem ele. As vitórias sumiram sem ele e logo na reta final da temporada. Já citado anteriormente, Watkins é uma das principais contratações de toda a Premier League. Lamentações: é ótimo ter Grealish e é péssimo não poder contar com ele. Uma prioridade de Dean Smith é encontrar soluções e variações eficazes para quando o camisa 10 não puder jogar. 

A primeira parte da proposta de passar por cada equipe foi cumprida. Metade está aqui, e a outra estará em novo post nesta sexta-feira (28), com, entre outros,  o surpreendente West Ham de David Moyes, o Manchester United de sua apaixonada torcida e o campeão City, de Pep Guardiola, o homem que sabe corrigir rotas. 

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Premier League 2020/2021 - Os destaques, as lamentações e as observações de cada time (Parte 1)

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Um quase imperceptível velho Liverpool parece merecer a vaga

Mário Marra
Mário Marra

É bastante interessante perceber que o Liverpool chegou até a última rodada com chances reais de classificação para a próxima edição da Champions League. A história contada ao longo das 37 rodadas não parecia prever um final que pode ser considerado feliz. Não parecia. Entretanto, uma observação um pouco mais detalhada no que podemos chamar de últimos capítulos da atual Premier League traz, além de confiança na vaga, uma boa perspectiva.

Claro que o torcedor menos preocupado com análises não desperdiçaria tempo com reflexões mais profundas e optaria pelo olhar torto. É preciso deixar claro que a campanha é bem distante da ideal. Para um time que não defenderia o título, mas atacaria com unhas e dentes um bi, os Reds beiraram o ridículo. No entanto, após a compreensão e assimilação dos passos equivocados, nada mais a fazer senão lutar para minimizar prejuízos. 

Gerrard despediu-se de Anfield em um Liverpool x Crystal Palace; relembre

A tendência é que o Liverpool consiga a vaga e minimize as perdas. A campanha de 23 pontos conquistados em 30 possíveis é a melhor obtida por um clube nos últimos dez jogos da Premier League. Como curiosidade, dois pontos acima do Leeds e três a mais que Arsenal, Manchester United e Chelsea. Não há como negar que o grupo reencontrou caminhos em campo. Até mesmo a tão desfalcada e criticada defesa se recuperou. Nos últimos dez jogos, Liverpool e Leeds foram os times que menos sofreram gols: apenas sete. 

Se Nat Phillips tem dificuldades para executar uma promissora saída de bola, é muito claro que o zagueiro aceita qualquer luta pela posse da bola. Joga como se fosse o último dia de sua vida e se tornou um símbolo da virada. O maior símbolo é Thiago Alcântara. Mesmo sabendo que Alisson foi o salvador, que Salah briga pela artilharia, que Arnold foi brilhante e que Robertson é pau para toda obra, Thiago deu o toque de imposição que o Liverpool esperava. 

Ainda é necessário ver as emoções  que a última rodada reserva e uma derrota ajudaria a atrapalhar o sabor da recuperação, mas é nítido que o time de Klopp voltou a ser competitivo. É sabido também que uma ou outra contratação deve chegar e que a condição física tende a melhorar para o reinício em agosto. Sem falar, claro, na esperada recuperação de pilares como Henderson e Van Dijk. 

Além de uma necessária vitória neste domingo (23), a sensação que a recuperação traz é de que algo de bom pode vir por aí.

Thiago Alcântara, o toque que o Liverpool precisava
Thiago Alcântara, o toque que o Liverpool precisava Getty Images

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Um quase imperceptível velho Liverpool parece merecer a vaga

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A frustrante temporada do Arsenal

Mário Marra
Mário Marra

Tudo, ou quase tudo, é uma questão de expectativa, mas qualquer expectativa deveria passar por contextos. Não existe muito questionamento em relação ao trabalho de Carlo Ancelotti no Everton. São 17 meses em que o treinador italiano tem tocado o seu trabalho em Finch Farm, e o torcedor tem compreendido que o clube aos poucos tenta se reencontrar com seu passado. 

