O Newcastle de Eddie Howe é uma revolução na cultura recente do time e do clube
É verdade que o mês de fevereiro não viu qualquer vitória do Newcastle e que, somando todas as competições, os últimos dois jogos mostraram o time de Eddie Howe sair de campo derrotado. É também verdade, e compreensível, que a perda da Copa da Liga Inglesa para o Manchester United e a derrota em casa para o Liverpool fizeram a dúvida pairar sobre a participação dos Magpies nas principais competições europeias na próxima temporada, entretanto, é inegável que está liberado olhar para o futuro e sonhar com dias de glória.
O time da cidade inglesa de Newcastle upon Tyne perdeu apenas duas vezes e tem a defesa menos vazada da atual edição de Premier League. O incrível é que perder pouco e não sofrer gols são e foram objetivos de todos os técnicos que passaram recentemente pelos Magpies, mas Howe tem conseguido o que os outros passaram longe de alcançar e com uma abordagem de jogo bastante diferente.
A rica história do clube começou a ser escrita em 1892, mas um recorte dos últimos 20 anos já ajudariam a tentar entender o tamanho da mudança que Eddie Howe tem vivido e oferecido ao clube. Volte no tempo e relembre qual foi o último time do Newcastle que deu algum orgulho ao seu torcedor. Talvez a memória busque exatamente o que o clube e o time viveram com Alan Pardew. Não que 2013 tenha sido ótimo, longe disso, mas um pouco antes, na temporada 2011/12, ainda com Pardew, o clube estava na disputa das quartas da UEFA Europa League e se orgulhava de contar com jogadores como Tim Krul, Jonás Gutiérrez, Fabricio Coloccini, Ben Arfa, Papiss Cissé e Demba Ba. Chelsea e Liverpool ficaram atrás na tabela de classificação. Talvez ali, em 2012, o torcedor do Newcastle tenha tido o último time que procurava jogar. De lá para cá, o medo do rebaixamento se fez presente. E o clube e o time caíram.
É importante destacar que o clube influencia o time. Se o clube está mais forte com ideais de conquista, com ambição e bons investimentos, o time tende a crescer. O que se viu foi um clube tímido e errático produzindo times que jogavam com linhas muito baixas de marcação e torciam por um escanteio ou uma boa jogada de falta lateral - muito pouco para um clube como o Newcastle.
Observe o quadro abaixo e entenda como Eddie Howe, já com investimentos, mas sem contar com grandes estrelas internacionais, fez e faz o time jogar. Ele trocou uma cultura de defesa máxima e vitórias suadas com um golzinho de bola parada por um time que busca ocupar o campo adversário e fazer pressão para ter a bola.
Eddie Howe assumiu um clube que prometia muito, mas um time que sofria e fazia o torcedor sofrer. Time que passava em média 35,7% no campo de defesa e, de vez quando, dava as caras no campo de ataque, com média de ações ofensivas de 22,7%. No mínimo, dá para dizer que o time que Howe herdou era tímido em sua concepção de jogo. E o que ele construiu? Hoje o Newcastle tem médias de ações defensivas e ofensivas muito parecidas. O time tem média de ações defensivas de 29,9% e 28,4% de ações ofensivas.
Howe tem conseguido mudar uma cultura de mais de 20 anos. Sim, chegaram contratações, mas entenda que até elas vieram tentando alcançar o objetivo de fazer o time jogar mais, sem perder o equilíbrio defensivo.
O torcedor que esteve em Wembley na semana passada soube mostrar seu apoio ao time em campo. O caminho de construção de um time vencedor parece estar sendo bem pavimentado e alicerçado nas convicções de Eddie Howe. Não existe garantia de taças ou de retorno imediato ao seleto grupo de times que disputam torneios da UEFA, mas é certo que em campo o time oferece bem mais motivos palpáveis para o torcedor acreditar.
Fonte: DataESPN
O Newcastle de Eddie Howe é uma revolução na cultura recente do time e do clube
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