Vinicius Jr. vira pedra no mocassim de Tite na seleção brasileira

Antero Greco
Antero Greco

Pessoal, perdi a conta das vezes em que vi convocações da seleção brasileira. Da mesma forma, já nem sei mais em quantas ocasiões testemunhei idiossincrasias de treinadores com relação a alguns jogadores. Idiossincrasia, em Português simples, pode ser tomada como “cisma”, para o bem ou para o mal. Para trocar mais em miúdos: o “professor” pega birra com um atleta; daí, ou o chama sempre, mesmo em má fase, ou o despreza, mesmo que entre na lista para compor o grupo. 

Para citar de cabeça, lembro de Zagallo, que desprezou Ademir da Guia em 74 e só o colocou em campo meio-tempo, na disputa do terceiro lugar; de Cláudio Coutinho, com a insistência de ter Edinho como lateral em 1978; de Telê, que ignorou a fase de Leão e não o levou para o Mundial de 82; de Parreira, que só chamou Romário na última partida eliminatória para a Copa de 94; de Dunga, que não quis saber do jovem Neymar para a aventura na África do Sul em 2010. Tem um monte de casos.

Para Tite, Vini Jr. tem condições de atingir o nível do Real Madrid na seleção brasileira

         
     

É o que acontece agora com Vinicius Jr em relação a Tite. O rapaz está comendo a bola no Real Madrid, é o destaque, com dribles, assistências e gols, muitos gols. Com 21 anos (22 em 12 de julho) é mais maduro, mais robusto, além de técnica e taticamente mais evoluído do que na época em que apareceu no Flamengo. Olha que, então, ele já era muito bom. Agora confirma as expectativas que se criou em torno dele e justifica os milhões de euros que os espanhóis despejaram para levá-lo. 

Sem exagero, e já correndo o risco de exagerar, dá para dizer que é um dos melhores, senão o melhor brasileiro em atividade, aqui ou no Exterior. Supera seus companheiros de clube, Casemiro e Rodrygo (também chamados hoje), brilha mais do que Gabigol, Raphinha, Gabriel Jesus, Antony e até Neymar, que dispensa apresentações, porém atravessa etapa delicada, com contusão. 

Mesmo assim, Tite não derrama elogios para Vini Jr. Ao contrário, recorre a discurso conservador e cauteloso para tecer considerações e justificar por que não o enxerga como titular da seleção. Nesta quinta-feira, voltou a dizer que não se deve esperar demais de atletas nesse estágio, pois a oscilação aparece com frequência; lembrou que o moço demorou para firmar-se no Real; alegou que lhe tem oferecido oportunidades e advertiu para o risco de excesso de expectativa. Pediu calma. 

Em resumo: dá a impressão de que ainda não bota fé em Vini Jr. 

Tite não é paraquedista na profissão, tampouco aventureiro que apareceu do nada. Por isso, ao ficar cheio de dedos com o atacante sensação do momento deixa transparecer essa incerteza. Nem vale muito o argumento da idade. Antony também tem 21 anos (faz 22 em fevereiro), Rodrygo é de 2001, enquanto Emerson Royal e Matheus Cunha são um pouco mais velhos (ambos de 1999).

Claro que há muita estrada para essa rapaziada percorrer, e que seja repleta de sucessos. Mas, com 21, quase 22 anos, quem é bom já rouba a cena. E é o que vem acontecendo com Vini Jr. Fosse o Tite parava de onda, enchia o jovem de coragem e brios, ao dizer que quer vê-lo como titular. Sem essa tantos mas, porém, contudo, todavia, entretanto. Aposta no taco e vê o que acontece. Se não der certo, faça marcha a ré, deixe-o como opção no banco e parta para outra solução. 

O entrave está no fato de Tite ter um bloco de jogadores com os quais trabalha há seis anos e nos quais confia, mesmo em fase instável. Pode dar certo, mas é raro. O Brasil se deu bem com a geração 58/62, mas quebrou a cara com a base mantida para 66. Telê confiou demais na turma de 82 e teve decepções com ela em 86. 

Fico na torcida para que Tite esteja certo nas escolhas e seja coerente. Mas fico mais ainda na torcida para que Vini Jr., Antony, Matheus Cunha e outros consigam dar um nó na cabeça do professor e provem por A mais B mais C que vão surpreender e arrebentar no Catar. Quero o Brasil mais ousado e menos “ponderado”. 

Vinicius Jr está pedindo espaço na preferência de Tite, que mantém expectativa moderada
Vinicius Jr está pedindo espaço na preferência de Tite, que mantém expectativa moderada Lucas Figueiredo/CBF
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Vasco mostra força contra outro recente campeão brasileiro, desta vez foi o Palmeiras

Antero Greco
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Gabriel Pec comemora gol do Vasco contra o Palmeiras
Gabriel Pec comemora gol do Vasco contra o Palmeiras Daniel RAMALHO/VASCO

Há jogos que dão gosto de acompanhar, até para quem não torce para os times envolvidos. Foi o caso de Vasco 2 x 2 Palmeiras , na tarde deste domingo (23), num Maracanã com 60 mil pessoas. Ritmo forte do início ao fim, com oscilações e qualidades dos dois lados. Os vascaínos repetiram o mérito de não se intimidar com campeões brasileiros recentes: na estreia bateram o Atlético-MG (vencedor de 2021) por 2 a 1 fora de casa e agora seguraram os donos da taça em 2022

Abel Ferreira e Maurício Barbieri assistiram ao clássico à distância, pois cumpriram suspensão por cartão vermelho na largada. Mas viram os respectivos times com ousadia e intensidade de final de campeonato. Abel deixou Marcos Rocha na reserva (entrou Gustavo Garcia) e deu chance para Navarro (Flaco Lopez entrou depois, mas no lugar de Gabriel Menino). O Vasco teve na frente Pedro Raul, sempre ajudado por Gabriel Pec e Alex Teixeira. 

O Palmeiras começou melhor, cadenciou o jogo, mas tomou sustos em seguida, com os gols de Pedro Rau aos 28 minutos e Pec aos 39. Teve tempo de respirar, antes do intervalo, com uma cabeçada de Navarro aos 46, que fez a bola bater no chão, subir e enganar o goleiro Leo Jardim. 

O segundo tempo começou de forma semelhante ao primeiro, com o Palmeiras indo à frente. A diferença foi o “encolhimento” do Vasco, que tentou muito cedo garantir a vitória, na tentativa de repetir o que havia acontecido em BH uma semana atrás. Se deu mal, porque tomou o empate aos 17, com Artur, num momento em que os palmeirenses eram melhores, sobretudo após a entrada de Endrick (Navarro saiu). Quando o Vasco decidiu ousar, equilibrou de novo e fez com que o jogo se tornasse acelerado e de bom nível. 

O destaque foi o esboço de time competitivo em que aos poucos se transforma o Vasco; tem potencial para render ainda mais. E o Palestra apresentou o óbvio: é forte para reagir e começa a dar espaço para a excelente geração de pratas de casa, com Jhon Jhon, Fabinho, Endrick, Luís Guilherme, Gustavo Garcia - sem contar Gabriel Menino, que veio da base e já é profissional há várias temporadas, e Artur, que saiu tempos atrás e voltou.


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O Palmeiras pode iniciar o projeto 'estátua para Gustavo Gomez'

Antero Greco
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O Palmeiras foi um dos clubes pioneiros em eternizar ídolos com estátuas. Nos jardins do clube bustos reverenciam atletas marcantes na história alviverde. Se fosse a diretoria atual, começaria a pensar num projeto para colocar Gustavo Gomez na seleta galeria. Porque o capitão tem larga folha de serviços prestados para a casa alviverde. Os mais recentes apareceram na noite desta quinta-feira (21), na virada por 2 a 1 sobre o Cerro Porteño, na segunda rodada da Libertadores.

O zagueiro teve participação direta nos gols da equipe, ambos na etapa final: garantiu o empate, ao pegar rebote, depois de cobrança de falta de Dudu aos 18 minutos, e serviu Navarro, após cruzamento, aos 30. Sem contar um monte de bolas que tirou em jogadas do time paraguaio. Está bem, para não dizer que só elogio, no gol do Cerro, aos 5 do primeiro tempo, tomou uma invertida daquelas. Mas ele pode, tem crédito de sobra com a torcida. É um gigante palmeirense.