O time em campo até tem trazido alguma aflição por não conseguir confirmar o favoritismo nos jogos em casa, mas o torcedor já percebe que os planos são grandes, que o novo estádio oferecerá um salto e se permite não reclamar tanto de um tropeço ou outro. Questão de expectativa, mas especialmente uma questão de contexto, de cenário.

Após os mesmos 17 meses de trabalho, Klopp já havia arrebatado o coração do torcedor do Liverpool. Questão de contexto. O clube tentava caminhar para frente após anos e anos de incertezas, mas o trabalho de Brendan Rodgers dava sinais claros de estagnação. O ídolo Gerrard havia saído, e o vazio passou a fazer morada no coração vermelho. Até que um alemão cheio de dentes resolveu comprar a briga da cidade e da história do clube. A posição do Liverpool na tabela de classificação na Premier League após 17 meses de Klopp não era de liderança, mas os torcedores entendiam que os sinais eram positivos, e os títulos vieram com o tempo. O caminho estava sendo pavimentado.

Mikel Arteta foi anunciado no Arsenal na mesma semana que o Everton anunciou Carlo Ancelotti. O gigante londrino vivia ainda o vazio da ausência de Wenger, e a tentativa com Unai Emery apenas aumentou as dúvidas. O Arsenal poderia ter optado por nomes consagrados como o do próprio Ancelotti, mas viu em Arteta sinais que julgou confiáveis para uma reestruturação. Era uma aposta. Arteta foi convidado a dar os primeiros passos de sua carreira como treinador e aceitou o desafio. Largou o Manchester City e o convívio diário com um professor como Guardiola para ser desafiado na reconstrução do Arsenal.

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Qual era a expectativa naquele momento? Qual era o contexto? 

Ainda que Arsene Wenger já convivesse com algum descontentamento e hashtags WengerOut em seus últimos anos, todos sabiam e valorizavam o que ele fez na história do clube. Foram 22 anos à frente do Arsenal e muitos deles à frente também do tempo. Se a exigência com Arteta fosse pela busca de títulos, ela era equivocada. E vale lembrar que Arteta ergueu a Copa da Inglaterra em sua primeira temporada. Arteta foi o técnico da conquista do início ao fim. Talvez o título tenha gerado euforia e elevado a expectativa, mas o contexto de anos em busca de competitividade mais elevada não deveria ter sido desconsiderado.

A atual temporada do Arsenal é frustrante! 

O time deveria ter rendido mais em todas as competições. Arteta acabou de ver seu time ter muita dificuldade para ser  percebido no campo de ataque, jogando em casa e também fora, nas disputas contra o Villarreal na Europa League. Eliminação justa e ausência justa de competições europeias na próxima temporada. Entretanto, a culpa pelo insucesso no trabalho de recondução do Arsenal ao seu caminho normal talvez passe menos por Arteta hoje. 

Torcedores do Arsenal pedindo a saída de Wenger no passado
Torcedores do Arsenal pedindo a saída de Wenger no passado Getty Image

Qual a garantia que uma substituição no comando técnico oferece? Quem poderia devolver o sorriso ao torcedor? 

Na falta de um messiânico nome, que tal dar amparo e tempo para o trabalho florescer? Nem nomes consagrados e com muito tempo de janela como Klopp ou Ancelotti devolveram a festa nos mesmos iniciais 17 meses, e Mikel Arteta ofereceu espaço para jogadores como Bukayo Saka, Smith Rowe e Nketiah. 

Talvez tudo o que o Arsenal precise no momento seja um ajuste de expectativas e um melhor entendimento do cenário do futebol.

Arteta, técnico do Arsenal
Arteta, técnico do Arsenal David S. Bustamante/Getty Images
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A frustrante temporada do Arsenal

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Um pouco da história de um grande encontro entre Villarreal e Arsenal

Mário Marra
Mário Marra

É inevitável a lembrança. Aquilo tudo ainda está muito vivo para os torcedores do Villarreal, e um novo encontro decisivo em uma semifinal de competição europeia, agora pela Europa League, mexe muito com quem viveu aqueles dias de Champions  League 2005-2006.

