Vinicius Jr. vira pedra no mocassim de Tite na seleção brasileira

Antero Greco
Antero Greco

Pessoal, perdi a conta das vezes em que vi convocações da seleção brasileira. Da mesma forma, já nem sei mais em quantas ocasiões testemunhei idiossincrasias de treinadores com relação a alguns jogadores. Idiossincrasia, em Português simples, pode ser tomada como “cisma”, para o bem ou para o mal. Para trocar mais em miúdos: o “professor” pega birra com um atleta; daí, ou o chama sempre, mesmo em má fase, ou o despreza, mesmo que entre na lista para compor o grupo. 

Para citar de cabeça, lembro de Zagallo, que desprezou Ademir da Guia em 74 e só o colocou em campo meio-tempo, na disputa do terceiro lugar; de Cláudio Coutinho, com a insistência de ter Edinho como lateral em 1978; de Telê, que ignorou a fase de Leão e não o levou para o Mundial de 82; de Parreira, que só chamou Romário na última partida eliminatória para a Copa de 94; de Dunga, que não quis saber do jovem Neymar para a aventura na África do Sul em 2010. Tem um monte de casos.

Para Tite, Vini Jr. tem condições de atingir o nível do Real Madrid na seleção brasileira

         
     

É o que acontece agora com Vinicius Jr em relação a Tite. O rapaz está comendo a bola no Real Madrid, é o destaque, com dribles, assistências e gols, muitos gols. Com 21 anos (22 em 12 de julho) é mais maduro, mais robusto, além de técnica e taticamente mais evoluído do que na época em que apareceu no Flamengo. Olha que, então, ele já era muito bom. Agora confirma as expectativas que se criou em torno dele e justifica os milhões de euros que os espanhóis despejaram para levá-lo. 

Sem exagero, e já correndo o risco de exagerar, dá para dizer que é um dos melhores, senão o melhor brasileiro em atividade, aqui ou no Exterior. Supera seus companheiros de clube, Casemiro e Rodrygo (também chamados hoje), brilha mais do que Gabigol, Raphinha, Gabriel Jesus, Antony e até Neymar, que dispensa apresentações, porém atravessa etapa delicada, com contusão. 

Mesmo assim, Tite não derrama elogios para Vini Jr. Ao contrário, recorre a discurso conservador e cauteloso para tecer considerações e justificar por que não o enxerga como titular da seleção. Nesta quinta-feira, voltou a dizer que não se deve esperar demais de atletas nesse estágio, pois a oscilação aparece com frequência; lembrou que o moço demorou para firmar-se no Real; alegou que lhe tem oferecido oportunidades e advertiu para o risco de excesso de expectativa. Pediu calma. 

Em resumo: dá a impressão de que ainda não bota fé em Vini Jr. 

Tite não é paraquedista na profissão, tampouco aventureiro que apareceu do nada. Por isso, ao ficar cheio de dedos com o atacante sensação do momento deixa transparecer essa incerteza. Nem vale muito o argumento da idade. Antony também tem 21 anos (faz 22 em fevereiro), Rodrygo é de 2001, enquanto Emerson Royal e Matheus Cunha são um pouco mais velhos (ambos de 1999).

Claro que há muita estrada para essa rapaziada percorrer, e que seja repleta de sucessos. Mas, com 21, quase 22 anos, quem é bom já rouba a cena. E é o que vem acontecendo com Vini Jr. Fosse o Tite parava de onda, enchia o jovem de coragem e brios, ao dizer que quer vê-lo como titular. Sem essa tantos mas, porém, contudo, todavia, entretanto. Aposta no taco e vê o que acontece. Se não der certo, faça marcha a ré, deixe-o como opção no banco e parta para outra solução. 

O entrave está no fato de Tite ter um bloco de jogadores com os quais trabalha há seis anos e nos quais confia, mesmo em fase instável. Pode dar certo, mas é raro. O Brasil se deu bem com a geração 58/62, mas quebrou a cara com a base mantida para 66. Telê confiou demais na turma de 82 e teve decepções com ela em 86. 

Fico na torcida para que Tite esteja certo nas escolhas e seja coerente. Mas fico mais ainda na torcida para que Vini Jr., Antony, Matheus Cunha e outros consigam dar um nó na cabeça do professor e provem por A mais B mais C que vão surpreender e arrebentar no Catar. Quero o Brasil mais ousado e menos “ponderado”. 

Vinicius Jr está pedindo espaço na preferência de Tite, que mantém expectativa moderada
Vinicius Jr está pedindo espaço na preferência de Tite, que mantém expectativa moderada Lucas Figueiredo/CBF
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O Remo vence bem e coloca pressão no Corinthians para o jogo de volta na Copa do Brasil

Antero Greco
Antero Greco
Giuliano lamenta chance perdida do Corinthians contra o Remo na Copa do Brasil
Giuliano lamenta chance perdida do Corinthians contra o Remo na Copa do Brasil Fernando Torres/AGIF/Gazeta Press

Fiel torcedor, se fosse você colocava as mãos para o céu e agradeceria a São Jorge pelo fato de o Corinthians ter perdido só por 2 a 0 para o Remo, nesta quarta-feira (12), em Belém. A estreia na Copa do Brasil poderia ter sido um desastre maior, por aquilo que o time paraense apresentou e por aquilo que o alvinegro deixou de jogar. 

O resultado ficou barato para Fernando Lázaro e seus rapazes. O Remo mandou praticamente do começo ao fim. Bom, para não parecer má vontade, reconheço que os corintianos pressionaram no início - e só. Mesmo que nos últimos minutos ainda forçaram o ritmo, ao menos para diminuir a diferença, ainda assim não incomodaram o goleiro Vinicius. Em resumo: o Timão foi presa fácil. 

Lázaro optou por começar sem vários titulares, os principais deles Fagner, Roger Guedes e acrescentaria Vera e Rony nessa lista. Claro, sem contar o contundido Renato Augusto. Fez as mudanças para não desgastar o grupo. Não deu certo e o Remo ficou em vantagem no primeiro tempo, com Richard Franco aos 12 minutos. Muriqui fechou a conta aos 15 do segundo. Fora as chances que teve ao longo do jogo.

O treinador corintiano apelou para Fagner, Vera e Roger Guedes na segunda parte, quando o time esboçou reação. Ficou na fumaça. Pior: ao se abrir, permitiu ao Remo diversas brechas para contragolpes. Se tivesse tomado o terceiro não seria fora de propósito. Foi uma bagunça só, diante de um rival seguro e atrevido.

Termino com o óbvio: já tem pressão para o jogo da volta, em Itaquera. O torcedor torceu o nariz com a eliminação em casa, no Paulistão, e fica com a pulga atrás da orelha para o que pode acontecer no duelo com o Leão Azul. Com razão. 

(Texto corrigido, por erro nos tempos dos gols.)

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Palmeiras larga na Copa do Brasil com o pé esquerdo e mostra que brigará por mais um título

Antero Greco
Antero Greco

Amigo palestrino, ou torcedor de outro time que me concede a honra de ler o que escrevo, pergunto-lhe: estranhou o título da crônica? Achou esquisito aparecer pé esquerdo em vez de pé direito, como manda o ditado popular? Pois esclareço que não me atrapalhei nem cochilei. Apenas adaptei o provérbio a uma crença pessoal. Sou canhoto, e como tal sinto discriminação comigo e com meus semelhantes no uso do “lado errado”. Isto posto, esclareço que foi elogio ao campeão paulista. 

Quer dizer, o Palmeiras poderia ter saído de campo, no Allianz, com uma vantagem até maior do que os 4 a 2 finais diante do Tombense. Ao longo do jogo, criou chances para ampliar. Mas sobretudo no último lance, aquele que antecedeu o apito do árbitro, o jovem Luis Guilherme, estreante na tropa de Abel Ferreira, perdeu uma daqueles oportunidades que, bem velhinho, ele vai lembrar como uma das maiores gafes da carreira. Porém, é meninote, 17 anos, com muita estrada pela frente. Certamente, acertará demais. 

Abel não quis saber de dar folga geral, não veio com a conversa de time misto. Enfim, achou prudente não dar brecha para o azar e ser surpreendido, como ocorreu na semana passada, na derrota na estreia na CONMEBOL Libertadores, com a derrota para o Bolívar. Desta vez, ficaram fora Murilo, Veiga e Rony. (Piquerez, contundido, ficará algum tempo fora.) Os outros estiveram domingo na decisão do Paulista contra o Água Santa.