Gustavo Gómez brilha, Palmeiras vira contra o Cerro Porteño no Morumbi e vence a primeira na Libertadores 2023

          

     


A vitória veio, depois do tropeço na estreia, mas trouxe sustos e apreensão para os mais de 40 mil torcedores que estiveram no Morumbi, em noite de queda de temperatura. O Palmeiras de novo jogou no campo do rival porque o Allianz Parque está reservado para shows de rock. O campo na Pompeia estará aberto para os são-paulinos assim que precisarem. Interessante política de boa vizinhança. 

Abel Ferreira mexeu na equipe e começou com Luan na zaga, no lugar de Murilo, Jhon Jhon no meio-campo, Arthur outra vez pela direita, Flaco Lopez mantido como referência no ataque. Dudu jogou mais à esquerda e Endrick ficou no banco (entrou no segundo tempo). 

E o time não encaixou na primeira etapa. Ao contrário, mostrou raro comportamento de abalo, ao sofrer o gol, e não soube como passar pelo bloqueio paraguaio. Praticamente não criou oportunidade importante para o empate - e ainda deu espaço para levar o segundo. Talvez uma das apresentações mais fracas em 23.

No segundo, Abel colocou Richard Ríos na vaga de Gabriel Menino, e com isso o meio ganhou mais agilidade. O Palmeiras tornou-se mais insistente no ataque, fechou brechas para o Cerro e empatou com Gomez. Depois, manteve a empolgação e o abafa, até chegar à virada com Navarro, que havia entrado minutos antes no lugar de Flaco Lopez. Junto com ele também Endrick saiu do banco, para onde foi Jhon Jhon. Embora com dificuldade, os palmeirenses quase fizeram o terceiro. 

A vitória era imprescindível. Se ficasse com duas derrotas, praticamente seria obrigado a ganhar os quatro jogos restantes. Agora o grupo ficou embolado e o Palmeiras volta a depender só de seu esforço para seguir adiante. Mas que deu calafrios, isso deu…

Gustavo Gómez celebra gol do Palmeiras
Gustavo Gómez celebra gol do Palmeiras Getty Images
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Corinthians, Flamengo e São Paulo: três gigantes com reações amadoras

Antero Greco
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Alguém contesta o tamanho e a importância de Corinthians, Flamengo e São Paulo? Só os que torcem contra, claro. O trio forma linha de frente, no que se refere a torcidas e títulos, nacionais e internacionais. Falta o Palmeiras para completar um quarteto que dá o que falar. Mas este último não entra na conversa do momento - para alegria de quem o admira e porque vão na contramão dos demais.

Enquanto um encontrou estabilidade no trabalho já longevo de treinador (Abel Ferreira), os outros três agem como amadores. Não por coincidência em uma semana decidiram trocar de comando técnico. Corintianos e rubro-negros não confiaram nos escolhidos na virada de ano; tricolores mantiveram um profissional que havia muito enfrentava resistência interna e se sustentava pelo histórico como jogador e por ter levado o time para duas finais e uma semifinal em 2022. 

Cuca é do Corinthians! Veja os números da última passagem do técnico pelo Atlético-MG

          

     


Começo pelo caso mais recente, o do Corinthians, que nesta quinta-feira (20) formalizou o que já se desenhava havia alguns dias e ficou evidente depois da derrota para o Argentinos Juniors, na quarta-feira. Logo após a partida, na Neo Química Arena, a queda se tornou incontornável, pelas declarações feitas por Alessandro, o gerente de futebol. Em entrevista coletiva, deu todas as pistas de que a experiência com Fernando Lázaro não se sustentava mais. 

O jovem treinador, cria da casa, se mostrou inseguro desde que recebeu o convite, pouco antes da disputa do Mundial do Qatar (estava no grupo de auxiliares de Tite). Embora conheça futebol e seja pessoa de fino trato, não tem ainda estofo, casca grossa, para suportar o peso de comandar time da envergadura do Corinthians. Ao mesmo tempo em que é vitrine, o cargo também cobra e desgasta. 

Foi o que ocorreu desde os primeiros jogos da atual temporada. Lázaro não teve como dar padrão para a equipe, notou na prática como o elenco bom, porém envelhecido, dificulta a vida do “professor”. Cai com o calendário em andamento e a direção alvinegra comete erro semelhante ao de 22, quando demorou para tirar Sylvinho e perdeu meses de trabalho. 

Lázaro volta a ter funções subalternas no Parque São Jorge. Não estou aqui para aconselhar a vida de ninguém. Mas, se fosse ele, pegava o boné e tentava a sorte em outro lugar. Cuca chega para substituí-lo, respaldado por experiência, por títulos importantes. Em contrapartida, traz também a interrogação que o acompanha: nem sempre consegue impor-se, como demonstram os retornos para Palmeiras e Atlético-MG imediatamente a passagens vitoriosas nesses clubes. 

Dorival também terá bucha de canhão pela frente, no São Paulo, mas essa é escolha que fez na carreira. Há tempos digo que ele se especializou em apagar incêndios, o que faz com eficiência Como retribuição em diversas ocasiões é dispensado a seguir. O exemplo no Flamengo se revela o mais desvastador. E a direção tricolor passa incólume em nova demonstração de falta de rumo. 

Sampaoli estreou bem no Flamengo, tem perspectiva de sucesso, recebe elenco de boa qualidade, porém com competições em andamento. O Flamengo apostou, anteriormente, em um estrangeiro que teve brilhareco no Corinthians, mas não se manteve convicta na escolha nem resistiu à pressão popular. Por isso, abriu mão de Vítor Pereira e vai arcar com uma multa de megasena. 

Três derrapadas de três potências no futebol. Enquanto isso, o Palmeiras fica ali, de beleza, com seu português temperamental, explosivo e eficiente.

Cuca volta à cena, agora com o desafio de arrumar a casa do Corinthians
Cuca volta à cena, agora com o desafio de arrumar a casa do Corinthians Pedro Souza / Atlético
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O Corinthians precisa de sacudida. Ou não passa da primeira fase da Taça Libertadores

Antero Greco
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O Corinthians voltou para a Libertadores com mérito, depois de campanha aceitável no Brasileiro de 2022. Mas, se não despertar logo, o sonho do bi da América pode morrer ainda na fase de grupos. O mau exemplo veio na noite desta quarta-feira (19), com a derrota para o Argentinos Juniors por 1 a 0, em Itaquera.  

Errou feio quem imaginava que a equipe argentina seria presa fácil. Ao contrário, mostrou-se bem ajustada, não apelou para violência, teve bom toque de bola e dominou parte importante do jogo. Para melhorar, abriu o placar, no gol de Cabrera, aos 12 minutos do primeiro tempo, e soube segurar a vantagem até o final. Antes, aos 6 minutos, havia mandado uma bola no travessão corintiano.

O gol abalou o Corinthians, modificado por Fernando Lázaro, ao optar por Matheus Araújo no meio, ao lado de Cantillo, Fausto Vera e Giuliano. A contusão de Fagner foi outro golpe para o esquema do treinador. Na primeira parte, houve tentativa de reação, sem resultado prático. O goleiro Lanzilotta quase não foi incomodado. 

Lázaro mexeu no segundo tempo, com a entrada de Roni, Paulinho, Romero, sem que o panorama se alterasse. O Corinthians deixou o Argentinos menos à vontade, pressionou, abusou de lances longos e bolas na área, que serviram para fazer a festa dos zagueiros adversários. Arriscou finalizações, algumas passaram perto do gol, e tiraram no máximo o “Uhhhh!” da torcida. Não além disso.

Criatividade, controle, autoconfiança ficaram em nível baixo. O Corinthians esboçou imagem de mandante, mas se comportou como visitante inferiorizado diante do rival, que nem é fora de série, mas no momento comanda o grupo, com 6 pontos. Já há pressão pela classificação e, ao que tudo indica, a briga será com o Independiente del Valle. O Corinthians precisa abrir o olho - e já!

 

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O mundo gira, e um dia Rogério Ceni voltará a dirigir o time do São Paulo. Espero que demore

Antero Greco
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No futebol - como na vida - só se diz "nunca mais" com a morte. Essa é definitiva e encerra qualquer reviravolta, em qualquer circunstância. Quer dizer, se não inventarem o elixir da vida eterna...