De um lado estava o surpreendente time espanhol de Manuel Pellegrini e do outro, o Arsenal de Arsene Wenger. Pellegrini já havia percorrido um incrível caminho com um time que várias vezes entrou nas disputas como zebra, mas, ainda assim, um senhor time. 

A ESPN Brasil e o ESPN App transmitem, ao vivo, Villarreal x Arsenal, a partir das 15h55 (horário de Brasília); e o ESPN.com.br acompanha o duelo em tempo real, com VÍDEOS de lances e gols.  

O primeiro desafio já foi pesado e, coincidentemente, já teve Arteta como adversário. O Villarreal enfrentou o Everton pela fase eliminatória e ganhou duas vezes pelo mesmo placar: 2 a 1. O gol marcado pelo Everton no jogo disputado na Espanha saiu em uma bela cobrança de falta do atual treinador do Arsenal. 

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Invencibilidade e choque contra um gigante

Na fase de grupos, o Villarreal terminou invicto e na liderança de um grupo que teve Manchester United (último colocado), Lille (terceiro) e Benfica. Se o ataque pouco funcionou marcando apenas três gols, a defesa sofreu um apenas. 

O Rangers foi o adversário das oitavas. Dois empates: 2 a 2 e 1 a 1. Os dois gols marcados fora de casa, por Riquelme e Forlan, garantiram a sequência. Entretanto, o desafio das quartas seria contra a Inter de Milão. A primeira partida, em Milão, terminou com vitória dos donos da casa por 2 a 1. O Villarreal precisava da contagem mínima para avançar e o gol saiu em cobrança de falta ensaiada. Riquelme levantou para a área para a certeira cabeçada de Arruabarrena. 

Em uma live feita durante a semana no canal do clube espanhol no YouTube, Marcos Senna, Riquelme, Arruabarrena, Pirés (que jogou a semi pelo Arsenal e depois foi para o Villarreal) e Forlan lembraram como aquela classificação, diante de um gigante europeu, mexeu com jogadores e torcedores. Vale o registro de que muitos jogadores dos dois times se conheciam antes e outros tantos defendiam ou lutavam por posição na seleção da argentina. A Inter foi a campo, por exemplo, com Toldo, Materazzi, Córdoba, Zanetti, Samuel, Cambiasso, Verón, Figo, Stankovic, Recoba e Adriano.

Arsenal de Henry na semi e o pênalti (ou a defesa) inesquecível  

A semifinal teria contornos emocionais muito grandes. A primeira partida, o jogo de ida, foi também o último jogo internacional no mítico Highbury. A próxima temporada já foi disputada no belo e moderno Emirates. Com o histórico de sempre fazer gol na casa do adversário, o Villarreal encontrou um Arsenal muito sólido defensivamente. O time de Wenger foi para a partida com o histórico de ter sofrido apenas dois gols em toda a competição e o último gol havia sido no segundo jogo. Deu Arsenal! Henry fez boa jogada pela esquerda, e Hleb cruzou para Kolo Touré marcar o gol da vitória.

O segundo jogo, na Espanha, foi arrastado. O Arsenal não se abria, e o Villarreal tentava forçar o jogo pelos lados, mas esbarrava no bloqueio do time inglês. Perto do fim do jogo, o torcedor local viveu o momento mais marcante da história do Villarreal na Champions. Pênalti para o time da casa. Riquelme bateu e Lehmann defendeu. Com o placar final em 0 a 0, o Arsenal atingiu a marca de 919 minutos sem sofrer um gol na Champions e foi para a final contra o Barcelona. Aquele time do Villarreal mudou a história do clube, que passou a se acostumar a ficar perto da parte alta da tabela de classificação de LaLiga

Se existe uma ferida aberta, existe também o trunfo que é ter um técnico especialista na competição e uma chance de uma lei do ex. Enquanto o Villarreal disputava e perdia a chance de disputar a final da Liga dos Campeões, Unai Emery dava seus primeiros passos como treinador. Do Lorca Deportiva até o Villarreal, passando pelo PSG e pelo Arsenal.