         
     

A intensidade verde foi a habitual, na base do sufoco contra o rival. Mas não é que o Tombense atreveu-se a aproveitar um contragolpe e abriu o placar? E o fez com um bonito gol de Frizzo. Até se animou a tentar o segundo. Após o impacto, os palestrinos voltaram a mandar na partida e viraram com Gabriel Menino aos 37 (que pegou gosto em fazer gols bonitos) e Flaco Lopez aos 41 minutos. Entre um gol e outro o jogo ficou parado dois minutos, para o VAR analisar se houve falta no lance do empate. Achei jogada no mínimo duvidosa, na dividida de Vanderlan com Jaderson.

O Palmeiras não foi tão incisivo no segundo tempo, levou em fogo brando. Só que o pega esquentou no finalzinho. Gomez fez o terceiro, de pênalti, aos 43 minutos; Marcelinho diminuiu num golaço aos 46 e Navarro fez o quarto aos 53. Faltou o de Luis Guilherme…

A boa notícia foi o aproveitamento intenso de pratas da casa. O Palmeiras teve Endrick, Menino, Vanderlan, Jhon Jhon, Luís Guilherme, Giovanni, rapaziada feita em casa. Vários têm muito a evoluir. Assim como parece evoluir Flaco Lopez, com três gols na temporada. 

É chover no molhado (e caiu uma chuvinha no início da noite), mas não custa reforçar: o Palmeiras entra na Copa do Brasil como candidato. Se vai chegar é outro papo; no entanto, já disse “Presente!”. 

Gabriel Menino acostumou a fazer gol: deixou o dele na vitória por 4 a 2 sobre o Tombense.
Gabriel Menino acostumou a fazer gol: deixou o dele na vitória por 4 a 2 sobre o Tombense. Cesar Greco / Palmeiras

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Vítor Pereira foi fiasco com as digitais da diretoria do Flamengo

Antero Greco
Antero Greco

Vítor Pereira foi uma das maiores bobagens cometidas pelo Flamengo nos últimos anos. O fiasco ocorreu do princípio ao fim - da forma como se deu a contratação até a maneira como começou a ser cozinhado em fogo alto desde a derrota para o Palmeiras na disputa pela Supercopa do Brasil, na abertura da temporada. Três meses e meio jogados fora - e com as digitais da diretoria.

O fracasso da experiência com o terceiro “mister” português desde o meio de 2019 revela a falta de rumo que os cartolas rubro-negros apresentam nas suas escolhas. Desde a passagem brilhante - e curta - de Jorge Jesus não conseguem dar um rumo no futebol profissional. Parece que ficaram reféns do técnico que, dentre outras taças, ergueu a Libertadores na final contra o River Plate. 

Repare como a convicção balançou a cada frustração. Depois de Jesus, veio a besteira de trazer Domenèc Torrent, recomendado porque “foi auxiliar de Guardiola por muito tempo”. Nem esquentou banco e foi demitido. Na sequência, apelou-se para Rogério Ceni, que teve como principal feito o título de campeão brasileiro e aguentou o tranco só até julho de 2021. Veio Renato Gaúcho, derrubado após a perda para o Palmeiras da Libertadores daquele ano.

Vitor Pereira deixa o Flamengo muito em baixa e agora vai cantar em outra freguesia
Vitor Pereira deixa o Flamengo muito em baixa e agora vai cantar em outra freguesia Maga Jr/Agencia F8/Gazeta Press

As mancadas prosseguiram em 2022, com a aventura com Paulo Sousa. O português chegou já saindo. Em pouco tempo, desgastou-se com todo mundo e os resultados não apareceram. Dorival Júnior aceitou convite para ser bombeiro; apagou incêndios, foi campeão da Libertadores e da Copa do Brasil. Como prêmio ganhou pé no traseiro, depois de ser enrolado por vários dias. 

Pronto, veio o momento de Vítor Pereira. De saída do Corinthians, em fim de contrato, alegou doença grave na família (a sogra estaria muito mal) para não aceitar renovação. Saiu de férias e na sequência foi anunciado como o novo comandante rubro-negro. Nunca vi treinador levar carga negativa tão intensa para o novo trabalho. VP foi execrado por torcedores alvinegros, com a solidariedade de seguidores de inúmeros fãs de outras equipes. Até de flamenguistas.





Não só a maneira como se deu a mudança de VP, de São Paulo para o Rio, influenciou no desgaste antes mesmo da chegada. O trabalho não foi bom, não digo nem de resultados, que são óbvios. Na prática, não se viu um Flamengo melhor do que aquele que fechou 2022 em alta. Ao contrário, foi pior, confuso, perdido. Numa equipe competitiva, exigente, a mão do treinador tem de aparecer logo - e bem. 

Os erros foram gerais - direção, treinador e jogadores. Pois tem muito boleiro que, no momento, é sombra do que já mostrou no clube. É preciso uma chacoalhada da boa e, de uma vez por todas, clareza e firmeza na escolha do técnico. Jorge Jesus é o adorado de sempre; que se tente trazê-lo de volta, mas que os dirigentes não façam papel de tolos, pois desde 2020 várias vezes foram enrolados pelo português. Desta vez, ou vem sem ensebar ou siga sua vida em paz. 

E que Vítor Pereira também tome seu rumo. Por aqui acho difícil encontrar mercado. Se bem que… sempre tem clube que não aprende.


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CBF poderia ousar e dar uma chance para Diniz na seleção

Antero Greco
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Não considero estapafúrdia a ideia de Fernando Diniz na seleção brasileira. Escrevo isso sem constrangimento, e com o retrospecto de ter sido, por muito tempo, um crítico do trabalho dele. Eu o considerava supervalorizado, pelo fato de não ter conquistado títulos e por não dar continuidade a projetos que iniciava bem e eram interrompidos, várias vezes por ele mesmo. Portanto, não me incluam na lista de integrantes de fãs clubes de primeira hora do técnico do Fluminense

A objeção imediata que se faz é a pouca rodagem e o currículo com raras taças - a principal conquistada no domingo, o Estadual do Rio. De fato, Diniz (49 anos) não ostenta troféus como Carlo Ancelotti (63), o mais cotado para assumir o lugar de Tite. O “maestro” italiano tem larga rodagem e foi campeão em vários países. 

A “riqueza” de taças pode ser ponto importante a se levar em consideração na hora da escolha para cargo tão relevante. Não necessariamente o decisivo. A história do nosso futebol - ou do futebol mundial - está repleta de casos de sucesso e insucesso com treinadores novatos ou famosos. Para mim, contam talento e competências. Qualidades que Diniz demonstra possuir. 


         
     

Paulo Roberto Falcão e Dunga puxam a lista de jogadores de grande qualidade que, no entanto, não vingaram como “professores”. Falcão assumiu a seleção logo após o fiasco na Copa do Mundo de 90 e não resistiu à Copa América de 91. Dunga foi chamado duas vezes - numa delas chegou ao Mundial de 2010 -, sem experiência prévia. Nem posterior. Ambos deixaram aspectos positivos para seus sucessores. E só. O próprio Lazaroni foi uma invenção de Eurico Miranda, então diretor da CBF; teve brilhareco e, na sequência, tocou a carreira sem grande destaque. laudio Coutinho foi técnico no Mundial de 78 e qual lastro ele tinha? O de ter feito parte de Comissão Técnica em 1970. 

Mais exemplos? Carlos Alberto Parreira foi campeão do mundo, em 1994, sem ter significativa coleção de títulos, embora tivesse experiência como preparador físico. Em compensação, nomes respeitáveis como Luxemburgo, Tite e Telê assumiram o comando da “amarelinha” com grande expectativa e ficaram pouco tempo (Luxemburgo) ou disputaram duas Copas (Tite e Telê) para voltar de mãos vazias. Zagallo viveu, como Parreira e Felipão, duas situações extremas: um título e uma decepção. 

Tradicionais seleções da Europa tem como corriqueiro o hábito de apostar em treinadores sem fama - e, em muitos casos, se dão bem. De novo, volto ao que defendi no terceiro parágrafo: é preciso levar em consideração o potencial de um treinador. E Diniz promete ser um dos mais relevantes no futebol daqui. Ele coloca em prática conceitos que historicamente apreciamos, sobretudo toque de bola, agilidade, movimentação intensa dos jogadores, ousadia, jogo ofensivo. É pouco?

Diniz tem tudo para o mais relevante técnico da nova geração? Por que soa como estupidez imaginá-lo na seleção? Eu apostaria. 