Depois desta introdução de filosofia de botequim, quero dizer que não descarto a possibilidade de Rogério Ceni voltar para uma terceira aventura como treinador do São Paulo. Ir e vir é tão comum na carreira de técnico que nada chega a surpreender. Portanto, imagino que no futuro as portas do Morumbi poderão reabrir-se para um dos grandes ídolos tricolores - como jogador. 

No entanto, torço para que demore a reconciliação. Explico por quê.

Tão logo pendurou chuteiras e luvas, em 2015, depois de duas décadas de casa, Rogério anunciou que iniciaria a trajetória como técnico - e comandar o São Paulo era a obsessão. Foi astro sob as traves, além de artilheiro, e nada mais natural do que manter a fama, embora por outra trilha. Teve o desejo realizado, em 2016, para alegria dele e esperança geral da nação são-paulino já carente de conquistas.

Na época, comentei que era cartada arriscada, pois lhe faltava estofo para dirigir uma equipe com o peso do São Paulo. Ponderei que seria mais prudente ganhar "calo" em clubes menores, rodar um pouco na função, até se apresentar como apto a tomar o time do coração nas mãos. Rogério começou pelo alto e caiu logo.

Decidiu, então, rodar, e ressurgiu com trabalho relevante no Fortaleza. Atraiu a atenção do Cruzeiro, e entrou em barca furadíssima. Voltou para o Fortaleza, até atender ao aceno doFlamengo. Foi campeão e demitido, passou um período de molho até aceitar novo aceno do São Paulo. Também na ocasião achei que poderia dar-se mal. Considerar-se à vontade no Morumbi seria trunfo e entrave.


         
     

Dito e feito. Com a autoridade que supunha ter como ídolo (como jogador, insisto), teve avanços e atritos com setores da administração. Como resultados apareceram no campo, em 22 (finalista do Paulistão e da CONMEBOL Sul-Americana, semifinalista da Copa do Brasil), foi mantido para 23. Mas sem unanimidade e com ruídos com jogadores. Foi sendo cozido em fogo nem sempre brando, até a queda. Num clube que hoje é pálida sombra do passado, quando era sinônimo de eficiência dentro e fora de campo. 

Rogério Ceni deve colocar na cabeça, em definitivo, que a história dele com o uniforme tricolor, não. Porém, precisa tomar cuidado para não manchá-la - e deve optar para a figura de treinador de "qualquer equipe" e não vincular a imagem ao São Paulo. Algo que, muito tempo atrás, Emerson Leão fez muito bem. Foi incensado como goleiro do Palmeiras, mas, ao abraçar a carreira de técnico, avisou que não queria ver sua figura vinculada ao clube. Fez bem.

Que Rogério ande muito, ganhe títulos por aí. Para um dia, lá na frente, retornar ao São Paulo, como técnico consagrado. E levar o time a grandes conquistas. Por ora, só teve arranhão. 

Rogerio Ceni vê interrompida segunda passagem como técnico do São Paulo
Rogerio Ceni vê interrompida segunda passagem como técnico do São Paulo Adriana Spaca/Getty Images
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O São Paulo ainda vai mandar muita gente para analista e cardiologista

Antero Greco
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Uma pauta interessante para a turma que cobre o dia a dia da Ciência é a de fazer uma pesquisa a respeito de consumo de calmantes e produtos para o coração por aqui. E ver que tem recorrido aos remédios. Sei não, bem provável que se chegue à constatação de que os principais usuários sejam torcedores do São Paulo. Porque, no ritmo em que o time acumula resultados inusitados, não está fora de cogitação imaginar que seu público passe por maus bocados.

Porque o são-paulino sofreu na noite desta terça-feira (18), na partida contra o Puerto Cabello, pela segunda rodada da fase de grupos da CONMEBOL Sul-Americana. Só pôde respirar aliviado nos minutos finais, quando saíram os dois gols - de Marcos Paulo aos 40 e de Michel Araujo aos 42. Antes disso, penou com o empate e com o risco de ocorrer zebra monumental. Enfim, foi o São Paulo dos últimos tempos. 

Rogério Ceni em São Paulo x Puerto Cabello pela CONMEBOL Sul-Americana
Rogério Ceni em São Paulo x Puerto Cabello pela CONMEBOL Sul-Americana Marcello Zambrana/AGIF/Gazeta Press

Ceni optou por escalação mista, já de olho na necessidade de reagir no Brasileiro (estreou com derrota para o Botafogo e sábado recebe o América-MG) e na Copa do Brasil (empatou com o Ituano em casa e na semana que vem vai a Itu). Ou seja, sente a pressão na Série A, pois há desconfiança em torno de sua trajetória, e vê com temor a possibilidade de cair fora de uma competição que jamais venceu. 

O mistão tricolor teve dificuldade diante do combativo, embora limitado, adversário venezuelano. No primeiro tempo, teve superioridade na posse de bola, o que não significou grande coisa, porque situações de perigo foram raras. No segundo, Ceni fez algumas mexidas, a principal delas a entrada de Calleri. O artilheiro participou de jogadas que obrigaram Romero a defesas complicadas e ainda participou do gol de Marcos Paulo, que entrou só aos 37 minutos. Beraldo também mandou uma bola no travessão. O segundo gol pegou a defesa venezuelana desprevenida. 

O resultado mantém o São Paulo com aproveitamento integral, em duas rodadas, e talvez sirva para suavizar o ambiente no Morumbi, que não anda favorável para Ceni. Os dois próximos desafios, em campeonatos diferentes, servirão de termômetro. Que a temperatura caia e que os torcedores não lotem pronto-socorros cardíacos nem precisem procurar analista. Pois o Mais Querido anda mexendo com o equilíbrio dos fãs.

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San Gennaro não faz milagre. E o Milan acaba com o sonho do Napoli na Champions League

Antero Greco
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Há séculos os napolitanos recorrem a San Gennaro quando se encontram em dificuldade. O padroeiro da cidade é a referência nessas horas - e com frequência atende aos pedidos dos fiéis. Agora, nem o santo ajudou no sonho de o Napoli prosseguir na corrida por título europeu inédito. Pela segunda vez em uma semana, a equipe de Luciano Spalletti tropeçou no Milan - 1 a 1 - e parou nas quartas de final da Uefa Champions League. Os milaneses, com 7 conquistas, seguem na disputa. 

O roteiro do clássico foi semelhante àquele de dias atrás, no San Siro: o Napoli foi pra cima, sufocou, teve posse de bola, arriscou, encurralou o adversário no próprio campo. Sem balançar as redes, para ficar numa expressão jamais usada em futebol. Daí, num vacilo, eis que o Milan se apresenta, faz o gol e resolve a parada.

Quem esteve no estádio Diego Maradona viu filme velho, com desfecho trágico para a turma local. O Milan conseguiu passar do meio campo só por volta dos 15 minutos, depois de ceder um montão de escanteios. 

 Giroud comemora gol do Milan contra o Napoli na Champions
Giroud comemora gol do Milan contra o Napoli na Champions isabella Bonotto/Anadolu Agency via Gett

Na terceira oportunidade, aos 21, teve pênalti, que Giroud mandou nas mãos de Meret. Para complicar a vida do Napoli, com meia hora saíram Politano e Mario Rui, contundidos.

Como desgraça pouca é bobagem, Giroud se redimiu e fez 1 a 0 para o Milan, numa jogada sensacional iniciada por Rafael Leão. A tonelada de responsabilidade sobre a turma napolitana pesou, no segundo tempo. Foi um tal de tentar furar o paredão formado por Calabria, Kjaer, Tomori, Teo Hernandez, Tonali - sem chance. 

Até que aos 35 minutos veio um pênalti que poderia mudar o rumo da história. Kvaratskhelia se apresentou, com a confiança de quem havia cobrado cinco pênaltis, com zero erro. Correu, bateu e… Magnan fez uma defesa de cinema. Abraçado pelos companheiros e aplaudido pelo técnico Stefano Pioli. Era a decisão do duelo entre Norte e Sul da Itália no plano europeu. Ao Napoli restará como consolo o título italiano.