A disputa por uma vaga na final trará fortes lembranças. Arteta se lembrará da eliminação, ainda como jogador do Everton. O Villarreal nunca se esquecerá daquele pênalti perdido.

Riquelme, do Villarreal, bate pênalti e vê Lehmann, do Arsenal, defender na volta da semifinal da Champions League 2005-2006
Riquelme, do Villarreal, bate pênalti e vê Lehmann, do Arsenal, defender na volta da semifinal da Champions League 2005-2006 John Walton/Getty Images
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Os torcedores do Liverpool estão envergonhados

Mário Marra
Mário Marra

A primeira semana do mês de maio de 1941 deixou marcas em Liverpool. Foram quase 700 bombas lançadas na cidade, e o número de mortos chegou perto de 3 mil. Algumas bombas caíram na Igreja de St. Luke, que teve seu teto destruído. Outras cidades vizinhas também sofreram e contaram mais mil mortos.

Estive na conhecida igreja bombardeada e sem teto. Olhar para cima e ver, naquele dia, o céu azul foi como um convite ao silêncio e à reflexão. Imaginei pais e mães desesperados, crianças correndo e outros tantos caídos pelo caminho. Cheguei a pensar na dor dos dias que se seguiram e foram sete dias e noites de bombas caindo na cidade. Por mais que me esforçasse para tentar entender a dor daquelas pessoas, o máximo que consegui foi desenvolver empatia. Já é um avanço. A cidade chorou, mas se reconstruiu.

Por ser um importante porto, Liverpool se acostumou desde sempre com a chegada de pessoas de diversas partes do mundo. Receber as pessoas, acolher e conviver com o diferente se tornou um traço de seu povo. Muitos tentaram uma oportunidade melhor em um centro comercial histórico. E, de acolhimento em acolhimento, os diferentes se fizeram iguais e os iguais ajudaram a reconstruir a cidade e a construir laços, identidade. 

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O que as pessoas da lá não esperavam era que aquela cidade, quase esquecida pelo distante governo central, fosse atrair os olhares de todo o mundo. Era um despretensioso 6 de julho de 1957, no jardim da Igreja de St. Peter, quando um jovem chamado Paul não conseguia parar de prestar atenção em um outro jovem chamado John que tocava com sua banda, a Quarymenn. Os dois jovens um tempo depois se juntaram a outros e viram o Século XX e o mundo tomarem outro rumo a partir dali. Orgulhosa, a cidade acolhedora comprou os ideais e valores daquelas músicas e passou a ser também questionadora.

E foi com protestos que o bairro de Toxthet gritou contra a política de Margaret Thatcher. Dias e dias de protestos, dias e dias de apelos para que pudessem ser vistos. Um grito que foi abafado pela polícia e pelas ordens que vinham da distante, não só geograficamente, Londres. De Toxthet saiu Gerry Marsden, a voz de You'll Never Walk Alone.

Liverpool viu chegar um ex-jogador de futebol cheio de ideias e bom de papo. Ele bateu os olhos na estrutura do clube e não deu importância para o mato que crescia no gramado, mas preferia vislumbrar que uma potência poderia surgir dali. Mandou os jogadores colocarem calções vermelhos e blusas da mesma cor. A cabeça de Bill Shankly não aceitava que aquela comunidade visse o seu time outras temporadas na segunda divisão. Com olhos arregalados, Shankly sabia que as coisas e as pessoas deveriam mudar para melhor. E ele vendeu sonhos e empilhou taças.