O prestígio de Diniz sobe à medida que acumula experiência como técnico, agora também campeão
O prestígio de Diniz sobe à medida que acumula experiência como técnico, agora também campeão MAILSON SANTANA/FLUMINENSE FC

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O Flamengo virou fantasma de si mesmo. E a culpa vem de dentro

Antero Greco
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Há quem procure fatores externos para justificar a queda atual do Flamengo. De preferência, que a culpa recaia sobre a imprensa. Se for de outro Estado, então, encaixa como uma luva. Enfim, o velho argumento de que existem inimigos à espreita, prontos para esfregar as mãos ao menor sinal de fiasco. E os dos rubro-negros, em pouco mais de três meses em 2023, foram quatro (ou cinco, se incluída a primeira parte do Campeonato Carioca). 

A origem do problema, porém, é interna. A mesma cartolagem que teve tato para montar o time que, quatro anos atrás, jogou o fino da bola, agora é responsável pelo desmanche. Por uma sucessão de trapalhadas. Elas começaram quando Jorge Jesus abandonou o barco, em 2020, após meses de enrolação. Recorreu-se ao obscuro Domenec Torrent, que veio com o currículo de ter sido auxiliar de Guardiola. Mal esquentou banco e foi obrigado a pegar o boné.

A confusão não parou por aí. Veio Rogério Ceni, que conquistou algumas taças, sem convencer a cúpula do clube. Saiu para dar lugar a Renato Gaúcho, que se segurou até a final da CONMEBOL Libertadores de 2021. Foi a vez, então, de Paulo Sousa, outro que não agradou e foi despejado rapidinho. O rojão sobrou para Dorival Júnior, campeão da Libertadores e da Copa do Brasil. Foi o suficiente para perder o cargo.

A aposta mais recente recaiu sobre Vítor Pereira, o técnico que usou a saúde da sogra como um dos motivos para não continuar no Corinthians, ao término do contrato. O português foi atraído pela perspectiva de encher-se de taças em pouco tempo. Em vez disso, encheu a torcida com uma sequência de decepções. 

A mais recente veio na noite deste domingo (9), com a surra impiedosa tomada do Fluminense, na finalíssima do Estadual. A vantagem de 2 a 0 obtida uma semana atrás virou poeira antes do intervalo, porque o rival também fez 2 a 0 (Marcelo aos 27, Cano aos 31 minutos). A humilhação veio na segunda etapa, com outros dois gols (Canos aos 10, Aleksander aos 19). Ayrton Lucas fez aos 50. 

Há o mérito imenso do Fluminense de Fernando Diniz, com um futebol intenso e admirável. Os campeões jogaram o fino. Não se tira um pingo do mérito pela taça. Quem fizer isso será perverso, maldoso e parcial. O Flu merece considerações e posts à parte - e os receberá. Sua atuação afundou o Flamengo na crise.

Ou melhor, o Flamengo buscou esse momento absurdo, com as escolhas equivocadas e sem “timing” da diretoria. VP não deu liga nem sei se dará. (No momento em que escrevo, nem sei se foram abertos os vestiários.) Ele chegou com rejeição de parte da torcida - e até hoje não está transparente a relação com o elenco. Não afirmo que tenha boicote, porque seria leviano. Mas não se vê um grupo de jogadores descontraídos, soltos, sorridentes. 

O treinador mostrou intenção de mexer em alguns intocáveis e responsáveis por ocasiões de glória. Aos poucos faz as mudanças, sem que os resultados apareçam. Isso reforça a oposição contra ele e aumenta as dúvidas em torno de sua capacidade de manter o Flamengo em alto nível de competitividade.  

Concordo que tem gente famosa jogando muito abaixo do que já mostrou. Isso seria por incompetência na preparação? Porque há necessidade de mudanças no elenco? Tem gente que já passou do ponto? São muitas as interrogações. 

Não sei se VP terá tempo para dar a volta por cima. O que se vê, por ora, é um Flamengo fantasma de si mesmo.

Vitor Pereira até agora não deu liga no Flamengo. Será que terá tempo de dar a volta por cima?
Vitor Pereira até agora não deu liga no Flamengo. Será que terá tempo de dar a volta por cima? Maga Jr/Agencia F8/Gazeta Press
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Palmeiras conquista mais um título. E contando...

Antero Greco
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Nos últimos três anos, uma rotina para palmeirenses é a de levantar taças. Desde a conquista do Estadual de 2020 (sob comando de Vanderlei Luxemburgo) são nove títulos, num círculo virtuoso excepcional em mais de 100 anos de história. Depois daquela façanha ainda vieram duas CONMEBOL Libertadores (20 e 21), uma Copa do Brasil (21), um Brasileiro (22), uma Recopa Sul-Americana (22), uma Supercopa do Brasil (23), outros dois Paulistas (22 e 23), todos com Abel Ferreira. E a conta, pelo visto, tão já não deve parar por aí. 

A campanha no Paulistão vencido neste domingo de Páscoa (9) foi impecável, ou muito perto disso. O time só não tirou 10 com louvor por ter perdido a invencibilidade justamente na primeira parte da final, nos 2 a 1 para o Água Santa, na semana passada, na Arena Barueri. No conjunto, porém, houve mais 11 vitórias e 4 empates. Não dá para criticar a rapaziada de Abel, certo?

O susto de sete dias atrás, fora a escorregada na estreia na Libertadores, mexeu com o amor-próprio palestrino. A partir da assoprada inicial no apito de Raphael Klaus, não houve espaço para o Água Santa respirar. O Palmeiras foi um trator, com estratégia semelhante àquela do ano passado, contra o São Paulo, também na decisão. Havia perdido o jogo no Morumbi por 3 a 1, e fez quatro na volta. 

Dudu, Rony, Endrick & Cia. foram para cima, no claro desejo de definir a parada antes do intervalo. E conseguiram. Com pouco mais de meia hora, estava 3 a 0, gols de Gabriel Menino (15 e 26 minutos) e Endrick (34). O rival ficou nas cordas, desorientado, perplexo e conformado. 

Menino foi decisivo mais uma vez, como havia acontecido diante do Flamengo, na Supercopa. Dudu também deu show - e ficou no lucro, num lance de boxe, em que poderia ter recebido o vermelho, com Didi. O árbitro resolveu ficar no amarelo, e só para o palmeirense. Preferiu colocar panos quentes. 

No segundo tempo, o Palmeiras ficou de boa, de olho no relógio, e sem levar sustos do Água Santa. Teve espaço até para Abel colocar vários jovens, como Jhon Jhon, Fabinho, Garcia, além de Vanderlan, Endrick, Menino, pratas da casa e titulares. Tempo, ainda, para o quarto gol, de Flaco Lopez (aos 27 minutos).

O Palmeiras jogou como time grande que sabe de seu papel de protagonista. A taça, com desenho especial em homenagem ao eterno Rei Pelé, enriquece a coleção com méritos, e sinaliza que essa trupe ainda vai dar o que falar. Parabéns.

Abel Ferreira festeja título: cena corriqueira em mais de dois anos de Palmeiras
Abel Ferreira festeja título: cena corriqueira em mais de dois anos de Palmeiras GazetaPress
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Revanche com o Tigre era bobagem. Importante para o São Paulo foi vencer e reforçar esquema de jogo

Antero Greco
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Uma frase divertida que se usava em redações, muito tempo atrás, falava em: “Tudo combinado para dar renda”. Dessa maneira se definiam, por exemplo, aquelas encaradas que pugilistas dão na apresentação de lutas. Repare como isso acontece até hoje; parece que os sujeitos vão quebrar o pau ali mesmo, no palco e não no ringue, dias mais tarde. No entanto, não passa de marketing para aumentar o interesse em torno do espetáculo. 

Pois, para mim, toda a conversa de “revanche” de 2012 foi uma forma de criar expectativa para o jogo que o São Paulo fez com o Tigre, na noite desta quinta-feira (6), pela rodada inaugural da Copa Sul-Americana. Lembra do episódio? Os dois foram finalistas da edição de 11 anos atrás e o duelo de encerramento, no Morumbi, teve apenas um tempo: os argentinos abandonaram o campo, com placar desfavorável de 2 a 0, alegaram falta de segurança e não voltaram. O Tricolor ficou com o título. 

Os incidentes passados foram explorados à exaustão para engrandecer uma partida corriqueira, de início de competição, na qual a vitória era importante mas não decisiva. A turma do Tigre levou um pouco mais a sério essa lenga-lenga e até ensaiou apelar para a ignorância no primeiro tempo.