Acabou ali a esperança do Napoli. O gol de Osimehn aos 48 serviu só para evitar a derrota, mas não a desclassificação. Desconfio que San Gennaro não terá muitas velinhas de louvor nos próximos dias…







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Botafogo larga bem, enquanto começa o calvário do São Paulo no Brasileiro

Antero Greco
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Custou para vir o gol da vitória - só aos 41 minutos do segundo tempo. Mas o Botafogo se saiu muito bem no primeiro desafio no Brasileiro de 2023, com os 2 a 1 sobre o São Paulo, no início da noite deste sábado (15), no Nilton Santos. E, para temor do torcedor tricolor, pode ter começado o calvário para a rapaziada de Rogério Ceni. É para ficar, desde já, com a pulga atrás das duas orelhas.

Botafogo marca no fim e vence o São Paulo na estreia do Campeonato Brasileiro; veja os gols

          

     


O Botafogo foi à luta também com cobranças - e apoio - de seus fãs. A expectativa é a de que ao menos neste ano não haja desmonte e que o patrono John Textor decida-se a fazer investimentos produtivos. O técnico Luís Castro também anda na mira de críticas, embora o americano dono da grana o confirme no cargo. 

No início o Botafogo mostrou que não estava para brincadeira; foi para cima do adversário assustado, que não viu a bola nos 11 primeiros minutos e ainda tomou gol, marcado por Tiquinho Soares aos 3. O tira-gosto alvinegro foi estragado pelo empate, com Calleri, aos 12, na primeira vez em que os são-paulinos conseguiram passar do meio do campo. Deu calafrio em quem estava nas arquibancadas. 

Depois disso, um quadro recorrente foi o Botafogo a tocar a bola, a ir para o ataque, mas com dificuldade para finalizar. O São Paulo repetiu erros manjados, o principal deles a pontaria vesga: eita time para custar a acertar ao alvo! Os treinadores fizeram aquele monte de mudanças agora permitidas, sem que conseguissem ajustar suas respectivas equipes. O jogo amornou no segundo tempo.

O empate parecia o destino final entre rivais que buscam afirmação. Até que Victor Cuesta fez jogada pela esquerda, depois de rebote na área, e cruzou. Eduardo subiu mais do que a zaga, testou, mandou para as redes e faz o São Paulo voltar para casa com dor de cabeça. A primeira de uma série? Vai saber, porque faz tempo que um gigante do futebol se transformou num grande ponto de interrogação.

Tiquinho Soares, ao centro, comemora gol do Botafogo
Tiquinho Soares, ao centro, comemora gol do Botafogo Vítor Silva/Botafogo
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O Palmeiras mantém rotina de vitórias. Mas o placar poderia ter sido mais folgado contra o Cuiabá

Antero Greco
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Endrick comemora após marcar para o Palmeiras sobre o Cuiabá
Endrick comemora após marcar para o Palmeiras sobre o Cuiabá Cesar Greco/Palmeiras/by Canon

O Palmeiras iniciou a defesa do título brasileiro como manda o figurino: com vitória. Os 2 a 1 sobre o Cuiabá, na tarde deste sábado (15), confirmaram a superioridade da turma de Abel Ferreira, mas o resultado poderia ter sido mais sossegado. Se não houvesse oscilação, a torcida que foi ao Allianz teria visto um placar bem folgado. 

A proposta de Abel foi interessante: deixou Menino e Zé Rafael como sempre na vigilância no meio do campo, colocou Arthur do lado direito, Dudu do esquerdo, com Flaco Lopez e Endrick adiantados. Uma formação ofensiva, que se mostrou eficiente com menos de cinco minutos, o tempo que precisou para Endrick fazer o primeiro gol da Série A de 2023. O VAR analisou o lance e não viu impedimento, apesar das reclamações dos jogadores do time mato-grossense. 

Era ensaio de tarefa sem sustos. Só que daí ocorreu uma inversão. O Palmeiras tirou logo o pé do acelerador, tratou de poupar forças - de olho na Libertadores, talvez - e esperou o Cuiabá abrir-se. Até teve algumas possibilidades de estocadas decisiva, porém ficou só no ensaio. Levou o jogo em banho-maria e tomou o troco aos 52 minutos, no empate de Raniele. Pouco antes, Abel Ferreira havia sido expulso, o que surpreendeu zero pessoa.

No segundo tempo, o Palmeiras tratou de repetir o início do jogo, com velocidade e pressão - e sem gás suficiente para desbancar o Cuiabá. A virada de tendência começou aos 11 minutos, com a expulsão de Filipe Augusto (acúmulo de amarelos), e com o gol de Flaco Lopez aos 20, o quarto em seguida que ele faz. O rapaz aos poucos ganha espaço na equipe, sem fazer alarde.

O Palestra retomou o ritmo mais cadenciado, as substituições vieram e a turma nova (Fabinho, Luís Guilherme) ganhou nova oportunidade, além de Richard Ríos, Breno Lopes e Navarro. O Cuiabá só voltou a dar calafrios aos 45, numa cabeçada de Matheus Alexandre, à queima-roupa e que Weverton neutralizou. 

O Palmeiras cumpriu a parte que lhe cabia, Abel exagerou nas reclamações, porém teve o mérito de continuar com a rodagem do elenco, para dar cancha (o termo moderno é minutagem) para a nova geração e para reservas. Com isso, deixa todo mundo motivado e nos cascos para os desafios importantes, como Libertadores, a Copa do Brasil e o Brasileiro, do qual é o maior vencedor (11 títulos). Provou que está pronto para ser protagonista mais uma vez. 


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Abel Ferreira lembra figuras importantes no Palmeiras, como Felipão, Telê e Brandão

Antero Greco
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Abel Ferreira é um fenômeno. O português conseguiu a proeza de entrar para a galeria de grandes treinadores do Palmeiras em dois anos e meio de casa. Nesse período, conquistou 8 taças e teve identificação estreita com a torcida, proeza alcançada por poucos dos que o precederam no cargo em mais de cem anos. Não é exagero considerá-lo, hoje, tão ídolo quanto Weverton, Gomez, Veiga, Dudu. 

A idade me permitiu acompanhar a passagem de diversos técnicos marcantes pelo Palestra, ao menos desde os anos 60. Vi Silvio Pirillo, Filpo Nuñes, Rubens Minelli, Mário Travaglini, Osvaldo Brandão na construção e consolidação das duas primeiras Academias. Telê Santana transformou um grupo razoável em equipe empolgante, no fim dos 70. Vanderlei Luxemburgo foi importante na versão número três, no período da Parmalat. Felipão deu a alegria de CONMEBOL Libertadores inédita em 1999.

Abel parece a síntese de Brandão, Telê e Felipão, nas qualidades e, até, nos defeitos - diria que a ranhetice é a mais marcante. Os três mestres cultivaram o sentimento de “família” ao administrarem grupos de jogadores de temperamentos e qualidade técnica diferentes. A união, para eles, era um dos princípios básicos para o sucesso coletivo. Cansei de vê-los agirem como gestores, pais, amigos. Os conselhos nem sempre agradaram aos atletas, mas poucos deixaram de reconhecer, mais adiante, que os orientadores estavam certos.

Pois não é que Abel usa termos semelhantes? Na entrevista após a vitória por 4 a 2 sobre o Tombense, na quarta-feira, ele admitiu que, no dia a dia, assume diversas responsabilidades que extrapolam aquela de apenas cuidar da estratégia em campo. Falou literalmente em “família” no Palmeiras. E foi além, tocou num tema que não despertou muito a atenção. “Quando jogadores que estiverem no nosso plantel não derem aquilo que eu acho e entendo que seja suficiente para estar no Palmeiras, eles têm de ir embora. Aqui não existe nenhum. Se existir, é para trocar.”

Abel deu mostras, na prática, de que leva a sério tal princípio. Lembrei quando mandava alertas a respeito de comprometimento. Sem citar nomes, dava mostras na escalação. Gabriel Menino, por exemplo, teve explosão rápida, foi chamado por Tite para a seleção e depois apresentou queda acentuada. Houve momentos em que ficou esquecido no clube e quase foi embora. Aprendeu a lição, esperou a vez e agora é titular e artilheiro do time. Recuperou a confiança do “mister”.

Outros, pelo visto, não absorveram as dicas, perderam o timing e já não fazem parte do elenco vitorioso. Os casos mais evidentes são os de Patrick de Paula, Veron e Wesley. Os três despontaram com enorme potencial, mas vacilaram e saíram. Abel é transparente, direto; percebe-se que os jogadores confiam em seus métodos e caráter. Eis outros componentes para justificar a idolatria dos torcedores palestrinos - e sei o quanto são exigentes e corneteiros. 

