Sobre o City campeão, Guardiola, Gundogan e Haaland
O drama visto na partida entre Manchester City e Aston Villa serviu muito para mostrar que os jogadores, muitos deles já campeões, bem treinados e bem-sucedidos, são seres humanos. Pode até não parecer, mas são. Eles sentem pressões, sentem quando a tarde não está das melhores, sentem falta de confiança para determinadas ações. A partida também serviu para mostrar o motivo de amarmos tanto o futebol, que insiste em escapar de roteiros fáceis e faz acelerar os batimentos cardíacos de quem está dentro de campo e de quem apenas acompanha de casa ou do estádio.
Foram tantos acontecimentos incríveis! É incrível pensar que o Aston Villa, que não havia conseguido tirar ponto dos cinco primeiros colocados, estava, logo no jogo do título, fazendo um 2 a 0 na casa do líder do campeonato. É igualmente maluco observar que o City, sempre acadêmico no seu jeito de envolver os adversários, havia começado a cruzar da intermediária tentando achar um cabeceador grandão.
Vendo e sentindo tudo de tão perto, Guardiola abre mão de um armador clássico, um jogador que trabalha com a bola nos pés, que se movimenta muito e faz entrar um jogador que aprendeu a ser infiltrador. Sim, Gundogan aprendeu a infiltrar e a marcar gols com o Manchester City e ele definiu o campeonato. Agora pense aqui comigo: o City já tinha números incríveis de posse de bola e de finalizações e ainda faltavam 20 minutos de jogo. Guardiola perdeu um armador, que também tem boa capacidade de finalizar e de chegar na área, como Bernardo Silva e apostou em um jogador que oferece menos posse. Deu tudo certo e ele sabia bem o que estava fazendo.
As cinco temporadas de Gundogan no Borussia Dortmund foram tudo menos temporadas goleadoras. A temporada 11-12 foi de títulos da Copa da Alemanha e do Campeonato Alemão, mas apenas quatro gols marcados. Foram quatro também na temporada 12-13 e um na 13-14. As duas últimas temporadas do alemão no Dortmund viram Gundogan marcar seis gols, três em 14-15 e mais três em 15-16. Não precisa somar. Foram 15 gols em cinco temporadas.
Guardiola e o Manchester City mudaram Gundogan. Era de um jogador como ele que Guardiola contava para mudar a história do jogo. Já são seis temporadas no Manchester City e são 49 gols marcados pelo alemão.
16-17 - 5 gols.
17-18 - 6 gols.
18-19 - 6 gols.
19-20 - 5 gols.
20-21 - 17 gols.
21-22 - 10 gols.
Guardiola ofereceu a oportunidade de Gundogan somar novas qualidades ao seu futebol e ele aceitou. E retribuiu fazendo dois gols em 22 minutos em campo. Gundogan não é um caso isolado. Dá para falar que quase todos os jogadores de Manchester City e também de Liverpool foram transformados por Pep Guardiola e Jürgen Klopp.
A próxima temporada já tem o nome do Manchester City como candidato a tudo que vai disputar. É assim, tem sido assim e vai continuar por um bom tempo sendo assim. Mesmo sabendo que jogadores são seres humanos passíveis de erros, novamente o título veio e novamente a história foi recontada a partir da ideia de quem comanda e quem melhora seus atletas.
O time que já é bom e vencedor terá a presença de um goleador como Erling Haaland. Guardiola certamente esfrega as mãos para ver os primeiros dias de treinamentos. Haaland também. Os dois já sabem que as coisas já estão ótimas hoje, mas poderão ficar ainda melhores. Haaland, como Gundogan e seus companheiros, pode se permitir conhecer novas qualidades de seu já tão bom futebol. O mundo do futebol agradece e o torcedor do City também.
Sobre o City campeão, Guardiola, Gundogan e Haaland
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