 A preocupação em intimidar os são-paulinos surtiu efeito limitado: os donos da casa dividiram mais forte, tiveram resposta em intensidade semelhante, e o clima esquentado tornou o jogo feio. Para não dizer que não houve nada aproveitável, vale citar a presença firme do goleiro Rafael.

O segundo tempo foi diferente, sobretudo por parte do São Paulo. Erros individuais foram corrigidos, o conjunto melhorou, as jogadas de ataque fluíram, os gols de Erison saíram e o placar no final apontou 2 a 0.

 Mais importante do que o resultado foi a possibilidade de Rogério Ceni ver na prática se os ensaios com esquema com três zagueiros funcionou. Ele gosta desse tipo de formação, e a conclusão é a de que Alan Franco, Arboleda e Beraldo se entenderam, assim como satisfez o vaivém de Nathan (com algumas derrapadas no primeiro tempo) e Michel Araújo, a novidade. Mendez e Nestor deram conta da marcação, o que permitiu liberdade aos três mais adiantados, Wellington Rato, David e Erison. 

Essa é a tendência para a temporada, com eventuais mudanças de nomes na formação titular, à medida que atletas importantes voltarem, depois de suspensões ou de recuperação física. Pode dar certo. Coloco na condicional porque faz tempo que se cria expectativa positiva e, no fim, o São Paulo decepciona. Torço para o roteiro se modifique em 2023. A conferir. 

Rogerio Ceni testou contra o Tigre esquema que pretende usar com frequência em 2023
Rogerio Ceni testou contra o Tigre esquema que pretende usar com frequência em 2023 Adriana Spaca/Getty Images
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Preocupante: a equipe reserva do Palmeiras não segura a onda em grandes desafios

Antero Greco
Antero Greco

A derrota por 3 a 1 para o Bolívar, na noite desta quarta-feira (5), foi um dos piores resultados do Palmeiras nas últimas participações na CONMEBOL Libertadores. Mas, até aí passa, porque tem a história da estreia, da altitude, etc. e tal. Enfim, a ladainha de sempre, quando algum time brasileiro se dá mal em jogos em La Paz. Fora a possibilidade de recuperar-se nas cinco rodadas seguintes. 

O preocupante, porém, é a fragilidade da equipe reserva do campeão brasileiro. Há bons jogadores, vários com aproveitamento acima da média quando têm oportunidade na formação titular - Mayke, Lomba, por exemplo. O conjunto, no entanto, é fraco. Não dá liga, não tem pegada, não passa confiança. É imaturo. Junte-se a isso o fato de ser recheado de ex-juvenis, com potencial, mas ainda sem estofo, sem rodagem. 


         
     

Essa mescla, mais o empenho dos bolivianos, só poderia desembocar numa arrancada desastrosa na pretensão de brigar pelo tetra da América. Pra ser sucinto: o Palmeiras tomou sufoco praticamente do começo ao fim. Em grande parte do jogo, comportou-se como um time improvisado, que se segurou até onde pôde e que volta para casa com um resultado equivalente ao que deixou de mostrar em campo. 

O resumo do jogo pode limitar-se a dois parágrafos. O Bolívar largou a 100 por hora, tomou susto com o lindo gol de Flaco Lopez aos 13 minutos, mas foi para o intervalo já com vantagem de 2 a 1, nos gols de Hervia e Berajano. E com um a mais, após expulsão de Jailson. Entre a abertura do placar e a virada, o Palmeiras passou a impressão de que, apesar de tudo, arrancaria resultado favorável.

 No segundo, o Palmeiras tentou reagir; ficou na intenção, pois incomodou pouco o goleiro Lampe e ainda tomou o terceiro, com Uzeda, já no finzinho. José Sagredo levou vermelho aos 7 minutos. O Palmeiras só não levou mais gols, porque Lomba fez pelo menos três defesas difíceis. 

Abel Ferreira escalou Artur desde o início, e ele teve desempenho discreto. Na segunda fase, entrou também Richard Rios, que tentou algumas jogadas mais pensadas, sem grande consequência. Os jovens pratas da casa Naves, Fabinho, Garcia, Vanderlan, Pedro Lima, Ian tiveram oportunidade, sem que nenhum se destacasse. Como a fase não anda boa, Vanderlan saiu de campo machucado e é interrogação para pegar o Água Santa. Mayke também se contundiu, por entrada dura que sofreu.

Ao torcedor cabe esperar que a maré volte a ser favorável a partir do fim de semana. A Páscoa pode trazer ovinhos de chocolate para Abel e sua tropa. Ou cornetadas daquelas…

Abel Ferreira durante jogo do Palmeiras na Libertadores
Abel Ferreira durante jogo do Palmeiras na Libertadores Cesar Greco / Palmeiras

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O Flamengo revive velha lição: a Libertadores cobra caro cada vacilo

Antero Greco
Antero Greco


Parece um tremendo lugar-comum, mas não é: a CONMEBOL Libertadores costuma cobrar com crueldade qualquer vacilo. Principalmente cometido por gigantes. O Flamengo conhece essa máxima da competição continental, porém voltou a derrapar, como aconteceu em outras ocasiões. Desta vez, diante do estreante Aucas, que o bateu por 2 a 1, em Quito, nesta quarta-feira, na abertura do Grupo A.

Vitor Pereira optou por time misto, quase reserva, na caminhada pelo tetra sul-americano. Escolha compreensível, pois no domingo tem final do Estadual com o Fluminense. É possível alegar que o tira-teima doméstico não tem tanta importância; no entanto, trata-se de engano. A taça passou a valer muito, depois de início de temporada com algumas decepções. Gritar “É campeão!” tornou-se necessário para a autoestima do elenco e do treinador. 

O português também preferiu jogar com linha de três zagueiros, como tem feito em várias ocasiões. Pablo, Rodrigo Caio e Filipe Luís até deram conta do recado no primeiro tempo, quando o Flamengo esteve ajustado e não permitiu tanta pressão da equipe equatoriana. Mesmo assim, o ataque do Aucas chegou algumas vezes com perigo perto do gol de Santos (fez uma boa defesa em cobrança de falta). 

O campeão da América cadenciou o ritmo, poupou fôlego e, a rigor, na melhor oportunidade (e não foram muitas) criada ficou em vantagem, num lindo gol de Matheus França. Foi para o intervalo com a sensação de dever cumprido. 

O segundo tempo foi um desastre. O Aucas largou a timidez de lado, apertou na marcação e forçou na frente. As chances surgiram, assim como os gols. Castillo fez aos 13 e dobrou alguns minutos mais tarde. Mas o gol foi anulado por falta na origem do lance. A fragilidade do sistema defensivo rubro-negro ficou escancarada, a linha de três zagueiros ruiu, Vitor Pereira não mudou a estratégia e a turma casa virou aos 40 minutos, com Ordoñez ao tocar por cima de Santos. A ocasião para empatar veio numa cabeça de Gabigol que Galindez defendeu. 

A derrota não é um desastre irrecuperável, nem motivo para pânico, pois haverá ainda outros cinco jogos. Ok, e também se dá um desconto pela altitude. Mas a derrapada vale como lição, a principal e que também soa como conversa fiada e não é: não dá para cochilar nem diante de um adversário com zero tradição na Libertadores, porque vem a cobrança.

Também fica uma questão para Vitor Pereira: por que não mudar de tática, se ela deixa de funcionar, como se viu em Quito? Nem a entrada de vários titulares, como Pedro, Ayrton Lucas, Gerson (além de Varela e Cebolinha, que têm entrado com regularidade), serviu para alterar o quadro negativo. 

Roberto Ordóñez comemora gol do Aucas contra o Flamengo
Roberto Ordóñez comemora gol do Aucas contra o Flamengo Franklin Jacome/Getty Images

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O Flamengo revive velha lição: a Libertadores cobra caro cada vacilo

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Derrota para o Água Santa cria dilema no Palmeiras para o jogo de estreia na Libertadores

Antero Greco
Antero Greco


A derrota por 2 a 1 para o Água Santa aumenta a pressão sobre o Palmeiras, na decisão do Paulistão, e ainda provoca um dilema na CONMEBOL Libertadores. O jogo de estreia está marcado para quarta-feira, contra o Bolivar, na altitude de La Paz, e Abel Ferreira terá de avaliar qual a melhor opção para escalar o time. 