O dia em que trocar de clube - e uma hora isso ocorrerá -, deixará saudades, será reverenciado e reconhecido como um ícone. Com justiça, Mas, até lá, os alviverdes esperam que o currículo dele seja enriquecido com muitas conquistas e a galeria de troféus fique mais abarrotada do que já é. 

Abel Ferreira acumula troféus e admiração pública em dois anos e meio de Palmeiras
Abel Ferreira acumula troféus e admiração pública em dois anos e meio de Palmeiras Cesar Greco/Palmeiras
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Abel Ferreira lembra figuras importantes no Palmeiras, como Felipão, Telê e Brandão

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O Remo vence bem e coloca pressão no Corinthians para o jogo de volta na Copa do Brasil

Antero Greco
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Giuliano lamenta chance perdida do Corinthians contra o Remo na Copa do Brasil
Giuliano lamenta chance perdida do Corinthians contra o Remo na Copa do Brasil Fernando Torres/AGIF/Gazeta Press

Fiel torcedor, se fosse você colocava as mãos para o céu e agradeceria a São Jorge pelo fato de o Corinthians ter perdido só por 2 a 0 para o Remo, nesta quarta-feira (12), em Belém. A estreia na Copa do Brasil poderia ter sido um desastre maior, por aquilo que o time paraense apresentou e por aquilo que o alvinegro deixou de jogar. 

O resultado ficou barato para Fernando Lázaro e seus rapazes. O Remo mandou praticamente do começo ao fim. Bom, para não parecer má vontade, reconheço que os corintianos pressionaram no início - e só. Mesmo que nos últimos minutos ainda forçaram o ritmo, ao menos para diminuir a diferença, ainda assim não incomodaram o goleiro Vinicius. Em resumo: o Timão foi presa fácil. 

Lázaro optou por começar sem vários titulares, os principais deles Fagner, Roger Guedes e acrescentaria Vera e Rony nessa lista. Claro, sem contar o contundido Renato Augusto. Fez as mudanças para não desgastar o grupo. Não deu certo e o Remo ficou em vantagem no primeiro tempo, com Richard Franco aos 12 minutos. Muriqui fechou a conta aos 15 do segundo. Fora as chances que teve ao longo do jogo.

O treinador corintiano apelou para Fagner, Vera e Roger Guedes na segunda parte, quando o time esboçou reação. Ficou na fumaça. Pior: ao se abrir, permitiu ao Remo diversas brechas para contragolpes. Se tivesse tomado o terceiro não seria fora de propósito. Foi uma bagunça só, diante de um rival seguro e atrevido.

Termino com o óbvio: já tem pressão para o jogo da volta, em Itaquera. O torcedor torceu o nariz com a eliminação em casa, no Paulistão, e fica com a pulga atrás da orelha para o que pode acontecer no duelo com o Leão Azul. Com razão. 

(Texto corrigido, por erro nos tempos dos gols.)

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Palmeiras larga na Copa do Brasil com o pé esquerdo e mostra que brigará por mais um título

Antero Greco
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Amigo palestrino, ou torcedor de outro time que me concede a honra de ler o que escrevo, pergunto-lhe: estranhou o título da crônica? Achou esquisito aparecer pé esquerdo em vez de pé direito, como manda o ditado popular? Pois esclareço que não me atrapalhei nem cochilei. Apenas adaptei o provérbio a uma crença pessoal. Sou canhoto, e como tal sinto discriminação comigo e com meus semelhantes no uso do “lado errado”. Isto posto, esclareço que foi elogio ao campeão paulista. 

Quer dizer, o Palmeiras poderia ter saído de campo, no Allianz, com uma vantagem até maior do que os 4 a 2 finais diante do Tombense. Ao longo do jogo, criou chances para ampliar. Mas sobretudo no último lance, aquele que antecedeu o apito do árbitro, o jovem Luis Guilherme, estreante na tropa de Abel Ferreira, perdeu uma daqueles oportunidades que, bem velhinho, ele vai lembrar como uma das maiores gafes da carreira. Porém, é meninote, 17 anos, com muita estrada pela frente. Certamente, acertará demais. 

Abel não quis saber de dar folga geral, não veio com a conversa de time misto. Enfim, achou prudente não dar brecha para o azar e ser surpreendido, como ocorreu na semana passada, na derrota na estreia na CONMEBOL Libertadores, com a derrota para o Bolívar. Desta vez, ficaram fora Murilo, Veiga e Rony. (Piquerez, contundido, ficará algum tempo fora.) Os outros estiveram domingo na decisão do Paulista contra o Água Santa.


         
     

A intensidade verde foi a habitual, na base do sufoco contra o rival. Mas não é que o Tombense atreveu-se a aproveitar um contragolpe e abriu o placar? E o fez com um bonito gol de Frizzo. Até se animou a tentar o segundo. Após o impacto, os palestrinos voltaram a mandar na partida e viraram com Gabriel Menino aos 37 (que pegou gosto em fazer gols bonitos) e Flaco Lopez aos 41 minutos. Entre um gol e outro o jogo ficou parado dois minutos, para o VAR analisar se houve falta no lance do empate. Achei jogada no mínimo duvidosa, na dividida de Vanderlan com Jaderson.

O Palmeiras não foi tão incisivo no segundo tempo, levou em fogo brando. Só que o pega esquentou no finalzinho. Gomez fez o terceiro, de pênalti, aos 43 minutos; Marcelinho diminuiu num golaço aos 46 e Navarro fez o quarto aos 53. Faltou o de Luis Guilherme…

A boa notícia foi o aproveitamento intenso de pratas da casa. O Palmeiras teve Endrick, Menino, Vanderlan, Jhon Jhon, Luís Guilherme, Giovanni, rapaziada feita em casa. Vários têm muito a evoluir. Assim como parece evoluir Flaco Lopez, com três gols na temporada. 

É chover no molhado (e caiu uma chuvinha no início da noite), mas não custa reforçar: o Palmeiras entra na Copa do Brasil como candidato. Se vai chegar é outro papo; no entanto, já disse “Presente!”. 

Gabriel Menino acostumou a fazer gol: deixou o dele na vitória por 4 a 2 sobre o Tombense.
Gabriel Menino acostumou a fazer gol: deixou o dele na vitória por 4 a 2 sobre o Tombense. Cesar Greco / Palmeiras

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Vítor Pereira foi fiasco com as digitais da diretoria do Flamengo

Antero Greco
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Vítor Pereira foi uma das maiores bobagens cometidas pelo Flamengo nos últimos anos. O fiasco ocorreu do princípio ao fim - da forma como se deu a contratação até a maneira como começou a ser cozinhado em fogo alto desde a derrota para o Palmeiras na disputa pela Supercopa do Brasil, na abertura da temporada. Três meses e meio jogados fora - e com as digitais da diretoria.

O fracasso da experiência com o terceiro “mister” português desde o meio de 2019 revela a falta de rumo que os cartolas rubro-negros apresentam nas suas escolhas. Desde a passagem brilhante - e curta - de Jorge Jesus não conseguem dar um rumo no futebol profissional. Parece que ficaram reféns do técnico que, dentre outras taças, ergueu a Libertadores na final contra o River Plate. 

Repare como a convicção balançou a cada frustração. Depois de Jesus, veio a besteira de trazer Domenèc Torrent, recomendado porque “foi auxiliar de Guardiola por muito tempo”. Nem esquentou banco e foi demitido. Na sequência, apelou-se para Rogério Ceni, que teve como principal feito o título de campeão brasileiro e aguentou o tranco só até julho de 2021. Veio Renato Gaúcho, derrubado após a perda para o Palmeiras da Libertadores daquele ano.

Vitor Pereira deixa o Flamengo muito em baixa e agora vai cantar em outra freguesia
Vitor Pereira deixa o Flamengo muito em baixa e agora vai cantar em outra freguesia Maga Jr/Agencia F8/Gazeta Press

As mancadas prosseguiram em 2022, com a aventura com Paulo Sousa. O português chegou já saindo. Em pouco tempo, desgastou-se com todo mundo e os resultados não apareceram. Dorival Júnior aceitou convite para ser bombeiro; apagou incêndios, foi campeão da Libertadores e da Copa do Brasil. Como prêmio ganhou pé no traseiro, depois de ser enrolado por vários dias. 