O trabalho consumia as pessoas, a falta dele também. Além da música, era o futebol que fazia os dias serem diferentes. O time de azul e o time de vermelho. Separados por um parque e por uma imensa rivalidade. Até que uma outra data fizesse mais uma cicatriz no coração daquela gente, o dia 15 de abril de 1989. Poderia ser um dia de festa para os torcedores do Liverpool, que disputaria uma chance de ir para a final da Copa da Inglaterra. Não foi. Uma incrível sucessão de erros graves cobrou a vida de 96 pessoas. Mães, pais, idosos e crianças. Foram 96 mortos na Tragédia de Hillsborough. 

A cidade chorou, mas chorou unida. O rival Everton sentiu como se a dor fosse nele. Era nele também. E foram longos anos de luta pela justiça. Longos anos ouvindo que os mortos eram vândalos, animais que provocaram as próprias mortes. A distante Londres e boa parte da Inglaterra aceitou a versão mais fácil e fez colar nos moradores de Liverpool o rótulo de que eles gostam de serem vistos como vítimas. 

A cidade acolhedora, sofrida e questionadora agora era vista também como desordeira e até mesmo assassina. Os moradores não precisavam segurar o choro da dor, mas passaram a conviver também com a dor da injustiça. Os torcedores dos clubes se abraçaram e experimentaram o prazer de sonhar que era possível praticar o You'll Never Walk Alone. 

Igreja de St. Luke, em Liverpool, sem teto; à frente, dois soldados, um britânico e um alemão, cumprimentam-se
Igreja de St. Luke, em Liverpool, sem teto; à frente, dois soldados, um britânico e um alemão, cumprimentam-se Paul Ellis/Getty Images

St. Luke, Toxteth, Hillsborough... e a Superliga

A imagem da igreja sem teto é sempre presente nos meus dias. As pessoas da cidade sabem o que houve ali. Sabem que famílias foram desfeitas lá ou em Toxteth. Ou em um estádio de futebol. As pessoas de Liverpool experimentaram a dor. Experimentaram a oportunidade e a falta dela. Lutaram por empregos e por justiça. Talvez isso explique as várias músicas que citam o carteiro, o bombeiro ou o banqueiro de Penny Lane. Ou a Maggie Mae que já não vai mais até Lime Street. Tudo fez crescer nos moradores a sensação de pertencimento. 

O dia 18 de abril de 2021 estará marcado nos corações dos torcedores do Liverpool. Não só mais nos da cidade. Sim, Bill Shankly conseguiu transformar a utopia em realidade e o clube da cidade se tornou uma marca mundial. A comunidade de torcedores do Liverpool foi surpreendida com a notícia de que os donos do clube estão por trás da criação de uma liga que visa dar mais poder e dinheiro para uns poucos clubes. O Liverpool de Shankly, que suou por anos para se reconstruir e sair da segunda divisão, agora se sente um clube da elite e nem a mão ao irmão Everton estenderá mais. Caminhará sozinho.

Por qual motivo os torcedores do Liverpool não concordam com o clube ter sempre os cofres cheios? Será mesmo que eles não querem ver o clube disputar os principais torneios e ter a chance de ter também os melhores jogadores? Por quê? Porque Liverpool, tanto a cidade quanto o clube, aprendeu a se reconstruir da maneira mais solidária possível e quem manda no clube parece que esqueceu ou que nunca soube disso. 

Os torcedores, que tanto se orgulham de participar da vida do clube, se sentiram traídos pelos donos do time de seus corações e de seus sonhos. Os proprietários do Liverpool nunca devem ter tido momentos de empatia com a dor dos locais. Nunca devem ter visto a igreja bombardeada e nunca entenderão que ninguém compareceu ao enterro de Eleanor Rigby. De lá dos Estados Unidos é difícil acreditar que eles saibam o que o clube representa. Não existe pertencimento. Os sonhos são diferentes. 

O clube, que se vingava da distante Londres ganhando dos times da capital, parece agora viver distante de seus próprios ideais. Sozinho. Será que vai ser possível continuar cantando You'll Never Walk Alone a plenos pulmões? Shankly, se estivesse vivo, estaria envergonhado. The dream is over!