Se tivesse empatado ou se saísse com vitória, no duelo da tarde deste domingo (2), seria mais fácil ir com força total na primeira rodada da competição internacional. Poderia, por extensão, dar descanso para parte dos titulares ao receber o Água Santa, na Páscoa, no Allianz Parte. Pelo menos no início. Talvez agora deva inverter.

Fosse o treinador palestrino, escolheria deixar nomes importantes em São Paulo. Piquerez abriria a lista, obviamente, porque se contundiu. Faria com que Raphael Veiga, Roni, Dudu, Zé Rafael, Marcos Rocha também descansassem. Eles são fundamentais para a busca da virada e a conquista do título estadual. Se quisesse, Abel poderia até abrir mão de Weverton e Gomez. 

Epa, que Palmeiras iria topar com o Bolivar? Mandaria a campo, dentre outros, Lomba, Myke, Luan, Jailson, Fabinho, Menino, Endrick, Giovanni. Alguns para serem testados num torneio de fôlego e outros para orientarem a tropa com sua experiência. Em fase com seis jogos, é possível recuperar eventual tropeço. A parada com o Água Santa é final e não tem volta. 

Porque, cá entre nós, o Palmeiras pisou na bola na Arena Barueri. Nem tanto no primeiro tempo, em que criou oportunidades, mas parou em boas defesas de Ygor Vinhas. O goleiro evitou ao menos três gols. Em compensação, cochilo geral, que começou com tentativa de Zé Rafael fazer jogada de efeito no ataque, tomou gol de Bruno Mezenga, em escanteio momentos antes do intervalo.

Abel voltou com o time mudado, ao escolher Endrick e Vanderlan para os lugares de Breno Lopes e Piquerez. Os palmeirenses forçaram o ritmo, empataram com Endrick nos primeiros minutos e deram sinais de que virariam. Aos poucos, o Água Santa recuperou-se do susto, esteve perto do segundo gol, ao obrigar Weverton a defesa difícil e ao mandar bola na trave. 

O Palmeiras sentiu o baque e no fim permitiu o segundo gol, também com bobeira em reposição de jogo: Bruno Mezenga se encarregou de exercer a função de carrasco. Vitória de um time que soube executar à perfeição o objetivo de segurar um rival tecnicamente melhor. Resultado merecido.  

Jogadores decisivos como Veiga, Dudu, Menino, Rony, Zé Rafael estiveram aquém do habitual, o que explica em parte o futebol inconstante da trupe verde. Para mim, isso reforça a necessidade de que fiquem em casa durante a semana a turma que. E para evitar uma “parmerada”. 

E que fique a lição: essa coisa de apontar uma decisão como favas contadas é das maiores pegadinhas que há no futebol. Um desrespeito a um dos times. O Água Santa jogou para escanteio essa máxima presunçosa. Pelo menos no primeiro jogo.

Abel precisa manter cabeça fria e coração quente da tropa do Palmeiras para final do Estadual
Abel precisa manter cabeça fria e coração quente da tropa do Palmeiras para final do Estadual Cesar Greco / Palmeiras
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Derrota para o Água Santa cria dilema no Palmeiras para o jogo de estreia na Libertadores

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Derrota para o Marrocos mostra que a seleção brasileira precisa urgentemente definir técnico

Antero Greco
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A derrota por 2 a 1 para o Marrocos não significou desastre para a seleção brasileira. Na atualidade, foi até resultado normal, pois de um lado estava uma equipe interina e de outro um time que terminou o Mundial do Catar em quarto lugar. Deu a lógica, portanto, no amistoso disputado neste sábado (25) em Tânger. 

O jogo serviu para confirmar o que muitos (e me incluo nesse bloco) têm afirmado há algum tempo: a CBF precisa definir logo quem será o treinador titular, aquele que comandará o projeto para a Copa de 2026. A promessa era de que a questão estivesse resolvida até janeiro; não foi, e se fala em fechar acordo em junho.

Nada contra Ramon, treinador em início de carreira promissora. Poderia até ser ele (ou qualquer outro, de qualidade), se assim entendesse a cartolagem nacional. E se, claro, lhe desse tempo para o trabalho, como na seleção Sub-20 e provavelmente na formação olímpica para 2024. Na prática, não é o que acontece: ele foi chamado para tapar buraco, para um jogo apenas, porque a CBF tinha acordo comercial para cumprir. 

Seleção brasileira em foto oficial antes do amistoso contra Marrocos
Seleção brasileira em foto oficial antes do amistoso contra Marrocos FADEL SENNA/AFP via Getty Images

O interino Ramon fez o que lhe restava e convocou um grupo que também pode ser considerado temporário. Como não há nome definido para o cargo, não se tem ideia de quantos que foram para a partida no norte da África serão confirmados adiante. Pode ser que o substituto de Tite opte por muitos nomes diferentes. 

 Isso é ruim e instável. Tanto quanto a apresentação brasileira. Ramon até teve proposta agressiva, ao largar com Rony, Rodrygo e Vini Jr, além de Paquetá como o criador (teoricamente) das jogadas ofensivas. Não funcionou, porque vieram poucas bolas de qualidade para o trio. 

Também é de uma injustiça atroz achar que errou ao escalar Rony no lugar de Antony. O palmeirense, com suas limitações técnicas, foi o que mais correu, se esforçou e participou de lances importantes. No segundo tempo, foi substituído por Antony, que teve pouco destaque. 

O calcanhar de aquiles foi o sistema defensivo, com desempenho confuso da zaga formada por Royal, Militão, Ibañes e Alex Telles. Eles ficaram muito expostos, pois igualmente esteve instável a proteção oferecida por Casemiro e Andrey. A série de mudanças feitas por Ramon também não surtiu efeito. 

Os marroquinos se valeram do entrosamento que os transformou em sensação no Catar. Por isso, abriram o placar aos 28 minutos do primeiro tempo, com Boufal, e fecharam a conta com Sabiri aos 21 do segundo. Também nessa fase, mas aos 21, Casemiro empatou, em falhar tremenda do goleiro Bono. No lado brasileiro, Weverton foi bem, quando necessário, e sem chance de reação nos gols.

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Ituano mostra para o Palmeiras como pode ser complicada a final

Antero Greco
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Foi mais difícil, bem mais, do que se imaginava. Mesmo assim, o Palmeiras vai para a quarta final consecutiva do Paulistão. A vitória por 1 a 0 sobre o Ituano, na tarde deste domingo (19), foi uma prévia do que o espera nos jogos que valerão a taça, sejam contra Água Santa ou com o Red Bull Bragantino. 

O atual campeão entrou em campo, diante de seu público, no Allianz, com a condição de favorito e ao mesmo tempo com a responsabilidade de seguir em frente. Nem poderia ser diferente: em três anos, ganhou a competição duas vezes, fora a pilha de títulos que tem acumulado. O Ituano não tinha nada a perder; ao contrário, estava no lucro desde que bateu o Santos e se livrou do rebaixamento; e principalmente ao tirar o Corinthians da frente, uma semana atrás, nos pênaltis. 

E o que fez a equipe de Gilmar Dal Pozzo? Fincou os pés na defesa, com constantes linhas de 4 e de 5, e ficou à espera de um lance fortuito, igualzinho o que aconteceu na NeoQuímica. Deixou para o Palmeiras a necessidade de tomar iniciativa. Foi o que fizeram Dudu, Rony, Veiga & Cia., na tentativa de resolver a questão ainda no primeiro tempo. Com baixa de Tabata com 8 minutos (por contusão). Com dificuldade pela forte marcação. O trio, por isso, teve poucas oportunidades de finalização.

O roteiro só não foi favorável para os palestrinos porque Jefferson pegou demais; o goleiro transformou-se em paredão do início ao fim. Até no lance do gol de Murilo, aos 13 minutos do segundo tempo, ele fez milagre, ao parar parcialmente bola cabeceada por Gomez, após cobrança de escanteio. No rebote, o outro zagueiro artilheiro desviou de cabeça. 

O Ituano raras vezes abandonou a tática do “jogar por uma bola”. Só depois de levar o gol, tratou de se soltar, sem assustar Weverton. A segurança defensiva do Palmeiras, já uma de suas marcas registradas, impediu qualquer sonho ousado. Não por acaso o líder na classificação geral se mantém invicto (10 vitórias, 4 empates) e sofreu apenas 5 gols. 

A dificuldade, no entanto, serve de alerta. O Palmeiras não teve vida fácil para fazer 1 a 0 no São Bernardo (segunda melhor campanha) e suou para tirar o Ituano do caminho. Água Santa e Bragantino tiveram boa trajetória até agora, são organizados, com sistemas defensivos razoáveis e ataques agressivos o suficiente para tê-los feito chegar à semifinal. Haverá arrepios na decisão. 