Pronto, veio o momento de Vítor Pereira. De saída do Corinthians, em fim de contrato, alegou doença grave na família (a sogra estaria muito mal) para não aceitar renovação. Saiu de férias e na sequência foi anunciado como o novo comandante rubro-negro. Nunca vi treinador levar carga negativa tão intensa para o novo trabalho. VP foi execrado por torcedores alvinegros, com a solidariedade de seguidores de inúmeros fãs de outras equipes. Até de flamenguistas.





Não só a maneira como se deu a mudança de VP, de São Paulo para o Rio, influenciou no desgaste antes mesmo da chegada. O trabalho não foi bom, não digo nem de resultados, que são óbvios. Na prática, não se viu um Flamengo melhor do que aquele que fechou 2022 em alta. Ao contrário, foi pior, confuso, perdido. Numa equipe competitiva, exigente, a mão do treinador tem de aparecer logo - e bem. 

Os erros foram gerais - direção, treinador e jogadores. Pois tem muito boleiro que, no momento, é sombra do que já mostrou no clube. É preciso uma chacoalhada da boa e, de uma vez por todas, clareza e firmeza na escolha do técnico. Jorge Jesus é o adorado de sempre; que se tente trazê-lo de volta, mas que os dirigentes não façam papel de tolos, pois desde 2020 várias vezes foram enrolados pelo português. Desta vez, ou vem sem ensebar ou siga sua vida em paz. 

E que Vítor Pereira também tome seu rumo. Por aqui acho difícil encontrar mercado. Se bem que… sempre tem clube que não aprende.


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CBF poderia ousar e dar uma chance para Diniz na seleção

Antero Greco
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Não considero estapafúrdia a ideia de Fernando Diniz na seleção brasileira. Escrevo isso sem constrangimento, e com o retrospecto de ter sido, por muito tempo, um crítico do trabalho dele. Eu o considerava supervalorizado, pelo fato de não ter conquistado títulos e por não dar continuidade a projetos que iniciava bem e eram interrompidos, várias vezes por ele mesmo. Portanto, não me incluam na lista de integrantes de fãs clubes de primeira hora do técnico do Fluminense

A objeção imediata que se faz é a pouca rodagem e o currículo com raras taças - a principal conquistada no domingo, o Estadual do Rio. De fato, Diniz (49 anos) não ostenta troféus como Carlo Ancelotti (63), o mais cotado para assumir o lugar de Tite. O “maestro” italiano tem larga rodagem e foi campeão em vários países. 

A “riqueza” de taças pode ser ponto importante a se levar em consideração na hora da escolha para cargo tão relevante. Não necessariamente o decisivo. A história do nosso futebol - ou do futebol mundial - está repleta de casos de sucesso e insucesso com treinadores novatos ou famosos. Para mim, contam talento e competências. Qualidades que Diniz demonstra possuir. 


         
     

Paulo Roberto Falcão e Dunga puxam a lista de jogadores de grande qualidade que, no entanto, não vingaram como “professores”. Falcão assumiu a seleção logo após o fiasco na Copa do Mundo de 90 e não resistiu à Copa América de 91. Dunga foi chamado duas vezes - numa delas chegou ao Mundial de 2010 -, sem experiência prévia. Nem posterior. Ambos deixaram aspectos positivos para seus sucessores. E só. O próprio Lazaroni foi uma invenção de Eurico Miranda, então diretor da CBF; teve brilhareco e, na sequência, tocou a carreira sem grande destaque. laudio Coutinho foi técnico no Mundial de 78 e qual lastro ele tinha? O de ter feito parte de Comissão Técnica em 1970. 

Mais exemplos? Carlos Alberto Parreira foi campeão do mundo, em 1994, sem ter significativa coleção de títulos, embora tivesse experiência como preparador físico. Em compensação, nomes respeitáveis como Luxemburgo, Tite e Telê assumiram o comando da “amarelinha” com grande expectativa e ficaram pouco tempo (Luxemburgo) ou disputaram duas Copas (Tite e Telê) para voltar de mãos vazias. Zagallo viveu, como Parreira e Felipão, duas situações extremas: um título e uma decepção. 

Tradicionais seleções da Europa tem como corriqueiro o hábito de apostar em treinadores sem fama - e, em muitos casos, se dão bem. De novo, volto ao que defendi no terceiro parágrafo: é preciso levar em consideração o potencial de um treinador. E Diniz promete ser um dos mais relevantes no futebol daqui. Ele coloca em prática conceitos que historicamente apreciamos, sobretudo toque de bola, agilidade, movimentação intensa dos jogadores, ousadia, jogo ofensivo. É pouco?

Diniz tem tudo para o mais relevante técnico da nova geração? Por que soa como estupidez imaginá-lo na seleção? Eu apostaria. 

O prestígio de Diniz sobe à medida que acumula experiência como técnico, agora também campeão
O prestígio de Diniz sobe à medida que acumula experiência como técnico, agora também campeão MAILSON SANTANA/FLUMINENSE FC

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O Flamengo virou fantasma de si mesmo. E a culpa vem de dentro

Antero Greco
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Há quem procure fatores externos para justificar a queda atual do Flamengo. De preferência, que a culpa recaia sobre a imprensa. Se for de outro Estado, então, encaixa como uma luva. Enfim, o velho argumento de que existem inimigos à espreita, prontos para esfregar as mãos ao menor sinal de fiasco. E os dos rubro-negros, em pouco mais de três meses em 2023, foram quatro (ou cinco, se incluída a primeira parte do Campeonato Carioca). 

A origem do problema, porém, é interna. A mesma cartolagem que teve tato para montar o time que, quatro anos atrás, jogou o fino da bola, agora é responsável pelo desmanche. Por uma sucessão de trapalhadas. Elas começaram quando Jorge Jesus abandonou o barco, em 2020, após meses de enrolação. Recorreu-se ao obscuro Domenec Torrent, que veio com o currículo de ter sido auxiliar de Guardiola. Mal esquentou banco e foi obrigado a pegar o boné.

A confusão não parou por aí. Veio Rogério Ceni, que conquistou algumas taças, sem convencer a cúpula do clube. Saiu para dar lugar a Renato Gaúcho, que se segurou até a final da CONMEBOL Libertadores de 2021. Foi a vez, então, de Paulo Sousa, outro que não agradou e foi despejado rapidinho. O rojão sobrou para Dorival Júnior, campeão da Libertadores e da Copa do Brasil. Foi o suficiente para perder o cargo.

A aposta mais recente recaiu sobre Vítor Pereira, o técnico que usou a saúde da sogra como um dos motivos para não continuar no Corinthians, ao término do contrato. O português foi atraído pela perspectiva de encher-se de taças em pouco tempo. Em vez disso, encheu a torcida com uma sequência de decepções. 

A mais recente veio na noite deste domingo (9), com a surra impiedosa tomada do Fluminense, na finalíssima do Estadual. A vantagem de 2 a 0 obtida uma semana atrás virou poeira antes do intervalo, porque o rival também fez 2 a 0 (Marcelo aos 27, Cano aos 31 minutos). A humilhação veio na segunda etapa, com outros dois gols (Canos aos 10, Aleksander aos 19). Ayrton Lucas fez aos 50. 

Há o mérito imenso do Fluminense de Fernando Diniz, com um futebol intenso e admirável. Os campeões jogaram o fino. Não se tira um pingo do mérito pela taça. Quem fizer isso será perverso, maldoso e parcial. O Flu merece considerações e posts à parte - e os receberá. Sua atuação afundou o Flamengo na crise.

Ou melhor, o Flamengo buscou esse momento absurdo, com as escolhas equivocadas e sem “timing” da diretoria. VP não deu liga nem sei se dará. (No momento em que escrevo, nem sei se foram abertos os vestiários.) Ele chegou com rejeição de parte da torcida - e até hoje não está transparente a relação com o elenco. Não afirmo que tenha boicote, porque seria leviano. Mas não se vê um grupo de jogadores descontraídos, soltos, sorridentes. 

O treinador mostrou intenção de mexer em alguns intocáveis e responsáveis por ocasiões de glória. Aos poucos faz as mudanças, sem que os resultados apareçam. Isso reforça a oposição contra ele e aumenta as dúvidas em torno de sua capacidade de manter o Flamengo em alto nível de competitividade.  