Faixa contra a Superliga e outros objetos foram colocados em Anfield Road, casa do Liverpool, em protesto à possível nova disputa
Faixa contra a Superliga e outros objetos foram colocados em Anfield Road, casa do Liverpool, em protesto à possível nova disputa Christopher Furlong/Getty Images
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Inspirado em banda de Rock, o Barnsley mostra que é possível estar na próxima Premier League

Mário Marra
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Do alto de seus 72 anos, não dá para falar que Neil Warnock seja conhecido por ser um técnico polido. Na verdade, o treinador não pipocava nem como jogador e, como técnico desde o início da década de 1980, Warnock critica técnicos adversários, modelos de jogo e direções de clubes. Ele é assim e foi assim de novo na última rodada de Championship.

Defendendo o Middlesbrough, fora de casa, contra o Barnsley, Warnock, que é da região e já jogou pelos Reds, soltou em entrevista que o Barnsley não tinha a menor ideia de como atacar o Boro. O placar final de 2 a 0 contradisse o veterano treinador e mostrou mais uma vez como tem sido interessante ver o Barnsley jogar e como é difícil explicar a ótima campanha do time que em 1911-12 foi campeão da Copa da Inglaterra. Claro que os tempos eram outros, mas Barnsley pertence a uma região de muita história no futebol. As glórias do passado e a rivalidade com Leeds, Sheffield United e também com o Sheffield Wednesday fazem o torcedor sempre acreditar e cobrar um pouco mais. Ah sim, se você é da turma que tenta buscar outras referências da cidade, o Saxon, banda de Rock, também é de lá.

O Barnsley é considerado um intruso no grupo dos seis primeiros da segunda divisão da Inglaterra. A última rodada mostrava ainda mais: já são cinco pontos de diferença para o sétimo colocado, o Reading.

A temporada passada foi bastante desafiadora e o Barnsley não caiu por pouco. As seguidas vitórias contra Nottingham Forest, que lutava por vaga no grupo dos seis primeiros, e sobre o Brentford, que perdeu a chance de subir direto para a Premier League, já mostravam que a luta era uma característica forte do elenco. Entretanto, a primeira vitória da atual temporada só se deu na oitava rodada. O técnico austríaco Gerhard Struber se mandou para o New York Red Bulls e a direção apostou em Valérien Ismaël, que dedicou boa parte de sua carreira como jogador e treinador ao futebol alemão. 

Ismaël rapidamente conseguiu entender o que o grupo de jogadores oferecia e os resultados começaram a mudar a expectativa de luta contra o rebaixamento para disputa por uma vaga nos play-offs.

É difícil saber se o time vai mesmo permanecer entre os seis primeiros e se voltará a disputar a Premier League, mas não é difícil perceber que a solidez do trabalho possa ajudar o clube a viver dias de bom equilíbrio financeiro. O Barnsley tem a menor média de idade, apenas 23 anos, da segunda divisão da Inglaterra. 

Com pelo menos mais cinco jogos a fazer, o Barnsley já alcançou 21 vitórias - mesmo número conquistado pelo clube nas duas últimas edições de Championship. Cauley Woodrow é o artilheiro da equipe com 11 gols e é seguido de perto por Daryl Dike, que veio do Orlando City, e Alex Mowatt - com oito gols. Outro grande destaque do Barnsley é o zagueiro polônes Michal Helik, que foi tilular de sua seleção no jogo contra a seleção da Inglaterra. 

Inspirado no verso "if you see me coming get out of my way" (se você me ver chegando, saia da minha frente) de Wheels of Steel, possivelmente a música de mais sucesso dos conterrâneos do Saxon, o time de Valeriene Ismaël não parece ter medo das caras feias de Warnock e nem de competir. 

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Inspirado em banda de Rock, o Barnsley mostra que é possível estar na próxima Premier League

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