Abel Ferreira vai a mais uma final com o Palmeiras, a terceira seguida no Paulistão
Abel Ferreira vai a mais uma final com o Palmeiras, a terceira seguida no Paulistão Cesar Greco/Ag Palmeiras
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Fluminense atropela Volta Redonda e mostra estar pronto para a final

Antero Greco
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O Volta Redonda tinha o melhor ataque do Estadual do Rio (29) e uma defesa razoável (16 sofridos) até topar com o Fluminense pela segunda vez em uma semana. O ataque continua no topo, mas a defesa ficou arrasada e despencou para a última posição (junto com o Boavista), depois dos 7 a 0 na tarde deste sábado (18), no Maracanã. Foi um atropelo impiedoso, daqueles de perder o rumo.

Mais do que a atuação desconjuntada do Voltaço, o resultado mostrou o Tricolor pronto para a decisão do torneio contra Flamengo ou Vasco. Com otimismo, e uma pitada de exagero, é possível colocar a trupe de Fernando Diniz como favorita, independentemente do rival tradicional que terá pela frente. 

Cano dá show, marca quatro gols, Fluminense goleia Volta Redonda e vai à final do Carioca; VEJA como foi

          

     


O Fluminense (agora com 28 gols) foi um trator, do primeiro ao último minuto. Os 2 a 1 para o Volta Redonda, na partida anterior, mexeu com os brios de técnico e sua rapaziada. Para não dar margem a qualquer surpresa, aos 3 minutos Samuel Xavier abriu a conta e Cano aos 7 dobrou a vantagem. 

Sem dar respiro ao adversário, o terceiro veio com Alexander aos 23. Martinelli fez o quarto aos 39. Antes da pausa para o intervalo, veio o quinto, com Cano aos 47. Ali estava decidida a sorte de uma parte das semifinais. 

Como a tarde estava favorável, o Fluminense se manteve no ataque, embora com menos intensidade e, em ritmo de treino (esta expressão é nova), fechou os trabalhos com outros dois de Cano, aos 18 e aos 40 minutos do segundo tempo. 

O dinizismo mostrou-se em estado puro, com a formação ideal do Fluminense para o momento. Não pegará ninguém de surpresa se a escalação for repetida na final. Os tricolores encorpam para os outros desafios da temporada. Quem sabe com uma taça debaixo do braço, só para dar mais moral? É possível.

Cano comemora gol do Fluminense
Cano comemora gol do Fluminense Mailson Santana/Fluminense
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Vasco corre risco de entrar em depressão. Mas ainda tem o Estadual e não pode errar no Campeonato Brasileiro

Antero Greco
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O Vasco voltou para a elite do Brasileiro cheio de esperança. Ou melhor: iniciou 2023 com astral lá em cima, por causa da mudança de direção e com perspectiva de recuperar tempos de glória. Além disso, cumpriu primeira fase digna no Estadual, bateu o Flamengo na penúltima fase de classificação e se garantiu na semifinal.

Agora, com diferença de quatro dias, vê o fantasma dos insucessos rondar sua rotina. Primeiro foi a derrota por 3 a 2 para o mesmo Flamengo, domingo, na abertura da fase decisiva do Campeonato Carioca. A vantagem trocou de lado. Para complicar, nesta quinta-feira (16), foi eliminado da Copa do Brasil, após empate por 0 a 0 com o ABC, em São Januário, e derrota por 6 a 5 nos pênaltis. 

Um baque e tanto para o grupo que se forma nestes meses, sob o comando de Maurício Barbieri. Avançar na competição nacional era importante sob vários aspectos: psicológico (como incentivo para o próximo duelo com o Fla), técnico (permanência em um torneio que garante ao campeão vaga na Libertadores seguinte) e financeiro (a premiação em cada fase é generosa). 

O Vasco viu ao menos dois deles (técnico e financeiro) irem para o espaço por demérito dele mesmo. Talvez tenha sido a pior apresentação até agora. Não bastaram vontade e suor; faltou qualidade, assim como estiveram ausentes criatividade e ousadia. A equipe carioca não teve cabeça para furar a bem armada estratégia de defesa do rival do Rio Grande do Norte. A decepção da torcida, ao final da série de pênaltis, concentrou-se em Pedro Raul, que perdeu cobrança decisiva (a quinta, que selaria a vitória). 

Falhas do Vasco à parte, não houve injusta no resultado. O ABC jogou conforme seus limites - e nisso se deu bem. Imaginava regressar para casa com uma proeza, após missão quase impossível. Conseguiu e tem direito à alegria. 

O Vasco vive uma semana delicada, que pode terminar em depressão. Precisa tomar cuidado para não desandar, já que depois do Carioca o restante do calendário lhe reserva a disputa da Série A do Brasileiro. E nesta não pode errar. 

Mauricio Barbieri terá de mostrar tato na primeira turbulência no Vasco da Gama
Mauricio Barbieri terá de mostrar tato na primeira turbulência no Vasco da Gama Gazeta Press
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Paulinho, o reforço, mostra que tem cabeça para colocar o Atlético-MG na Libertadores da América

Antero Greco
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Paulinho comemora classificação do Atlético à fase de grupos da Libertadores
Paulinho comemora classificação do Atlético à fase de grupos da Libertadores Pedro Souza / Atlético


Sou muito avarento para usar a palavra "reforço". Ela ficou banal no futebol, porque usada para qualquer contratação feita por um clube. Mesmo um meia-boca é apresentado como reforço. O Atlético-MG, no entanto, pode usar sem constrangimento esse termo ao se referir a Paulinho. O moço foi um dos que chegaram no começo do ano, depois de passagem sem graça pelo Leverkusen e, ao menos até agora, se mostra bom de serviço.

Tão eficiente que já fez um punhado de gols - os principais na semana passada, na Colômbia, e na noite desta quarta-feira (15), no Mineirão. No duelo de ida com o Millonarios garantiu o empate por 1 a 1. Na volta, fez os dois primeiros, na vitória por 3 a 1, com a passagem carimbada para a fase de grupos da CONMEBOL Libertadores.

Paulinho usou a cabeça para a vantagem do Galo, seja do ponto de vista física como simbólico. Na prática, ele testou duas vezes sem chance para Montero, ambas na etapa final: a primeira, em cruzamento impecável de Hulk aos 3 minutos e a outra aos 35, depois de levantamento de Patrick. Além disso, seus deslocamentos foram fundamentais para confundir a zaga adversária. 

Para arrematar a atuação acima da média, Paulinho serviu Hulk, no terceiro gol, aos 42. À medida que o tempo passa, cresce o entendimento entre a dupla, que pode dar muito o que falar na temporada. Por ora, não há o que reclamar no empréstimo do atleta revelado pelo Vasco e que, cinco anos atrás, se aventurou na Europa. 

O Atlético-MG mereceu o resultado (o gol de Uribe aos 49 não interferiu em nada), sobretudo pelo segundo tempo. No primeiro teve dificuldade de passar pelo eficiente sistema defensivo colombiano e raramente incomodou Montero. O técnico Eduardo Coudet tirou Edenilson no intervalo, colocou Pedrinho e conseguiu dar mais velocidade ao time, pelo lado direito do campo. 

No segundo, o gol de Paulinho, com poucos minutos, abalou o Millonarios, que ainda assim insistiu em manter-se atrás, pois o empate levaria para os pênaltis. O jogo tornou-se pesado, truncado, de novo sem lances de maior emoção, embora o Galo tentasse mais o ataque. A recompensa veio com o segundo de Paulinho, que deixou o rival nas cordas. Hulk confirmou o nocaute com um lindo gol.

O Galo continua em fase de ajustes, de observações de Coudet, não tem uma definição de titulares. Mas caminha para isso. A classificação para a principal etapa da Libertadores servirá para a autoconfiança do grupo e também para organizar a programação para o primeiro semestre. O time tem potencial para crescer.

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Falta ao São Paulo brilho vencedor que durante décadas foi marca registrada

Antero Greco
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Amigo tricolor, missão complicada encontrar justificativas para mais uma frustração, a primeira de 2023. Não se deve tirar o mérito do Água Santa, que fez campanha muito parecida com a do São Paulo na fase de classificação. Mas a rapaziada de Rogério Ceni, pelo “peso da camisa”, pela responsabilidade da tradição, pela necessidade de conquistar títulos, não poderia sair do Paulistão de maneira melancólica. Mas aconteceu: empate por 0 a 0 no tempo normal e derrota por 6 a 5 nos pênaltis, na partida disputada na noite desta segunda (13) no Allianz Parque.