Concordo que tem gente famosa jogando muito abaixo do que já mostrou. Isso seria por incompetência na preparação? Porque há necessidade de mudanças no elenco? Tem gente que já passou do ponto? São muitas as interrogações. 

Não sei se VP terá tempo para dar a volta por cima. O que se vê, por ora, é um Flamengo fantasma de si mesmo.

Vitor Pereira até agora não deu liga no Flamengo. Será que terá tempo de dar a volta por cima?
Vitor Pereira até agora não deu liga no Flamengo. Será que terá tempo de dar a volta por cima? Maga Jr/Agencia F8/Gazeta Press
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O Flamengo virou fantasma de si mesmo. E a culpa vem de dentro

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Palmeiras conquista mais um título. E contando...

Antero Greco
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Nos últimos três anos, uma rotina para palmeirenses é a de levantar taças. Desde a conquista do Estadual de 2020 (sob comando de Vanderlei Luxemburgo) são nove títulos, num círculo virtuoso excepcional em mais de 100 anos de história. Depois daquela façanha ainda vieram duas CONMEBOL Libertadores (20 e 21), uma Copa do Brasil (21), um Brasileiro (22), uma Recopa Sul-Americana (22), uma Supercopa do Brasil (23), outros dois Paulistas (22 e 23), todos com Abel Ferreira. E a conta, pelo visto, tão já não deve parar por aí. 

A campanha no Paulistão vencido neste domingo de Páscoa (9) foi impecável, ou muito perto disso. O time só não tirou 10 com louvor por ter perdido a invencibilidade justamente na primeira parte da final, nos 2 a 1 para o Água Santa, na semana passada, na Arena Barueri. No conjunto, porém, houve mais 11 vitórias e 4 empates. Não dá para criticar a rapaziada de Abel, certo?

O susto de sete dias atrás, fora a escorregada na estreia na Libertadores, mexeu com o amor-próprio palestrino. A partir da assoprada inicial no apito de Raphael Klaus, não houve espaço para o Água Santa respirar. O Palmeiras foi um trator, com estratégia semelhante àquela do ano passado, contra o São Paulo, também na decisão. Havia perdido o jogo no Morumbi por 3 a 1, e fez quatro na volta. 

Dudu, Rony, Endrick & Cia. foram para cima, no claro desejo de definir a parada antes do intervalo. E conseguiram. Com pouco mais de meia hora, estava 3 a 0, gols de Gabriel Menino (15 e 26 minutos) e Endrick (34). O rival ficou nas cordas, desorientado, perplexo e conformado. 

Menino foi decisivo mais uma vez, como havia acontecido diante do Flamengo, na Supercopa. Dudu também deu show - e ficou no lucro, num lance de boxe, em que poderia ter recebido o vermelho, com Didi. O árbitro resolveu ficar no amarelo, e só para o palmeirense. Preferiu colocar panos quentes. 

No segundo tempo, o Palmeiras ficou de boa, de olho no relógio, e sem levar sustos do Água Santa. Teve espaço até para Abel colocar vários jovens, como Jhon Jhon, Fabinho, Garcia, além de Vanderlan, Endrick, Menino, pratas da casa e titulares. Tempo, ainda, para o quarto gol, de Flaco Lopez (aos 27 minutos).

O Palmeiras jogou como time grande que sabe de seu papel de protagonista. A taça, com desenho especial em homenagem ao eterno Rei Pelé, enriquece a coleção com méritos, e sinaliza que essa trupe ainda vai dar o que falar. Parabéns.

Abel Ferreira festeja título: cena corriqueira em mais de dois anos de Palmeiras
Abel Ferreira festeja título: cena corriqueira em mais de dois anos de Palmeiras GazetaPress
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Revanche com o Tigre era bobagem. Importante para o São Paulo foi vencer e reforçar esquema de jogo

Antero Greco
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Uma frase divertida que se usava em redações, muito tempo atrás, falava em: “Tudo combinado para dar renda”. Dessa maneira se definiam, por exemplo, aquelas encaradas que pugilistas dão na apresentação de lutas. Repare como isso acontece até hoje; parece que os sujeitos vão quebrar o pau ali mesmo, no palco e não no ringue, dias mais tarde. No entanto, não passa de marketing para aumentar o interesse em torno do espetáculo. 

Pois, para mim, toda a conversa de “revanche” de 2012 foi uma forma de criar expectativa para o jogo que o São Paulo fez com o Tigre, na noite desta quinta-feira (6), pela rodada inaugural da Copa Sul-Americana. Lembra do episódio? Os dois foram finalistas da edição de 11 anos atrás e o duelo de encerramento, no Morumbi, teve apenas um tempo: os argentinos abandonaram o campo, com placar desfavorável de 2 a 0, alegaram falta de segurança e não voltaram. O Tricolor ficou com o título. 

Os incidentes passados foram explorados à exaustão para engrandecer uma partida corriqueira, de início de competição, na qual a vitória era importante mas não decisiva. A turma do Tigre levou um pouco mais a sério essa lenga-lenga e até ensaiou apelar para a ignorância no primeiro tempo.

 A preocupação em intimidar os são-paulinos surtiu efeito limitado: os donos da casa dividiram mais forte, tiveram resposta em intensidade semelhante, e o clima esquentado tornou o jogo feio. Para não dizer que não houve nada aproveitável, vale citar a presença firme do goleiro Rafael.

O segundo tempo foi diferente, sobretudo por parte do São Paulo. Erros individuais foram corrigidos, o conjunto melhorou, as jogadas de ataque fluíram, os gols de Erison saíram e o placar no final apontou 2 a 0.

 Mais importante do que o resultado foi a possibilidade de Rogério Ceni ver na prática se os ensaios com esquema com três zagueiros funcionou. Ele gosta desse tipo de formação, e a conclusão é a de que Alan Franco, Arboleda e Beraldo se entenderam, assim como satisfez o vaivém de Nathan (com algumas derrapadas no primeiro tempo) e Michel Araújo, a novidade. Mendez e Nestor deram conta da marcação, o que permitiu liberdade aos três mais adiantados, Wellington Rato, David e Erison. 

Essa é a tendência para a temporada, com eventuais mudanças de nomes na formação titular, à medida que atletas importantes voltarem, depois de suspensões ou de recuperação física. Pode dar certo. Coloco na condicional porque faz tempo que se cria expectativa positiva e, no fim, o São Paulo decepciona. Torço para o roteiro se modifique em 2023. A conferir. 

Rogerio Ceni testou contra o Tigre esquema que pretende usar com frequência em 2023
Rogerio Ceni testou contra o Tigre esquema que pretende usar com frequência em 2023 Adriana Spaca/Getty Images
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Revanche com o Tigre era bobagem. Importante para o São Paulo foi vencer e reforçar esquema de jogo

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Preocupante: a equipe reserva do Palmeiras não segura a onda em grandes desafios

Antero Greco
Antero Greco

A derrota por 3 a 1 para o Bolívar, na noite desta quarta-feira (5), foi um dos piores resultados do Palmeiras nas últimas participações na CONMEBOL Libertadores. Mas, até aí passa, porque tem a história da estreia, da altitude, etc. e tal. Enfim, a ladainha de sempre, quando algum time brasileiro se dá mal em jogos em La Paz. Fora a possibilidade de recuperar-se nas cinco rodadas seguintes. 

O preocupante, porém, é a fragilidade da equipe reserva do campeão brasileiro. Há bons jogadores, vários com aproveitamento acima da média quando têm oportunidade na formação titular - Mayke, Lomba, por exemplo. O conjunto, no entanto, é fraco. Não dá liga, não tem pegada, não passa confiança. É imaturo. Junte-se a isso o fato de ser recheado de ex-juvenis, com potencial, mas ainda sem estofo, sem rodagem. 


         
     

Essa mescla, mais o empenho dos bolivianos, só poderia desembocar numa arrancada desastrosa na pretensão de brigar pelo tetra da América. Pra ser sucinto: o Palmeiras tomou sufoco praticamente do começo ao fim. Em grande parte do jogo, comportou-se como um time improvisado, que se segurou até onde pôde e que volta para casa com um resultado equivalente ao que deixou de mostrar em campo. 