O São Paulo entrou em campo, como mandante na casa de adversário histórico, com algumas mexidas, provocadas pelas contusões que não acabam e por opções do treinador. Porém, como a sina de ter baixas não dá trégua, com menos de 20 minutos perdeu Galoppo, que sentiu torção. Erisson entrou, sem convicção, a ponto de ser substituído por Alisson no segundo tempo. 

A dificuldade de criar emperrou a vida são-paulina, como já ocorreu em outras ocasiões. Houve entrega e tentativa de dominar o Água Santa, que se segurou com base na sólida defesa, uma das menos vazadas na competição (só 9 gols sofridos). À medida que o tempo avançou, igualmente cresceu o nervosismo do São Paulo. 

Instabilidade que persistiu no segundo tempo e foi repassada para o torcedor na arquibancada do estádio palestrino. A sensação de noite trágica teve reforço com a contusão de Wellington, quando não podiam mais ser feitas modificações. Ele jogou os minutos finais só para constar, sem função prática. E o Água Santa apostou firme nos pênaltis, como havia feito o Ituano no domingo diante do Corinthians. E a estratégia foi cumprida à perfeição, com a passagem para as semifinais, contra o Bragantino. 

O São Paulo ficará um tempo sem atividade, com prejuízo financeiro inevitável. A maré baixa pode ser compensada com tempo para recuperação de atletas e para treinamentos. No entanto, o que se viu no Allianz foi algo que há muito incomoda quem acompanha o time: falta-lhe qualidade, que Palmeiras e Flamengo por exemplo têm. E isso não é de agora. Há muito bato na tecla de que o clube contrata demais com retorno prática de menos. Carece também daquele brilho vencedor, que durante décadas foi sua marca registrada. 

 

Rogério Ceni terá tempo para treinar para torneios importantes, porém fica pressionado no São Paulo
Rogério Ceni terá tempo para treinar para torneios importantes, porém fica pressionado no São Paulo Rubens Chiri / saopaulofc.net

 

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Falta ao São Paulo brilho vencedor que durante décadas foi marca registrada

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O Corinthians tropeça nos erros, na falta de pontaria e no regulamento

Antero Greco
Antero Greco


Não gosto de campeonatos com fórmulas híbridas. Já disse e escrevi isso centenas de vezes. Acho estranho começar com todos contra todos e terminar com eliminação direta e pênaltis. Bem, no caso do Paulistão, a confusão é ainda maior, por ser quase um todos contra todos na fase de grupos, porque times da mesma chave não se enfrentam. Enfim, um rolo danado, só para encurtar o torneio e não atrapalhar mais o calendário. 

Feita a lembrança, digo que o Corinthians foi a enésima vítima dessas fórmulas malucas, ao ser eliminado pelo Ituano na cobrança de penalidades, em Itaquera, depois de empate por 1 a 1 no tempo normal. Em nove chutes para cada lado, a turma de Fernando Lázaro perdeu três (Fábio Santos, Fagner e Gil), enquanto a rapaziada de Gilmar Dal Pozzo desperdiçou duas (Raí Ramos e Mário Sérgio). 

O Corinthians caiu por causa do regulamento, por falha na pontaria de trio pra lá de experiente - sem contar a precisão do goleiro Jefferson em duas defesas - e sobretudo pelo desempenho instável. Se alguém pegar só os melhores momentos, poderá achar que foi um massacre alvinegro, já que teve bola na trave, cabeceio tirando tinta da trave, chutes de média e curta distâncias, chutes por cima, pressão.

As imagens são bacanas. No todo, porém, o Corinthians esteve aquém de jogos recentes Estadual, encontrou muita dificuldade diante de rival que na última rodada estava entre classificação e rebaixamento (bateu o Santos por 3 a 0). Ou seja, o Ituano entrou nas quartas de final como franco-atirador. Sem o peso da responsabilidade, ainda por cima jogando como visitante, não tinha nada a perder. E deu no que deu: agora pegará o Palmeiras na semifinal na mesma condição. 

O Ituano esteve tão à vontade que, depois de mostrar que a intenção era a de se segurar, abriu vantagem, no primeiro tempo, com golaço de Raí Ramos). O Corinthians sentiu o baque, lamentou demais a ausência de Renato Augusto, porém empatou com Paulinho antes do intervalo. No segundo tempo, caiu de rendimento e, à medida que o tempo passou, aumentou o nervosismo. Ótimo para o Ituano.

Para quem acha esse tipo de confronto emocionante e justo, vale registrar que na etapa de classificação o Corinthians somou 22 pontos contra 12 do Ituano… Bom, nem adianta alertar para isso, agora. Lázaro e seus rapazes devem tirar lições para competições semelhantes que terão pela frente, a Libertadores e a Copa do Brasil, que preveem definição no sistema de eliminação direta. E há muito que afinar no elenco e na forma de atuar.

Cássio rezou, defendeu um pênalti, mas dessa vez não conseguiu evitar eliminação corintiana
Cássio rezou, defendeu um pênalti, mas dessa vez não conseguiu evitar eliminação corintiana Peter Leone / O Fotografico / Gazeta Pre
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O Palmeiras segue no rumo do título estadual, mas teve mais dificuldade do que o habitual

Antero Greco
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Sejamos práticos e sem enrolação: numa fase de eliminação direta, só de “mata”, o importante é seguir em frente. Em tal aspecto imprescindível, o Palmeiras alcançou o objetivo, na noite deste sábado (11), no Allianz Parque. O magro 1 a 0 sobre o São Bernardo permitiu ao atual campeão paulista saltar para a semifinal e garantir o direito de decidir o título - se chegar à final - também em casa. A melhor campanha (9 vitórias e 4 empates) lhe dá essa primazia.

A classificação poderia ter sido mais suave e incisiva. Sim, sim, a trupe de Abel Ferreira provou, pela enésima vez, que é boa na hora de a onça beber água. Não se discute a eficiência - e não é por acaso que cansou de erguer taças nas últimas temporadas. No entanto, já jogou melhor, e superou desafios com folga. Fica o alerta para obstáculos maiores que terá, ainda no Paulistão, e mais adiante na Libertadores, no Brasileiro e na Copa do Brasil.

Não foi o caso do duelo com o São Bernardo. Ok, ok, é preciso levar em conta que se tratou do encontro entre as duas melhores campanhas da fase de grupos e pena que só um time permaneceu. Por aquilo que mostraram - e por comparação com outros classificados - mereciam continuar na disputa. Porém, é o regulamento…

Mesmo com esses “entretantos”, o Palmeiras já mostrou fluidez maior no desempenho. Digamos que a partida com o São Bernardo colocou à prova, de maneira intensa, a capacidade de Weverton, Gomez, Veiga, Dudu & Cia. resistirem a dificuldades. Pois foi o que aconteceu diante do “Dortmund Paulista”. 

Sobretudo no primeiro tempo, quando prevaleceu equilíbrio e, em certos períodos, domínio do representante do ABC. Weverton em dois lances escancarou por que é um dos melhores goleiros em atividade no Brasil. Alex Alves trabalhou menos, embora não tenha conseguido fazer nada no gol cabeça de Rony, que decidiu a primeira das quartas de final, aos 41 minutos.

A segunda parte foi menos intensa, e então prevaleceram a harmonia e o entrosamento palmeirenses. O São Bernardo encontrou menos espaço para contragolpes, viu suas opções de ataque morrerem na marcação rival e no final estava entregue e exausto. 

Abel surpreendeu, ao mandar Tabata como titular desde o início, ao lado de Veiga, Dudu e Rony, numa formação que lembrou aquela do 2021 e 22, quando Scarpa estava no elenco. Tabata foi um dos melhores em campo. Mais uma vez Endrick amargou banco, e não entrou nem com as cinco substituições. 

Márcio Zanardi mexeu no São Bernardo com o que tinha, sem sucesso. O treinador e seus atletas deixam o Paulistão com ânimo para a disputa da Série C do Brasileiro, com boa imagem no Estadual e com reclamações. A principal foi contra Edina Batista, que não deu pênalti, aos 33 minutos, quando a bola bateu no braço de Marcos Rocha, depois de tocar na coxa. Provavelmente ela considerou que o desvio na perna descaracterizou a jogada como falta. 

Rony mais uma vez foi decisivo e fez o gol que leva o Palmeiras à semifinal do Estadual
Rony mais uma vez foi decisivo e fez o gol que leva o Palmeiras à semifinal do Estadual Cesar Greco/SE Palmeiras
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Fluminense e Marcelo mexem (bem) com o futebol do Rio e do Brasil

Antero Greco
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Bonita e emocionante a festa que o Fluminense organizou para a apresentação de Marcelo, o filho pródigo que retorna para casa, 17 anos depois de sair para ganhar o mundo. Os 30 mil torcedores que foram ao Maracanã, no início da noite desta sexta-feira (10), toparam com evento fora do comum por estas bandas e tão corriqueiro para os europeus. Mas valeu a pena: não é a todo momento que um clube tradicional resgata uma cria de renome e ainda em condições de compensar o investimento. 

Alguém com senso crítico mais ácido pode alegar que Marcelo há muito superou o auge da carreira, tanto que deixou o Real Madrid, após uma década e meia, a maior parte do tempo como titular. Claro que, aos 34 anos, nenhum atleta tem o vigor dos 20, sobretudo para quem ocupa a lateral, uma faixa de campo que exige velocidade. No entanto, o histórico dele indica poucas lesões e sinaliza com a perspectiva de atividade de bom nível ainda por tempo razoável; dependerá dele, do calendário e da forma como for utilizado pelo treinador (no caso, Fernando Diniz). 

Marcelo se emociona ao ser recebido pela torcida do Fluminense no Maracanã:'Foram 17 anos longe de casa'

          

     


A presença de Marcelo no elenco tricolor tem tudo para trazer benefícios. O mais óbvio e imediato foi a resposta na compra de camisas. Tão logo foi anunciado o acordo, dias atrás, houve correria na busca pela número 12, aquela de preferência do astro. Essa busca significa dinheiro e estimula patrocinadores - atuais e futuros. Fala-se tanto na capacidade de os europeus obterem renda extra dessa maneira. Pois, então, eis oportunidade para que o mesmo ocorra com o Fluminense. 

A rodagem de Marcelo deve acrescentar qualidade ao já bom nível do elenco - é isso o que se espera de um profissional com seu histórico. Diniz terá, em campo, um “auxiliar”, uma referência, um líder. E poderá optar por colocá-lo na posição de origem (a lateral) ou na meia, pela precisão do passe e dos chutes. Ou seja, terá alguém com quem Ganso possa dividir a função de municiar o ataque. 

O aspecto mais importante, porém, vejo na chacoalhada que o Fluminense provoca no futebol carioca  - e, por extensão, brasileiro - com a repatriação de Marcelo. Não espero um enorme salto de competitividade do time por causa de um jogador, embora ele seja importante nesse quesito. E creio que a melhoria deva ocorrer naturalmente. Importa muito o simbolismo desse movimento do clube. O tricolor sinaliza que pretende encurtar a distância que o separou do Flamengo nos últimos anos; mostra disposição para entrar na briga por títulos importantes, e não só o Estadual como aconteceu no ano passado e pode repetir-se agora. 

O Fluminense dá passo importante para revitalizar a concorrência no Rio, e isso faz bem para todos. Há tempos digo que hegemonia única, num centro tão importante, não é bom para ninguém, nem para o Flamengo. Porque o futebol vive de rivalidade, especialmente local. Em curto prazo, é bacana para o rubro-negro ver que adversários tradicionais ficaram para trás. Com o tempo, porém, haverá esvaziamento, indiferença do público e, como consequência, perda de renda. 

O Fluminense forte fará com que o Flamengo preste atenção na estratégia que utiliza - e, com isso, saia do comodismo que os títulos trouxeram. (Está aí o momento de oscilação que atravessa). O mesmo raciocínio vale para Vasco e Botafogo, que também saíram da modorra ao criarem SAFs e partirem para administração profissional. Também colhem resultados por essa guinada. Claro, há muito o que fazer; pelo menos abandonaram a condição de observadores e voltam a ter olhar mais ousado. 

Que Fluminense e Marcelo tenham sucesso e inspirem gestos semelhantes em outros times. Todos ganharam, em qualidade técnica e em faturamento.

Marcelo em sua apresentação no Fluminense
Marcelo em sua apresentação no Fluminense Gazeta Press
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Fluminense e Marcelo mexem (bem) com o futebol do Rio e do Brasil

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Flamengo de Vitor Pereira é um amontoado que perde taças e faz a alegria dos adversários

Antero Greco
Antero Greco

Amigo rubro-negro, você conhece a história da Torre de Babel? Está na Bíblia. Em resumo, foi assim: os homens queriam erguer uma torre grande, muito grande, tão alta que chegaria ao céu. Deus ficou bronqueado com essa pretensão e resolveu semear confusão entre os construtores. E o que fez? Em vez de uma língua única, como havia até então, criou diversos idiomas. Com isso, ninguém se entendeu mais, o projeto foi abandonado e nunca mais houve consenso na humanidade. 

Se trouxermos o episódio para o futebol, dá para encaixar ao momento que o Flamengo vive. O Flamengo de Vítor Pereira é um monte de gente na tentativa de criar um projeto ousado, mas ninguém fala a mesma língua. A começar pelo treinador, ou principalmente por ele. Não dá para captar a mensagem do divino guru, como diria o Rolando Lero, aquele personagem da Escolinha do Professor Raimundo. Porque ele começa com um esquema, muda durante o jogo, faz uma salada mista indigesta, irrita todo mundo e perde mais uma taça. 

O parágrafo acima resumo o que foi a derrota para o Fluminense por 2 a 1, de virada, na noite desta quarta-feira (8), na decisão da Taça Guanabara. O “mister” resolveu inovar, em relação à equipe que perdeu para o Vasco no domingo. Por razões táticas ou físicas, deixou no banco alguns titulares, casos de Santos, Ayrton Lucas, Everton Ribeiro, Varela, Pedro, além de desfalques de David Luiz e Thiago Lima, contundidos. Entrou uma rapaziada nova, como Matheus Cunha, Igor Jesus, Matheus França, mais Cebolinha desde o início e não como alternativa de banco. 


         
     

O Flamengo modificado até que foi bem no primeiro tempo. A marcação ágil anulou o meio-campo tricolor, surgiram ações de gol, Cebolinha abriu o placar, Gabigol fez o segundo (bem anulado). Tudo parecia caminhar para desfecho feliz, com o primeiro troféu da temporada - muito menos valioso do que os outros perdidos, mas sempre uma forma de comemorar e aliviar a tensão. 

No segundo tempo, desandou a maionese (fazia tempo que eu não usava essa) rubro-negra. O Fluminense acordou, com duas alterações do Fernando Diniz (saíram David Braz e Keno, entraram Pirani e Lima). Leve, esperto, ágil, o tricolor partiu para cima, assustou o rival e empatou com Cano, o artilheiro da marca do L.

Pronto, bastou aquilo para desnortear o Flamengo. A insegurança deu as caras, o semblante de Vitor Pereira ficou carregado, o clima esquentou em campo. O técnico português resolveu apelar e partiu para mexidas. As coisas só pioraram, ao tirar Gabigol, Arrascaeta e Igor Jesus, por Matheusão, Vidal e Ayrton Lucas. O grito de “Burro! Burro!” veio forte das arquibancadas. Ainda tentou corrigir, depois, com Everton Ribeiro na vaga de Matheus França. Era tarde, porque a equipe virou um amontoado de jogadores sem entenderem o que deveriam fazer. 

Era tarde porque o Fluminense se encheu de coragem, voltou a atacar e virou com Pirani aos 38 minutos. Daí pra frente, não teve mais jogo - só bate-boca, enrolação, pressão pra cima do juiz e o cronômetro correndo contra o Flamengo. 

Não se trata de má vontade contra Vitor Pereira. No entanto, ele não se ajuda, porque tenta mexer numa estrutura montada com o calendário em cima e com diversas decisões seguidas. O sensato seria aproveitar a base recebida, apurar aqui e ali, mudar sem alarde e, com o tempo, impor sua maneira de jogar. A sardinha dele está na brasa.

Será que esse tempo virá, com a pressão e desconfiança cada vez maiores? Não sei. Sei que, neste momento, o Flamengo só levanta a bola para os rivais, que agradecem, vencem e levam troféus para casa. 

A sardinha de Vitor Pereira está a assar em fogo forte no Flamengo, depois de vários insucessos
A sardinha de Vitor Pereira está a assar em fogo forte no Flamengo, depois de vários insucessos Maga Jr/Agencia F8/Gazeta Press

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