O resumo do jogo pode limitar-se a dois parágrafos. O Bolívar largou a 100 por hora, tomou susto com o lindo gol de Flaco Lopez aos 13 minutos, mas foi para o intervalo já com vantagem de 2 a 1, nos gols de Hervia e Berajano. E com um a mais, após expulsão de Jailson. Entre a abertura do placar e a virada, o Palmeiras passou a impressão de que, apesar de tudo, arrancaria resultado favorável.

 No segundo, o Palmeiras tentou reagir; ficou na intenção, pois incomodou pouco o goleiro Lampe e ainda tomou o terceiro, com Uzeda, já no finzinho. José Sagredo levou vermelho aos 7 minutos. O Palmeiras só não levou mais gols, porque Lomba fez pelo menos três defesas difíceis. 

Abel Ferreira escalou Artur desde o início, e ele teve desempenho discreto. Na segunda fase, entrou também Richard Rios, que tentou algumas jogadas mais pensadas, sem grande consequência. Os jovens pratas da casa Naves, Fabinho, Garcia, Vanderlan, Pedro Lima, Ian tiveram oportunidade, sem que nenhum se destacasse. Como a fase não anda boa, Vanderlan saiu de campo machucado e é interrogação para pegar o Água Santa. Mayke também se contundiu, por entrada dura que sofreu.

Ao torcedor cabe esperar que a maré volte a ser favorável a partir do fim de semana. A Páscoa pode trazer ovinhos de chocolate para Abel e sua tropa. Ou cornetadas daquelas…

Abel Ferreira durante jogo do Palmeiras na Libertadores
Abel Ferreira durante jogo do Palmeiras na Libertadores Cesar Greco / Palmeiras

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O Flamengo revive velha lição: a Libertadores cobra caro cada vacilo

Antero Greco
Antero Greco


Parece um tremendo lugar-comum, mas não é: a CONMEBOL Libertadores costuma cobrar com crueldade qualquer vacilo. Principalmente cometido por gigantes. O Flamengo conhece essa máxima da competição continental, porém voltou a derrapar, como aconteceu em outras ocasiões. Desta vez, diante do estreante Aucas, que o bateu por 2 a 1, em Quito, nesta quarta-feira, na abertura do Grupo A.

Vitor Pereira optou por time misto, quase reserva, na caminhada pelo tetra sul-americano. Escolha compreensível, pois no domingo tem final do Estadual com o Fluminense. É possível alegar que o tira-teima doméstico não tem tanta importância; no entanto, trata-se de engano. A taça passou a valer muito, depois de início de temporada com algumas decepções. Gritar “É campeão!” tornou-se necessário para a autoestima do elenco e do treinador. 

O português também preferiu jogar com linha de três zagueiros, como tem feito em várias ocasiões. Pablo, Rodrigo Caio e Filipe Luís até deram conta do recado no primeiro tempo, quando o Flamengo esteve ajustado e não permitiu tanta pressão da equipe equatoriana. Mesmo assim, o ataque do Aucas chegou algumas vezes com perigo perto do gol de Santos (fez uma boa defesa em cobrança de falta). 

O campeão da América cadenciou o ritmo, poupou fôlego e, a rigor, na melhor oportunidade (e não foram muitas) criada ficou em vantagem, num lindo gol de Matheus França. Foi para o intervalo com a sensação de dever cumprido. 

O segundo tempo foi um desastre. O Aucas largou a timidez de lado, apertou na marcação e forçou na frente. As chances surgiram, assim como os gols. Castillo fez aos 13 e dobrou alguns minutos mais tarde. Mas o gol foi anulado por falta na origem do lance. A fragilidade do sistema defensivo rubro-negro ficou escancarada, a linha de três zagueiros ruiu, Vitor Pereira não mudou a estratégia e a turma casa virou aos 40 minutos, com Ordoñez ao tocar por cima de Santos. A ocasião para empatar veio numa cabeça de Gabigol que Galindez defendeu. 

A derrota não é um desastre irrecuperável, nem motivo para pânico, pois haverá ainda outros cinco jogos. Ok, e também se dá um desconto pela altitude. Mas a derrapada vale como lição, a principal e que também soa como conversa fiada e não é: não dá para cochilar nem diante de um adversário com zero tradição na Libertadores, porque vem a cobrança.

Também fica uma questão para Vitor Pereira: por que não mudar de tática, se ela deixa de funcionar, como se viu em Quito? Nem a entrada de vários titulares, como Pedro, Ayrton Lucas, Gerson (além de Varela e Cebolinha, que têm entrado com regularidade), serviu para alterar o quadro negativo. 

Roberto Ordóñez comemora gol do Aucas contra o Flamengo
Roberto Ordóñez comemora gol do Aucas contra o Flamengo Franklin Jacome/Getty Images

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O Flamengo revive velha lição: a Libertadores cobra caro cada vacilo

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Derrota para o Água Santa cria dilema no Palmeiras para o jogo de estreia na Libertadores

Antero Greco
Antero Greco


A derrota por 2 a 1 para o Água Santa aumenta a pressão sobre o Palmeiras, na decisão do Paulistão, e ainda provoca um dilema na CONMEBOL Libertadores. O jogo de estreia está marcado para quarta-feira, contra o Bolivar, na altitude de La Paz, e Abel Ferreira terá de avaliar qual a melhor opção para escalar o time. 

Se tivesse empatado ou se saísse com vitória, no duelo da tarde deste domingo (2), seria mais fácil ir com força total na primeira rodada da competição internacional. Poderia, por extensão, dar descanso para parte dos titulares ao receber o Água Santa, na Páscoa, no Allianz Parte. Pelo menos no início. Talvez agora deva inverter.

Fosse o treinador palestrino, escolheria deixar nomes importantes em São Paulo. Piquerez abriria a lista, obviamente, porque se contundiu. Faria com que Raphael Veiga, Roni, Dudu, Zé Rafael, Marcos Rocha também descansassem. Eles são fundamentais para a busca da virada e a conquista do título estadual. Se quisesse, Abel poderia até abrir mão de Weverton e Gomez. 

Epa, que Palmeiras iria topar com o Bolivar? Mandaria a campo, dentre outros, Lomba, Myke, Luan, Jailson, Fabinho, Menino, Endrick, Giovanni. Alguns para serem testados num torneio de fôlego e outros para orientarem a tropa com sua experiência. Em fase com seis jogos, é possível recuperar eventual tropeço. A parada com o Água Santa é final e não tem volta. 

Porque, cá entre nós, o Palmeiras pisou na bola na Arena Barueri. Nem tanto no primeiro tempo, em que criou oportunidades, mas parou em boas defesas de Ygor Vinhas. O goleiro evitou ao menos três gols. Em compensação, cochilo geral, que começou com tentativa de Zé Rafael fazer jogada de efeito no ataque, tomou gol de Bruno Mezenga, em escanteio momentos antes do intervalo.

Abel voltou com o time mudado, ao escolher Endrick e Vanderlan para os lugares de Breno Lopes e Piquerez. Os palmeirenses forçaram o ritmo, empataram com Endrick nos primeiros minutos e deram sinais de que virariam. Aos poucos, o Água Santa recuperou-se do susto, esteve perto do segundo gol, ao obrigar Weverton a defesa difícil e ao mandar bola na trave. 

O Palmeiras sentiu o baque e no fim permitiu o segundo gol, também com bobeira em reposição de jogo: Bruno Mezenga se encarregou de exercer a função de carrasco. Vitória de um time que soube executar à perfeição o objetivo de segurar um rival tecnicamente melhor. Resultado merecido.  

Jogadores decisivos como Veiga, Dudu, Menino, Rony, Zé Rafael estiveram aquém do habitual, o que explica em parte o futebol inconstante da trupe verde. Para mim, isso reforça a necessidade de que fiquem em casa durante a semana a turma que. E para evitar uma “parmerada”. 

E que fique a lição: essa coisa de apontar uma decisão como favas contadas é das maiores pegadinhas que há no futebol. Um desrespeito a um dos times. O Água Santa jogou para escanteio essa máxima presunçosa. Pelo menos no primeiro jogo.

Abel precisa manter cabeça fria e coração quente da tropa do Palmeiras para final do Estadual
Abel precisa manter cabeça fria e coração quente da tropa do Palmeiras para final do Estadual Cesar Greco / Palmeiras
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Derrota para o Água Santa cria dilema no Palmeiras para o jogo de estreia na Libertadores

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